domingo, 28 de abril de 2013

- Lista de afazeres finais



Não queria ser repetitiva no assunto sobre a organização das coisas para a mudança, mas algumas pessoas perguntaram como estou fazendo esta etapa final. Então resolvi escrever um post curto para resumir o que passei nos últimos dias no Brasil.

A maior dificuldade que tive é que precisei abrir mão de algumas coisas que são essenciais no dia a dia, então, fui obrigada a planejar as datas que deveria me desfazer de cada item sem me prejudicar muito, principalmente celular, carro, contas, alguns contratos. Acabei criando metas para atingir e, de forma incrível, a maior parte foi perfeitamente sincronizada. Organizei minuto a minuto da minha vida nos últimos 15 dias e fui rigorosa no cumprimento dos horários. Funcionou muito bem. O ruim é que às vezes acabei sendo um pouco inconveniente (para não dizer mal educada) e encerrei certas reuniões que poderiam se estender. Nunca fui tão focada. Sou o tipo de pessoa que adora falar e, por isso, uma reunião de trabalho pode virar conversa de bar. E não enxergo isso de forma negativa, pelo contrário, apesar do tempo ficar um pouco fora de controle, tenho clientes que viraram quase amigos e isso intensificou nosso relacionamento e, portanto, resultados.

Voltando ao assunto... Em relação ao trabalho, escolhi alguns clientes para me despedir pessoalmente e comunicar minha ausência. Aproveitei para apresentar as pessoas que me substituíram e assim, assegurar a continuidade do atendimento e andamento dos projetos. Treinei uma equipe por três meses e reservei o último dia de trabalho para me despedir do pessoal e passar as últimas instruções. E no fim, apesar das despedidas terem sido um pouco triste, foi bom sentir o carinho dos parceiros e clientes (e não foi nada forçado!).

No meio da agenda, reservei alguns horários para jantar, almoçar ou tomar café com alguns amigos. Não foram muitos, mas me esforcei demais para visitar o máximo de pessoas possíveis. Alguns acabei não conseguindo visitar pessoalmente, o que lamentei muito, sobretudo por cada minuto que perdi no trânsito que poderia ter sido um encontro a mais. "Acreditem pessoal, mesmo quem não consegui ver ou falar pessoalmente, quero que saibam que vocês valem muito!!!"

O carro eu me desfiz na última semana. E o prejuízo disso ficou para a minha mãe que acabou me emprestando o dela para me ajudar no deslocamento. Tadinha!

O nosso apartamento foi alugado no minuto final e o contrato assinado na sexta-feira. Ufa! Este foi por pouco! Quase que ficou para trás.

Os itens a venda foram quase todos já. Ficaram apenas alguns que continuaram anunciados, mas sob o gerenciamento do meu pai e do meu irmão.

Cancelei todos os serviços que tínhamos contratados, e isso incluiu coisas que eu nem me lembrava mais que tinha, por exemplo, o "sem parar" do carro. E foram vários dias correndo atrás de cada empresa dando explicações, enviando documentos, negociando valores e prazos. Esta tarefa foi sem dúvida a mais chata e trabalhosa.


Passei por alguns médicos para pegar os últimos diagnósticos da minha saúde. Nada demais, apenas o resultado do checkup.

Aproveitei também para dar uma geral no "visual" e corri atrás dos mimos femininos (cabelereiro, manicure, pedicure, etc etc etc). Em relação a isso, preparei um pequeno kit de sobrevivência para dois meses. Como ainda não sabia como iria me virar no Canadá em relação aos assuntos estéticos, optei em me equipar por precaução até me adaptar.

Nos dois dias antecedentes à viagem, apenas fiquei organizando o que levaria. E isso foi extremamente difícil, pois deveria escolher o que seria mais importante neste período inicial para levar comigo. Decidi por quatro bagagens de 32kg cada, sendo duas como excesso que foram pagos. Fiz, desfiz, organizei, desorganizei, ajeitei, desajeitei e, finalmente, concluí as minhas malas. Todas precisamente pesada com 31,5kg. Já deixei algumas caixas preparadas para virem depois de "carona" com as visitas futuras. 



No dia 22/04, data da viagem, foi tranquilo pois não deixei nenhuma tarefa pendente para este dia. 
Apenas curti a família o quanto pude.



