segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

- Procura do emprego (a vez DELE) - parte II



Uma vez eu e o Mauricio lemos uma coisa sobre imigração que nos assustou mas nos ajudou a enxergar as coisas de forma diferente: "ser imigrante é como voltar a ter 18 anos, pois não tem carta de motorista, não tem emprego, não tem crédito e ninguém quer dar a primeira chance profissional".

Realmente, a batalha na procura por emprego é uma tarefa bem difícil e te faz lembrar deste início da vida "adulta", quando tudo é desconhecido e parece que não se tem identidade e se sente perdido.


Ouvíamos muito de outros imigrantes que no Canadá as empresas aceitavam mão de obra estrangeira, mas que pediam pelo menos seis meses de experiência canadense. Aí vem a pergunta que não se cala: como ter experiência canadense se ninguém dá a primeira oportunidade?

Pensando neste contexto, o Mauricio ficou preocupado e resolveu também procurar vagas no comércio enquanto corria atrás de coisas na área de arquitetura, assim, caso não conseguisse nada como arquiteto, poderia quebrar a barreira da tal "experiência canadense" com o chamado "survival job". Na ausência de alguma chance na sua área de atuação, pelo menos poderia ganhar um dinheirinho, treinar o idioma e se adaptar à cultura local.

Em relação à própria profissão, também buscou vagas mais inferiores à que tinha no Brasil. Ele sabia que seria muito difícil começar a trabalhar na mesma posição e com a mesma credibilidade. E assim foi a busca pela colocação profissional no Canadá. Procurando trabalhos de várias maneiras, em diversos tipos de mercado e, mais uma vez ponto para a humildade!

Para a nossa alegria, logo após os primeiros 15 dias de procura, começaram as entrevistas. Ele chegou a ser chamado por empresas varejistas (Apple, Target, etc) e por escritórios de arquitetura. Uns faziam uma conversa inicial por telefone, outros uma pré-entrevista por email e alguns chamavam para falar pessoalmente. Às vezes ele se animava, às vezes ficava irritado, às vezes queria chorar, às vezes se motivava, às vezes queria matar, às vezes queria morrer... Coisas de imigrante...

Mas depois de uma semana de entrevistas, dois escritórios de arquitetura se impressionaram com o portfólio do Mauricio e um deles se aprofundou na conversa. Neste dia, uma sexta-feira, foi animação total! O entrevistador pediu mais algumas referências de pessoas e de projetos e, no mesmo dia, o Mau enviou o solicitado. Aí foi um final de semana de angustia, porque não se sabia se estava perto de alguma oportunidade real ou se isso era um processo comum.

O fato foi que na terça-feira seguinte ele recebeu desta empresa uma proposta formal para uma vaga, com todas as condições e benefícios que o cargo que estava sendo oferecido disponibilizava. Claro que não era equivalente ao que ele tinha no Brasil, mas era algo de verdade. Em menos de um mês de busca, o Mauricio já havia conseguido receber uma chance para trabalhar e, mais do que isso, na área de formação, que era exatamente o que ele queria. Não precisa nem falar... Ele agarrou a vaga com unhas e dentes e no dia seguinte levou a proposta assinada ao novo chefe.

Todas as pessoas com quem conversamos no Canadá disseram que o prazo normal para um imigrante conseguir emprego é de 3 a 6 meses, se não for mais. Ou seja, o Mauricio foi completamente fora do padrão. Mas não  foi primeira vez que o ele fugiu às regras, normalmente as coisas acontecem com ele num ritmo diferente mesmo.

Facilidade e simplesmente sorte??? Não, competência e dedicação. Não estou dizendo que as pessoas que demoram para conseguir não são boas ou algo do gênero. Mas o Maurcio sabia o que ia enfrentar e as dificuldades que teria. Por isso, não esperou as coisas acontecerem num ritmo canadense. Ele usou a expertise brasileira. Antes mesmo de ir para o Canadá, preparou-se o máximo possível para ser um bom candidato no país.  Na realidade ele não sabia o que os profissionais locais iam querer dele. Mas ele sabia o que poderia oferecer aos canadenses.

Um mês antes de embarcar, separou diversos documentos e projetos para montar o seu portfólio. Entrou em contato com ex-chefes e colegas de trabalhos pedindo referências. Fez o mesmo com clientes antigos. Correu atrás dos históricos e diplomas, os quais fez tradução juramentada de todos, sem pensar em economizar. Encarou todos os custos com tudo isso como um investimento. Assim que chegou ao país, foi logo aprender como os canadenses encaravam os candidatos. Adaptou-se a isso, montou seu currículo nos formatos locais, passou a falar da maneira que esperavam, criou um portfólio muito bem feito. Vendeu-se muito bem.

