domingo, 27 de janeiro de 2013

- Comida: um desafio do passado, presente e futuro







Comida em Vancouver


O assunto comida sempre foi algo que me preocupou nesta história de imigração. Como nunca li nada a respeito deste assunto em relação ao Canadá, esta questão teria que ser resolvida por conta própria.

Por isso, neste fim de ano aproveitei para tentar umas invenções enquanto estive em Vancouver. Mas nada deu certo! Só alimentos prontos. E é exatamente disso que quero fugir, dos excessos das opções industrializadas à disposição.

Sofri muito para achar temperos bons. As únicas coisas que eu encontrava eram pimentas, pimentas e pimentas. De todos os tipos, cores e tamanhos. O máximo que consegui parecido com o Brasil foi o caldo Knorr, desta marca mesmo.

O preço então, nem se fala. Frango, carne vermelha e peixe tem praticamente o mesmo valor. Mas não balizado para o mais baixo, e sim, para o mais alto. Nos locais em que eu fui (e não foram poucos), o preço médio do peito de frango ficava entre CAD$ 15,00 e CAD$ 20,00 (mais ou menos de R$ 30,00 a R$ 40,00). Na hora que eu vi isso, olhei para o Mauricio e disse F * * * * !!!! Os valores de hortifruti são similares ao do Brasil. Algumas coisas são bem mais caras e outras o contrário. Pelo que observei, a conta final seria a mesma. Mas isso não é nenhuma boa notícia, porque eu acho que isso também é muito caro no Brasil, pelo menos em São Paulo.

Os alimentos industrializados estão disponíveis em uma variedade bem maior. Para quem gosta de cereais matinais, é o lugar certo. Leite, iogurte e cream cheese também são fáceis e mais baratos. Comidas prontas tem para todos os gostos e bolsos. O negócio é viver de Campbell, que são extremamente acessíveis. Sopas grandes custam em torno de CAD$ 2,00. Chocolates e cookies serão problemas para mim, que sou fã destas coisinhas. O famoso feijão não é raridade, pelo contrário, tem mais opção que no Brasil, dá até para montar um arco-íris com os que existem. Só que não tem sazon (rsssss).

Vancouver deve ter mais asiático do que a própria Ásia, por isso, comidas típicas destas culturas são fáceis de encontrar. Em geral, os mercados têm setores enormes só com especiarias da culinária desta região. Para quem gosta, pode ficar tranquilo.

O que achei legal é que em todo supermercado as opções de produtos "à granel" são muitas. Normalmente eles têm uma espécies de "ilha" com vários e vários itens que você pode pegar por kilo. Sai mais em conta e, apesar não saber qual é marca, a qualidade é muito boa. Para se ter uma idéia, foi em uma desta ilhas que encontrei amido de milho, porque a nossa famosa Maizena da caixinha amarela, nem pensar.

Aliás, esta é uma nova aventura no aprendizado do idioma inglês. Saber o nome dos itens mais específicos, só com celular ao lado usando o Translate Google, que nestas horas, vira um grande aliado.

O lado bom de não conhecer absolutamente nada, é que você passa a não ser tão vítima do marketing. Basta pegar o produto mais barato e pronto! Como não se conhece nada, você passa a abrir mão da tal "marca preferida" ou "líder de mercado" e arrisca tudo. O que vale é o preço e a validade. A qualidade será definida por você na hora do consumo. É literalmente um teste cego, o que te deixa protegido do impulso e das armas da propaganda.

Marqueteiros de plantão que me desculpem, mas desta vez, eu farei as minhas próprias escolhas. Pelo menos até que eu assista mais TV e me renda novamente à guerra dos comerciais. Não levem para o lado pessoal, também sou formada em marketing e conheço muitas ferramentas de convencimento do consumidor, e mesmo assim, sempre me deixei levar pelas estratégias e truques!!!





Culinária, um desafio pessoal









A cozinha sempre foi um enorme desafio para mim. Não sou uma chef de cozinha muito boa, para ser honesta, estou longe de ser uma simples cozinheira. Admito: sou estabanada e não levo o menor jeito para a coisa.

Mas ainda assim, sempre tentei fazer comidinhas para o maridão. Na correria do dia a dia, considero importante ter um "momento família", por isso, sempre fizemos questão de jantar como o costume tradicional (comida caseira e sentados à mesa). O único problema disso tudo é que sou super dedicada ao trabalho, e conciliar o lado profissional com o lado dona de casa sempre foi um problema para mim. Para cuidar da casa sempre tive uma ajuda extra de uma secretária doméstica, mas a cozinha é algo que resolvi assumir. Eu gosto disso pelo simples fato de saber que estou me dedicando ao meu marido, que ironicamente, às vezes sofre com os resultados (rsssss).