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terça-feira, 16 de abril de 2013

- Pedestre Paulistano - questão de vida ou morte



Coincidência ou não, quando está próximo da data de ida, parece que você começa a ver alguns sinais ao seu redor que aumentam a sua indignação em relação ao seu próprio país, pelo menos à minha cidade. Não quero ficar falando mau do Brasil no blog, até porque amo este lugar. Fui criada neste país tropical cheio carisma e sol. Minha vida sempre foi aqui e só tenho a agradecer o que vivi nesta terra maravilhosa. Claro que tem milhares e milhares de coisas positivas, mas o fato de adorar este país, não me deixa cega em relação aos seus defeitos. 

Uma das coisas que sempre me incomodou foi o deslocamento de um lugar para outro. Nada funciona! Nem o carro, nem o ônibus, nem o trem, nem o metrô e nem o pé. Fazer uma simples caminhada pode se tornar uma enorme aventura nas ruas e calçadas paulistanas. E a ironia disso, é que andar a pé deveria ser algo que depende só de você. Mas infelizmente não é simples assim. A vida do pedestre em São Paulo não é uma coisa fácil. Toda vez que estou neste papel penso que chegar com vida em casa no final do dia é uma questão de sorte. Por que este pensamento maldoso? Vamos aos fatos...

Caminhar pela calçada é a mesma coisa que fazer aula de dança. Um passo para lá e outro para cá, em alguns momentos um delicado pulinho e às vezes um salto triplo mortal. Tudo isso porque simplesmente você tem que andar desviando de todos os obstáculos que existem em seu caminho: buracos, calombos, degraus, desníveis, tampas mal colocadas, árvores, postes, lixeiras, escadas, mesas, guichês de manobristas, carros estacionados, poças de água, etc, etc, etc, e muitos etc. E se der sorte, será pedestre em um dia de sol, porque andar na calçada com guarda-chuva é praticamente impossível, já que não tem espaço para abri-lo. O negócio é usar capa de chuva. Então, o segredo é tentar ser "zarolho", ou seja, usar a técnica de colocar os olhos em dois sentidos diferente. Um olho se direciona ao chão, outro à frente. Caso não consiga utilizar este artifício, certamente passará uma vergonha. Ou vai tropeçar, ou trombar com algum elemento presente em seu caminho. Claro que outro pedestre talvez consiga desviar de você, mas se for um poste... a preferência será dele. Também devemos lembrar que você deve se tornar uma pessoa manca. Como as calcadas são preparadas para os veículos entrarem nas garagens, a superfície é inclinada, então um pé sempre tem que pisar "mais baixo" do que o outro. Se você é mulher e não liga nada para seu visual, pode tentar usar salto alto em apenas um dos pés para compensar o desnível do solo. E ainda bem que pisar em dejetos de animais significa sorte, assim, você não precisar ficar irritado quando isso acontecer, o que não é nada difícil.

Nesta semana ainda tive um susto em uma das caminhadas, pois tive que desviar de um motoboy esperto que resolveu cortar caminho pela calçalda. É claro, que o policial que estava perto fingiu que nem viu.

Ah, e atravessar a rua? Isso sim é tarefa perigosa. Devia existir treinamento para praticar este "esporte radical". A preferência é do mais forte e, claro, não será você como pedestre. Primeiramente seja cuidadoso com a guia rebaixada, ou melhor, com a tentativa de ser rebaixada. Em segundo lugar, aguarde com muuuuita calma a vez do pedestre (e isso pode levar algumas horas). Em terceiro, quando chegar a sua vez olhe para todos os lados. E quando digo todos, estou me referindo literalmente a todos. Olhe para a esquerda, direita, para trás, para frente e se bobear, para cima. Você terá pouquíssimos segundos para atravessar. Mas não corra, porque poderá tropeçar em algum obstáculo e cair. Vá com calma até a ilha central da avenida e aguarde a próxima oportunidade. Aí você começa todo este processo novamente.

Pessoas com alguma restrição física, sofre um bilhão de vezes mais. Lamento muito por aqueles que precisam de condições normais. Morro de raiva quando alguém diz que precisa de condições especiais. Não é nada disso, precisam apenas que os espaços sejam planejados da forma mais óbvia possível.