Sorte? Apenas em parte.  O meu pai sempre fala que sorte é a oportunidade de estar no lugar certo, na hora certa, da forma certa, mas cabe a nós enxergarmos isso e nos prepararmos para as chances que a vida vai nos oferecer. Ou seja, se o Mauricio não tivesse feito a parte dele, certamente não teria conseguido. Foi atrás o máximo que pôde, sem pestanejar. Medo? Sim, ele teve, mas isso faz parte de qualquer pessoa normal. O negócio foi encarar de frente!

Realmente eu acredito muito que na nossa vida, 50% das coisas que acontecem dependem de nós e os outros 50% são fatores externos. Por isso, pelo menos a parte que nos cabe, temos que fazer!!! E a outra metade? Bem, deixe a vida nos levar!!!

Para a nossa felicidade, as coisas começaram a fluir e as noites de sono dele voltaram ao normal.

E os desafios do novo emprego? Isso fica para uma outra história...







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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

- Procura de emprego (a vez DELE) - parte I



Uma das principais preocupações de um imigrante, se não for a maior, é a questão profissional.

A insegurança é enorme. Querendo ou não, são várias as dúvidas que circulam na mente. Nunca se sabe se será aceito num país estrangeiro, se suas experiências já adquiridas serão bem vindas e valorizadas, se seu currículo possui qualificações suficientes, se há vaga na área de formação, se poderá trabalhar na área que gostaria, etc, etc, etc.

E não há blogs, textos, site, livros que possam lhe esclarecer muita coisa, afinal, a história de cada um é pessoal. Cada caso é um caso.

Quando fizemos a imigração, sabíamos de apenas duas coisas em relação a trabalho: que nossa área tinha mercado para atuar com vagas disponíveis e que o governo ajudava na colocação profissional. Mas da teoria para a prática, poderia ser tudo diferente. Os desafios eram, são e serão muitos.


Procurar emprego no seu próprio país já é difícil. Nós profissionais sabemos que falar e escrever decentemente é obrigação, ter uma boa rede de relacionamentos ajuda, ter referências dá valor, um bom portfólio faz a diferença, e muitos outros aspectos qualificam um bom (ou excelente) profissional. Eu poderia ficar horas escrevendo sobre isso, mas não é o assunto deste post.

Agora imagina isso tudo em um país completamente diferente. Onde você não fala direito o idioma, suas experiências não necessariamente comprovam um histórico válido para o local, não conhece ninguém, suas referências são estrangeiras, etc... Realmente é um fato para se preocupar, querendo ou não, você concorrerá  com as pessoas nativas. Sem mencionar a questão financeira que aumenta ainda mais a pressão.

Mas sabíamos dos desafios e resolvemos que íamos encarar tudo.
E aí começou a saga do Mauricio: a famosa busca por emprego.


A procura oficial por uma sonhada vaga começou no dia 17/01, depois que ele ficou sem visitas e sozinho. Daí em diante foi dedicação total.

Para começar, era necessário três coisas: um CV bem montado, um portfólio apresentável, uma lista de empresas da área de arquitetura.

Para fazer um bom currículo, ele assumiu de cara que precisava aprender a montar um de acordo com a cultura canadense. Não perdeu tempo e foi logo participar de um workshop oferecido pelo governo que "ensina" a fazer o currículo dentro dos padrões locais. As diferenças já começaram aí. Tanto a forma como o conteúdo não eram iguais aos do  Brasil.

Depois disso, começou a montar o portfólio que, diga-se de passagem, era invejável para muitos arquitetos. Tirando o meu lado de "esposa coruja", o Mauricio tem uma experiência maravilhosa e é um super profissional. Ninguém negaria isso se o conhecesse. Por isso, o foco do CV era convencer os recrutadores a verem o seu portfólio, a partir daí, as chances de ser chamado para uma entrevista seriam grandes.  Ele fez o portfólio com muito capricho e ficou excelente. Eu até brincava que a apresentação dele era melhor do que o site de muitos escritórios que existem por aí.

Vale lembrar que a forma de apresentar o portfólio foi idéia dele e, fez pessoalmente tudo. Poucos profissionais teriam o conteúdo que ele tem e a capacidade de diagramar da forma que fez. Realmente ficou nota 1000!