Para tudo o que faço, invisto muita dedicação. Não me proponho a fazer nada que não seja para fazer direito. E como não podia ser diferente em casa,  me esforço para fazer a cozinha funcionar, mas para ser bem realista, na competição "woman x food", a comida em geral ganha de mim. Este é um dos meus pontos negativos.

Então, como as minhas receitas não são muito boas, eu me apego à aparência. Sempre que posso, monto os pratos bem bonitinhos... para compensar o sabor!!!!

Admiro muito aquelas pessoas que pegam uma receita e conseguem adaptá-las de acordo com o próprio gosto ou com o que tem na geladeira. Eu sou do tipo que "segue a receita nos mínimos detalhes", e sigo na íntegra mesmo. Por isso, eu quero morrer quando leio "sal a gosto", ou quando alguém explica uma receita e diz "coloca um pouco disso, um pouco daquilo".  O que significa "um pouco"???? Existe expressão mais vaga do que esta? Sobretudo na cozinha onde existe milhares de unidades de medida. Eu sempre penso: "Um pouco da xícara? Um pouco da colher de sopa? Ou seria da colher de chá?  Um pouco do copo?". Resumindo, esta história não funciona!!! Eu preciso de quantidades exatas, incluindo o tempo de cozimento ou forno. Diabos! Sou arquiteta!!!

Vou ser honesta, aquelas receitas de TV não dão certo. Sempre terminam cheias de gordura ou super açucaradas, credo! Já pensei várias vezes em mandar uma carta para a Ana Maria Braga e dizer: "faça uma disputa entre chefs para comidas saudáveis e rápidas". Mas aí lembro que só assisto o programa dela em feriados, então mesmo que aceitasse a minha sugestão, eu não assistiria. Quem tem tempo hoje de fazer aquelas comidas de três dias??? Ainda bem que existem restaurantes ótimos por aí para saborearmos estas coisas difíceis.

Sabe aquela história que dizem por aí "tem que ter mão para cozinhar"? Acredito fielmente nesta frase. Para mim já ficou claro, a cozinha é lugar para quem entende, porque vamos admitir, é uma alquimia!!! Sem falar na bagunça depois que termina tudo. Sou do tipo que usa todas as bocas do fogão para fazer um único prato. Sei que não faz sentido, mas comigo as coisas terminam assim, em uma pia cheia de panelas, colheres, travessas, facas de todos os tamanhos e, um único prato servido na mesa. Vai entender!

Mas enfim, independentemente disso, continuo insistindo em fazer refeições familiares em casa. Mas nada sofisticado. Sei uns 10 tipos de pratos e só. Coitado do maridão que tem que repetir sempre (rsssss). E os ingredientes? Em geral os mesmos. Eu e o Mauricio faremos 5 anos de casados, e este foi mais ou menos o tempo que precisei para definir quais os temperos e marcas que eu gosto para fazer as minhas receitas.

No começo da nossa vida a dois eu ia ao mercado e comprava todos os tipos de temperos que existiam na prateleira, e quando digo todos, acredite, todos mesmo! Cada vez que eu ia fazer uma comida, testava um. Foi um Deus nos acuda nesta época. Mas no fim, consegui chegar nos que mais me agradavam, sendo saudáveis e saborosos. E nesta história toda, de uma coisa tenho orgulho, nunca comprei uma garrafa de óleo, nunca fritei nada, um tablete de margarina dura uns 6 meses, açúcar somente para o café das visitas.

Apesar de querer manter um lado tradicional na nossa enorme família de duas pessoas, o modo de cozinhar eu tento modernizar ao máximo. As minhas comidas são suuuuuuper práticas. Minha mãe sempre fica indignada quando falo como faço o meu arroz, o meu feijão, meu creme de milho... Ela nunca acredita que terminará dando certo. É óbvio que o resultado não é igual ao prato da vovó, mas quebra um galho e dá para viver. Para as comidas do dia a dia, tive que testar muitas formas de fazer para chegar num modo que fosse razoavelmente agradável, saudável, prático, sem ter que gastar fortunas. E mais do que isso, sem perder alimentos, porque isso é uma coisa que realmente me chateia. O lado bom de saber pouco, é que as compras são bem racionais, sem excessos e produtos à toa.

E o engraçado disso tudo é que quem vê a minha cozinha acha que sou profissional, pois neste ritmo de querer fazer direito, acabei comprando todo o tipo de instrumento que pode existir para qualquer culinária. E olha que uso tudo!!!!