Aí dizem que o problema é a falta de respeito do motorista. Vamos parar de ser hipócrita. Concordo que o motorista tem que entender que o pedestre é frágil e deve ser cuidadoso com ele. Mas vamos concordar que o nosso sistema de trânsito não é preparado para veículos e pedestres conviver em harmonia. Nem as ruas, nem as calçadas e nem os fluxos cooperam com nada. Pedir para o motorista parar ao ver o pedestre? Aí a cidade vai parar de vez!

Quando estamos em países desenvolvidos pensamos: "nossa, respeitam o pedestre aqui". Mas a questão vai mais a fundo. Para começar as calçadas são preparadas para a caminhada. Há espaço para o carro, para o ciclista e para o pedestre. As vias são estruturadas de forma que exista fluxo dos veículos e os semáforos são racionalmente sincronizados. As faixas de segurança são estrategicamente posicionadas. Ou seja, há planejamento para que todos, definitivamente todos, possam se deslocar de forma segura e confortável e, aí, a harmonia naturalmente acontece. No Brasil, pelo menos em São Paulo, é uma disputa de espaço. Não há preparo para que as coisas aconteçam de forma que possa haver a convivência entre todos.  Nem motoristas e nem pedestres tem culpa. A questão é, mais uma vez, a falta de querer e de planejamento em infra-estrutura.


Desculpa o desabafo, mas às vezes precisamos escrever o que pensamos! Enquanto nada muda, espero a prudência e paciência de todos e, desejo boa sorte ao povo paulistano!

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domingo, 14 de abril de 2013

- Mudança : embalagens, correria, indecisões



Como parte do processo de ir para o Canadá, chegou a hora de juntar as "tralhas e pertences" e preparar a nossa mudança e o nosso apartamento em São Paulo. Esta etapa eu deixei para resolver quando faltassem duas semanas para o meu embarque. 

Planejei ficar na casa dos meus pais nos últimos 15 dias em que estaria no Brasil e aproveitar para ficarmos juntos o máximo de tempo possível. Além de receber mimos da mamãe, eu poderia resolver as últimas pendências mais tranquila, sobretudo porque muitas coisas das quais precisava me desfazer, fariam falta no dia a dia.

As questões mais chatas acabaram ficando para os 45 minutos do segundo tempo. Neste período, tive que finalizar várias questões pendentes, encerrar contratos e serviços, organizar documentos, vender carro, dar uma recuperada no nosso apê, finalizar questões profissionais, fazer checkup da saúde, etc. Ou seja, além da mudança de casa, várias outras providências para serem tomadas. E claro, isso tudo sincronizado com o trabalho e com algumas visitas a amigos e familiares.

E desta vez, não adiantava pensar em deixar nada para depois, pois a estas tarefas não poderiam ser feitas de longe e nem por outras pessoas. 

No meio desta maratona, a mudança do apto foi um enorme peso. Como o Maurício já está no Canadá, esta atividade ficou sendo algo exclusivo para mim. Pensei muito em uma palavra que pudesse resumir esta tarefa, e por mais que eu me esforçasse em ser educada, só consegui pensar em uma expressão: "foi fod* demais!!"

Diferente de uma mudança tradicional em que o objetivo é embalar tudo o que se tem, neste caso precisei planejar o destino de cada coisa. E até eu que não sou a pessoa mais metódica do mundo, fui obrigada a me render novamente a uma "lista" (este negócio de imigração faz qualquer desencanado se tornar organizado, não tem jeito).

Voltando à lista, dividi as caixas nas seguintes categorias:

01) itens que vão comigo imediatamente,
02) o que será doado,
03) coisas que ficarão guardadas no Brasil,
04) o que será descartado.
05) pertences que ficarão preparados para serem levados por nossos familiares e amigos quando forem nos visitar,

Em alguns momentos cheguei a imaginar a hipótese de simplesmente fingir que nada existia e ir só com a roupa do corpo. E são nestas horas que as limitações físicas femininas ficam mais evidenciadas. Carregar caixa, subir e descer escada, embalar, virar, arrastar... Nossa, não há braço e coluna que agüente isso.

Ficou até difícil alguém ajudar, já que tive que avaliar tudo para definir o destino de cada item. E para piorar, tem a história do limite de peso das malas. Para tentar facilitar a vida (no presente e no futuro) dividi tudo em caixas, anotando o conteúdo de cada e pesando uma a uma. Desta forma, ficará mais fácil selecionar o que vai e o que fica.