O terceiro ponto foi procurar por vários meios, empresas de arquitetura que pudesse se candidatar. E isso ele também soube fazer direitinho.... O Mauricio selecionou com calma os escritórios e começou a mandar os CV. A produtividade desta atividade foi zero, mas qualidade dez. A forma de se candidatar era lenta. Não bastava enviar um anexo por email aos cuidados do RH. Era algo muito mais personalizado e isso resultava em uma média de 5 empresas por dia. Ele gastava muito tempo procurando as empresas e enviando o necessário da forma adequada.

Quem conhece o Mauricio de verdade sabe o quanto ele é ansioso. Depois de uma semana de busca, ele já estava desesperado. Eu tentava acalmá-lo lembrando que o tempo médio para um imigrante conseguir emprego é de 3 a 6 meses. Ele nem me ouvia, queria trabalhar e ponto! A tarefa dele era arrumar emprego, a minha de manter os pés no chão e segurar as pontas no Brasil.

Ser imigrante é, além de tudo, um teste de paciência!!! Mas é isso aí, a busca por emprego é algo que todos tem que passar.

O resultado??? Fica para outro post...



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domingo, 10 de fevereiro de 2013

- Carta de motorista "a vez dele"





A carta de motorista é uma experiência dupla para um casal, portanto, sempre há a história feminina e a masculina.


Como ainda não estou definitivamente instalada no Canadá, vamos ao caso do Mauricio...


A carteira de habilitação nacional brasileira tem validade de três meses por lá. A partir do quarto mês já não pode mais dirigir. Por isso, o Mauricio foi logo em janeiro ver como as coisas funcionam.


Se o documento ainda está dentro deste prazo que lhe permite ser motorista, não há necessidade de fazer aulas e pode ir diretamente às provas (uma teórica e uma prática). Como lemos sobre algumas histórias de brasileiros sem sucesso na primeira tentativa, o Mauricio não quis arriscar e optou por estudar o livro das regras de trânsito canadense e se preparar para a prova teórica. Apenas para esclarecer, o "estudar" dele significa ler uma vez cada capítulo, deitado no sofá e assistindo TV. Se fosse eu, já teria feito resumos, várias anotações, relido tudo pelo menos três vezes. Mas o Mau é assim, tranquilo para estas coisas.


Resultado: passou na primeira tentativa


Aí perdi aquela chance de falar: "Eu não avisei para levar mais a sério?". Mas tudo bem, eu não estava torcendo contra. Pelo contrário, estava ansiosa pela aprovação dele. E foi ótimo que tenha sido na primeira vez, afinal, foi uma pressão a menos sobre os ombros do maridão. E o melhor, ele admitiu que as coisas são diferentes do Brasil. E foi até engraçado, porque aí ele entendeu o motivo de tanta gente buzinar para ele quando ainda era um turista!


Em relação a prova prática, não é obrigatório fazer aulas antes. Para quem se sente seguro, é permitido fazer o teste sem nenhum tipo de instrução prévia. Então, o Mauricio tinha duas opções para escolher. Ou alugar um carro e fazer a prova logo de cara (o carro tem que ser próprio); ou fazer aulas. No caso desta última, além das orientações práticas,  o carro também está incluso no preço, tanto para a aula como para o teste.


Ele achou prudente fazer pelo menos uma aula com um instrutor, por razões óbvias. Em primeiro lugar, como qualquer motorista, o Mau já tem vícios no modo de dirigir, o que não necessariamente se enquadra às regras locais. Em segundo, está acostumado com as leis de trânsito brasileiras, o que é muito diferente pelo que a prova teórica apresentou. E em terceiro, e não menos importante, fazer uma aula e passar na tentativa inicial seria mais econômico do que fazer o exame duas vezes e alugar o carro para ambas. Estes seriam os pontos avaliados.


Mas no fim das contas, restou apenas a segunda alternativa para ele. Quando se dá início do processo para conseguir a habilitação, é obrigatório entregar o documento brasileiro, o qual é anulado imediatamente na sua frente.  Por conta disso, seria impossível alugar um carro, mesmo que quisesse. A única chance de não pegar uma aula, seria se tivesse um louco para emprestar um automóvel, mas não era o caso!


Sem muita escolha, ele foi logo fazer a aulinha.


Segundo o Mauricio, eles se apegam muito ao "blind spot", ou seja, ao famoso ponto cego. Muitas vezes tem que olhar para o retrovisor, espelho lateral esquerdo, espelho lateral direito, ponto cego esquerdo, ponto cego direito. Ele disse que até dá tontura e dor no olho!!! E o pior é que o instrutor chama atenção o tempo todo para este detalhe. Como bom brasileiro, tentou criar uma técnica infalível para a exigência do olho biônico: resolveu olhar toda hora para todos os lados, assim, achariam que estaria sendo um bom observador. Esta idéia não deu certo, pois rapidamente o instrutor lhe orientou a olhar apenas quando necessário. Mas pelo o que o Mauricio explicou, parecia que toda hora era necessário fazer este esquema visual. Enfim, a parte difícil é este tal "blind spot". Além disso, o modo de se comportar nas ruas também se difere muito em relação ao Brasil. Mas isso já era esperado, afinal, é uma outra cultura.


E chega  o dia do teste (05/02/2013). Como um adolescente ansioso por dirigir, ficou nervoso na hora de passar pela avaliação. Mas ao término, recebeu um feliz "Congratulation". Uma semana e meia depois voltaria a ser uma pessoa habilitada a dirigir. Mas agora conhecendo as regras da "nova casa" e, se tudo der certo, com muito menos buzinadas no ouvido!!!


E esta foi só mais um desafio conquistado!


Um detalhe que tem ajudado a minimizar o sofrimento imigrante que temos que passar (muito mais para o Mauricio neste momento), é que nós dois aprendemos cedo uma coisa na nossa vida e tentamos aplicar no nosso dia a dia: "subestimar a nós mesmos". Percebemos que quanto mais humilde formos para reconhecer que não sabemos nada, mais aprenderemos na vida! E isso vale mais do que nunca na vida de imigrante. Pois reconhecer que tudo é novo, motiva a ser "pé no chão" e pesquisar muito antes de qualquer atitude. Prudência e humildade nunca valeu tanto, pois são estas atitudes que nos deixam abertos para novas experiências e aprendizados.



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domingo, 3 de fevereiro de 2013

- Whistler: um lugar para se conhecer








No início de janeiro “saímos de férias”, ou melhor, fomos descansar um pouco da correria inicial que todo imigrante tem que passar. E claro, não haveria lugar melhor do que Whistler.


Como já havia dito em outro Post, é um dos meus locais preferidos para descansar. Por que isso? Bom, para começar sou apaixonada pela neve, mas mais do que isso, acho que esta cidade tem um encanto a mais.



SOBRE WHISTLER


Whistler fica localizada em uma região montanhosa em British Columbia, certa de 120km ao norte de Vancouver. A cidade é pequena e possui um complexo turístico voltado para as atividades alpinas. De modo geral, isso significa ski no inverno e mountain bike no verão.


Para quem não me conhece, deve imaginar que sou super esportista e aventureira. Mas sou justamente o contrário, e mesmo assim, amo aquele lugar. Pode parecer loucura, mas o único esporte que realmente gosto de praticar – ou melhor dizendo, tento praticar – é o snowboard. Isso já explica muita coisa, mas muito além do que isso, Whistler oferece diversas atividades que podem agradar a todo tipo de gente, desde criança a pessoas mais velhas. Os programas na cidade podem ser para família ou para jovens baladeiros. O fato é que vale para todos. Claro que se você não curte nem um pouco o frio ou esportes de inverno, vale a pena conhecer, mas certamente, não aproveitará nem 10% da proposta do local.


Whistler ficou mais conhecida após receber as olimpíadas de inverno em 2010. Hoje é frequentada por turistas do mundo todo, mas além disso, os próprios canadenses amam aquele lugar. Não existe uma pessoa que você comente sobre esta cidade que não responda “I loooooove Whistler!”


Um dos diferenciais do local é que o complexo de ski/bike é composto por duas estações que ficam lado a lado: Whistler e Blackcomb. Isso significa mais pistas para descida. Quem costuma praticar esportes na neve leva muito em consideração esta diferença.


Além disso, o Village é grande e bem completo, mais um ponto forte adicional à região. São muitas as opções de equipamentos urbanos, hotéis, comércio, restaurantes, e tudo o que precisar nas férias. Para quem nunca foi a uma estação de ski, eu descreveria o Village como a parte urbanizada que fica na base da montanha. Isso significa que enquanto você não está praticando o seu esporte, pode passear tranquilamente e ocupar o restante do dia e da noite com atividades extras.