Depois de uma semana ocupando as noites para embalar meus pertences, ainda não havia organizado nem metade das coisas. No desespero, recrutei minha mãe e minha cunhadinha (Mari) para me auxiliar neste trabalho. Precisamos de um domingo inteiro para arrumar as tralhas e ainda assim, alguns itens ficaram para trás, os quais finalizei no dia seguinte sozinha, quando tudo foi para a casa dos meus pais.

E o pior é que como resolvi ficar na casa deles, mesmo depois de tudo organizado, às vésperas de embarcar, terei que rever as bagagens e aí sim finalmente escolher o que levarei neste momento, pois querendo ou não, tive que continuar a usar as minhas roupas e documentos que não puderam ser definitivamente embalados. E lá vem "re-trabalho".

Mas como sempre, no fim tudo dá certo. A mudança foi concluída e agora terei que correr atrás do resto. E vai começar a saga dos cancelamentos de contratos e serviços.

ANTES DA MUDANÇA


ANTES DA MUDANÇA
MAMÃE E CUNHADINHA MARI



DURANTE A MUDANÇA
DURANTE A MUDANÇA



DEPOIS DA MUDANÇA


DEPOIS DA MUDANÇA


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sexta-feira, 5 de abril de 2013

- Panela de pressão paulistana





Esta semana foi uma daquelas que você jura que não chegará ao final. Loucura, loucura, loucura. Realmente o trabalho às vezes parece que vai nos derrubar, ou melhor, as pessoas que estão em volta. Mas vamos lá explicar a sensação...

Vira e mexe me pergunto (ou converso com meu marido sobre isso). Será que ir para o Canadá é a busca por uma melhor condição de vida (e não me refiro a dinheiro, e sim à qualidade do dia a dia) por que moramos no Brasil ou por que moramos em São Paulo?

Digo isso pois às vezes tenho a sensação que estou simplesmente fugindo da panela de pressão paulistana. Porque vamos combinar, a rotina desta cidade é para deixar qualquer um louco. Numa boa, chega a ser ridículo, afinal, estamos em busca da pura sobrevivência. Corremos atrás do dinheiro todo dia e o gastamos em um piscar de olhos para o próprio dia funcionar. É um ciclo vicioso. Qualquer pessoa normal que vive em São Paulo sabe: precisamos mais do que 24 horas diárias. E isso não é um desejo, é uma simples constatação matemática.

Se você somar tudo o que faz por dia, verá que as coisas perdem a lógica. E eu que sou uma pessoa extremamente racional, sofro com isso. É fácil perceber.

Comece pela lista de tarefas do trabalho. Sempre tem atividades em atraso e, mesmo que não cumpra tudo, mais itens são incluídos na lista todos os dias. O famoso "to do" é uma progressão geométrica na inclusão de tarefas, mas na execução, não chega nem a uma progressão aritmética. Então você entra nos esquema de priorizar. De repente, percebe que esta dividindo as obrigações em prioridade 1, 2 e 3. E quando menos espera, criou a classificação de tarefas emergenciais. Nem sei mais qual categoria criar. E o engraçado é que já se perde tempo tentando ordenar as obrigações. E isso não faz nem parte do trabalho, é apenas a organização dele, pois ao longo do dia você tem que cumprir milhares de coisas:  são as reuniões, os projetos, visitas a clientes, elaboração de estratégias, planos de negócios, propostas, negociações com o fornecedor, reuniões internas, metas, etc, etc, etc. Certamente isso levará pelo menos 12 horas. Sem falar no bendito (ou maldito, ainda não sei) do celular que não para de tocar e lembrar das obrigações e compromissos da agenda. Já tirei os efeitos sonoros do meu antes que ficasse maluca para cada "triiiiiiim" que fazia.

E os emails?? Outra piada. Quem usa gmail sabe, quando você termina de ler todos os recebidos, ganha um parabéns do Google. E vamos ser justo, é merecido, afinal, quem consegue ler tudo??? Outra tarefa impossível. Enquanto você responde seus emails, outros chegam e, claro, entra novamente a questão da progressão geométrica. Porque além dos novos que estão chegando, para a maioria que você escreve (ou responde), terá um retorno do destinatário em algum momento. Então você se obriga a usar a estratégia do "mínimo de emails não lidos", ou seja, coloca para si um limite de emails que ficarão sem repostas ou levará um tempo para responder ou ler. E começa mais uma lista de organização, dividindo os emails em prioridade 1, 2, 3 e emergenciais novamente.