O QUE FAZER EM WHISTLER


As principais atividades da cidade estão voltadas para os esportes de montanha e, apesar de também disponibilizar alternativas no verão para os fãs de bike, a região é mais conhecida e frequentada no inverno. Por isso, a maior parte dos programas estão ligados à neve. Mas isso não significa que deve subestimar a temporada de verão!



AS MONTANHAS


Whistler e Blackcomb são as montanhas equipadas para os esportes. Os acessos às duas são juntos (distantes entre si apenas em 50m), ou seja, na hora da subida você pode escolher os lifts de uma ou da outra, o que oferece muito mais opções aos frequentadores e menos filas. E fique tranquilo caso queira trocar de montanha, a qualquer momento pode fazer isso, ou por meio das gôndolas na base ou por meio da gôndola no pico. É isso mesmo o que você está imaginando. Há um meio de ligação entre elas chamada Peak 2 Peak, que como o nome diz, conecta o dois topos. Desta maneira, os esquiadores ficam ao longo do dia usufrindo de todo o complexo de pistas para descidas, com grande variedade de rotas e sem muita muvuca. São 37 lifts à disposição, destes, 3 são do tipo gôndola (“teleférico fechado”).


O que eu em particular acho muito bom, é que os iniciantes como eu podem treinar desde lá de cima, porque existem pistas verdes (fáceis) ligando o topo à base. Desta forma,, não precisa se restringir ao local de aprendizado.


No verão, os lifts são adaptados para o transporte de bike. Para se ter uma idéia da estrutura, vale a pena ver os mapas das pistas



piso da gôndola Peak 2 Peak: vista do vale

HOTÉIS


São mais de 20 hotéis para escolher,  sem contar os imóveis para locação. Acomodação é uma coisa muito pessoal e cada um tem um critério para avaliação. Mas independente dos costumes próprios, recomendo procurar pelos mais próximos de Whistler and Blackcomb gôndolas. Depender de carro definitivamente não é uma boa opção. Entre as alternativas, não é difícil achar um hotel que tenha boa localização, já que a maioria deles está no entorno nas montanhas. Como a principal atração do local é o ski, é muito prático sair pronto do seu quarto carregando apenas o equipamento e sem mochila nas costas. E mais do que isso, ter acesso ao hotel a qualquer hora pode fazer a diferença.


No nosso caso, optamos pelo Crystal Lodge (eu super recomendo). Uma grande vantagem é que eles tem serviço de “estacionamento de equipamentos”. Depois de um longo dia na neve, não é necessário levar o snowboard / ski para o quarto e fazer uma enorme sujeira no carpete. Uma pessoa fica logo na entrada pegando os equipamentos dos hóspedes. Quem já viajou para esquiar pode imaginar o quanto isso contribui ao conforto!


Além deste hotel oferecer tudo o que gostamos e precisamos, podemos levar nossos cachorros, pois são pet friendly. Não houve dúvidas, levamos nossos pequenos que, diga-se de passagem, comportaram-se muito bem.


PET FRIENDLY


Nem todos os hotéis aceitam animais, mas a cidade de Whistler de forma geral tem uma boa receptividade em relação aos peludos. Existem alguns programas na temporada que você pode ir acompanhado do animalzinho.


Nossos pequenos foram junto nesta última vez. E isso foi muito legal!!! Como o Mauricio comentou: “Nunca imaginei um dia que estaria com eles, na neve, justamente em Whistler. Estou juntando tudo o que gosto num pacote só!”


Realmente isso é muito tranquilizante. Quem tem cachorro sabe, apesar de amá-los, não dá para fazer tudo o que queremos na companhia deles. Mas desta vez foi diferente e eles participaram deste maravilhoso programa.


Nós os deixávamos no quarto o dia todo e, como estava frio, dormiam muito enquanto ficávamos praticando nosso esporte. Na hora do almoço, descíamos e aproveitámos para levá-los a um passeio no Village, depois, subíamos a montanha novamente para um segundo round. Outra vantagem da proximidade do hotel em relação às gôndolas.


Para ficar no quarto que cachorros são permitidos, tem que fazer a reserva com certa antecedência (não muita). O preço é de CAN$ 20,00 adicional por noite. E ainda, eles ganham um kit de boas vindas que inclui cobertor, biscoito, toalha e saco para “sujeiras”.


Os nossos dois cachorrinhos foram comportados. Não latiram e não fizeram nenhuma “coisinha feia”. A Jesse tentou uma única vez desfiar o carpete! Mas depois de uma bela bronca do pai Mauricio, ela não investiu mais tempo nesta arte.


De qualquer maneira, foram a atração do local. Não havia uma pessoa que não vinha brincar com eles. Tudo bem, haviam outros cachorros pela cidade, mas os nossos eram os mais requisitados (mãe coruja).


Eles amaram, principalmente a Jesse que aproveitou para se divertir e se sujar o máximo possível!!!




Kit cachorros


aproveitando a neve


conhecendo whistler



SPA NA NEVE


Scandinave Spa é passagem obrigatória. Recomendo que todos conheçam porque realmente é maravilhoso. A explicação é simples: o lugar é um spa cheio de piscinas, saunas e lareiras no meio da neve com a paisagem montanhosa em volta. Não tem como não se encantar com isso.


E o melhor, á uma ótima oportunidade para relaxar os músculos depois de um longo dia se exercitando em cima do snowboard/ski. É a chance para retomar as energias para o próximo dia!!


Situado a norte de Whistler Village, envolvido por uma floresta e à beira de Lost Lake Grove Spruce, este spa exclusivo com vista para montanha oferece um visual incrível que só pessoalmente para entender. O negócio é revigorar e limpar seu corpo e mente nos banhos quentes e cachoeiras refrescantes, relaxar com uma massagem e respirar o ar do campo revigorante.


Há um conjunto de spas (tipo jacuzzi) que fica ao ar livre. Cada uma das “piscinas” fica em uma temperatura variável entre 10°C e 40°C. Então a brincadeira é você circular sob tempreaturas negativas e entrar em um dos spas para relaxar. Considerando que você está em um tempo abaixo de zero, até 10°C dentro de uma piscina é mais quente que o ambiente externo. Mas devo dizer que não arriscamos esta. Eu e o Mauricio ficamos apenas nas quentes relaxando. Chegávamos a sentir calor e, para refrescar, bastava sair por um minuto da piscina e pronto! Às vezes íamos à uma das saunas, que nada mais é que um ambiente fechado, rodeado por enormes vidros e com espriguiçadeiras para descansar. Ou você pode cochilar, ou fazer uma leitura, ou simplesmente aproveitar a paisagem deste solarium. Sem palavras para descrever. Até eu que sou uma pessoa do tipo que “fala sem parar”, ficava em silêncio aproveitando o momento.


Também há lareiras ao ar livre, centros de massagens e outras atrações no local.

No final, você toma um maravilhoso banho com direito a ducha, toalhas, shampoo, condicionador, hidratante, secador e tudo o que precisar para finalizar o seu dia ou noite de descanso. Para fechar com chave de ouro, uma água limpa e pura que vem direto da montanha para beber. Parece simples, mas foi a melhor que já tomei na minha vida!!!

Recomendo a todos o lugar, preferencialmente a noite por conta da charmosa iluminação criada na arquitetura.











VILLAGE: RESTAURANTES, COMÉRCIO E AFINS

Como já dito, o Village é muito bem equipado. Estão a disposição bares, restaurantes, lojas, danceterias, academias, galerias de artes, museus, etc.


Restaurante é o que não falta, e tem para todos os gostos e bolsos. É possível encontrar desde FastFood até espaços gastronômicos mais sofisticados. Mas vamos combinar, na monhanha, até o hamburguer de lanchonete parece ser melhor. Na pressa entre uma descida e outra, pode-se aproveitar os restaurantes que ficam no meio da montanha, sem necessariamente ter que descer até o Village. Pode abastecer energias (porque realmente precisa) com alimentos rápidos como pizzas e hotdogs. RedBull está disponível em todos os estabelecimentos e isso ajuda muito na hora em que o pique já está acabando. É possível aproveitar um belo café da manhã admirando a paisagem do topo da montanha e curtir a noite um belo vinho em um lugar mais charmoso. Fãs dos esportes podem ficar tranquilos, pois restaurantes do tipo Sport Bar tem em abundância. E isso é bom, porque é durante o inverno que acontece os playoffs da NFL (futebol americano), e até o Super Bowl (finais).


O comércio também oferece bons motivos para gastar $$. As compras podem agregar à viagem porque o Village é bem abastecido de lojas e lojas. Supermercados e farmácias também estão a disposição sem muitas dificuldades de acesso. 





Eu poderia ficar escrevendo muito mais para falar de Whistler, pois são uma infinidade de coisas para aproveitar. Mas não adianta ficar descrevendo muito. Para quem tiver a oportunidade, Whistler é um lugar (maravilhoso) para se conhecer.



Mauricio no topo da montanha


Priscila (no meio da monhanha!)










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