O trânsito é apenas um "plus". Não sei como ainda não conseguiram inventar o "teletransporte" ou algo instantâneo. Já estamos precisando de uma tecnologia para nos deslocarmos mais rápido. Mesmo com o avanço da telecomunicação, muitas coisas ainda precisam de presença física. Graças a Deus!!!! 

E caro amigo, seja produtivo, caso contrário a concorrência passa por cima de você.


Infelizmente nunca temos tempo para nada!

No fim das contas, o principal ponto para nos incentivar a corre atrás da imigração foi esta correria.

E isso tudo, só falando do lado profissional, mas ainda bem que temos uma vida para viver. O difícil, é encaixá-la nas outras 12 horas que lhe restam do dia. Mas este assunto, deixarei para o texto de Luis Fernando Veríssimo que demonstra de forma muito legal este lado. Vale a pena a leitura:

"Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio..
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir o diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que, se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e, enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta, são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes.
Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e, se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro. E já que vou, levo um jornal.
Tchau....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.


Bom fim de semana e desejo um enorme fôlego a todos!!!!


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terça-feira, 2 de abril de 2013

- Burocracia no Brasil? Imagine!





Existem aqueles dias que você se pergunta: Por que as coisas tem que ser assim? 

Em geral, as minhas indignações acontecem quando tenho que fazer tarefas ligadas ao serviços públicos. Se tem algum assunto que protelo o máximo que posso, são os relacionados aos documentos emitidos por órgãos do governo.

Nesta semana resolvi quitar uma pendência que eu estava arrastando: a licença do carro. O licenciamento do meu foi pago em dia, no mês de setembro do ano passado. Na intenção de economizar tempo, optei pela entrega da licença pelos correios, pagando uma taxa para este serviço.

E adivinhem, o documento não foi entregue. Por quê? A resposta que eu tive for "Porque não". Ninguém soube me explicar o motivo. Então, se Maomé não vai à montanha, a Priscila vai buscar a licença.

E aí começa a história. Primeiramente liguei para o departamento de trânsito para saber como deveria proceder. Instruíram que era algo bem simples, bastava ir ao Poupatempo, que como o nome já diz... E aí fui eu.

Chegando ao local, houve aquele diálogo padrão da burocracia brasileira:
- Senhora, não é aqui que o documento é retirado
- Hã?
- A senhora deve ir ao Dpto de Trânsito no endereço blá blá blá
- Como assim não é aqui? Acabei de ligar para o (...) blá blá bla (aí fiz aquele discurso de cidadão indignado)

E aí fui ao local indicado. Chegando lá, peguei a fila de informações, na qual fiquei por trinta minutos aguardando minha vez. Fui direcionada à "sala 4", onde conseguiria o documento do carro.  E começa uma nova conversa:
- Senhora, a boa noticia é que seu documento provavelmente está aqui
- Hã? Como assim "provavelmente"? Existe alguma má notícia?
- Então... (odeio quando alguém começa a conversa com "então") A senhora deve ir à Secretaria da Fazenda para pegar o número de rastreio e retornar aqui para procurarmos o documento.
- Como assim? Número de rastreio? Mas não tem outra forma de fazer a busca? O senhor já verificou em seu computador que o carro esta em situação regular. Não há nenhuma forma de procurar pelo meu nome, pela placa, algo do gênero?
- Não senhora. A senhora deve ir à blá blá blá ...

Não entendi porque a Secretaria da Fazenda estaria envolvida nisso, mas lá foi a Priscila...

Depois de mais de uma hora entre deslocamento, fila, conversa, etc, consegui o tal número... Aeeeee, primeiro lugar que cheguei e "resolveu" o que deveria.

Voltei ao Departamento de Trânsito. Mais uma fila e entreguei o "tal número" ao atendente. A piada???? Ele buscou em uma gaveta, por ordem alfabética pela placa do veículo.

Ou seja, depois de uma manhã inteira perdida... Consegui o documento que deveria ter sido entregue na minha casa.



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