Bom, imagina fazer isso tudo em outro país? Ter que começar tudo outra vez??? Testar tudo novamente? Está aí mais um desafio e uma coisa para ter que se adaptar. E certamente não será fácil. E para piorar, vivemos de dieta... o que reduz ainda mais o leque de opções na escolha nas nossas refeições.

Mas como já sabemos, nada será fácil!






Famoso feijão!


Primeira corrida ao mercado




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sábado, 26 de janeiro de 2013

- A despedida: um cá e um lá




Dizem que é bom sentir saudade. E é neste momento que faço aquela famosa pergunta "hã?".


Bom? Onde? Quando? Por quê? Como? Não tenho o menor espírito de masoquista, então para mim, este negócio de saudade não é nada bom, além disso, odeio despedidas. E no dia 09/01/2013 foi exatamente o que aconteceu, tive que dar tchau ao maridão para voltar ao Brasil e ajeitar as coisas que ficaram para trás. A despedida não foi nem um pouco fácil, pelo contrário, foi extremamente difícil. Voltei sozinha e ele ficou em Vancouver com os cachorros para dar início à nossa vidinha canadense. Serão três meses longe.


Várias vezes já ouvi as pessoas em volta dizerem: "a vida é simples, nós é que criamos os nossos próprios problemas". Não concordo em 100% com esta frase, mas tenho que admitir, muitas das situações que vivemos somos nós mesmos que geramos.


Confesso que agora estamos passando algo que inventamos para nós mesmos. De forma planejada, o Mauricio está em um hemisfério do planeta e eu em outro, com mais de 11.000km de distância. E isso definitivamente não é algo fácil de administrar. Tudo bem, eu sei que fomos nós que pensamos em fazer as coisas do jeito que estão caminhando. Mas foi algo completamente racional, deixando de lado o emocional. E acredite, foi a primeira vez que colocamos a razão em posição mais forte. Quando se trata de "nós como casal", somos completamente impulsivos, mas nesta questão de imigração forçamos a barra para fazer as coisas de forma pensada. Então isso é uma novidade no nosso relacionamento. São mais de 12 anos juntos, literalmente juntos. Quem nos conhece sabe, somos sombra um do outro.


Quando inventamos esta história de Canadá, sabíamos o que queríamos para o futuro e ficamos focados no início de tudo, ou seja, no processo de imigração. Não calculamos direito o "time" que as coisas aconteceriam, e por isso, não tínhamos idéia de que o futuro seria tão próximo e tivemos que antecipar muuuuuito além do que imaginávamos a nossa ida para lá. Mas também não tivemos nenhuma crise existencial em relação à isso, afinal, nós dois pensamos muito igual neste sentido e estamos abertos para a vida, para o que der e vier.


Isso nós não encaramos como problema, afinal, é algo que nós dois queremos. O que complicou foi realmente o tempo e a situação de quando tudo teve que acontecer. Sabe aquela história de estar no lugar certo na hora certa? É isso o que dá medo. Já sabemos que é o lugar certo, e agora temos que batalhar para fazer que o tempo também seja. Ficarmos separados durante um pequeno período é um problema que temos que encarar. A questão não é exatamente a distância, mas sim, o que cada um terá que passar um longe do outro.


Nestas horas eu queria muito que a vida fosse mais fácil, mais próxima da nossa ideologia, mais afinada com os nossos desejos, iguais aos textos que lemos por aí. Com o tempo, aprendi que em toda a situação, sempre existe o lado positivo e o lado negativo. Cabe a nós escolhermos qual iremos olhar. Por isso, espero que estes meses nos fortaleçam, nos aproximem, nos direcionem para os nossos sonhos. Que este tempo sirva para aumentar a nossa ansiedade pela vida e mostrar a certeza de nossas escolhas.


Que cada minuto do nosso passado tenha valido a pena, que cada hora do presente nos ensine algo e que os momentos futuros sejam bem vividos.


Mau, esta fase será só mais um desafio para nossa história. Vamos lembrar todos os dias que estamos buscando algo que só nós sabemos o que é. Ninguém disse que a vida seria fácil, apenas que ela vale a pena! É por isso que estamos correndo atrás do que acreditamos. Te amo!



E um abaixo um texto para refletir.



INSTANTES,

Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo

(autor real desconhecido, texto atrubuido a Jorge Luis Borges ou Nadine Stair)




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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

- Os primeiros 15 dias...






Depois de uma longa viagem de avião, começamos mais um capítulo da nossa vida.
Os três primeiros dias foram ocupados pela organização do apartamento e pela chegada dos cachorros. Ficamos tão focados em tentar colocar as coisas em ordem, ou pelo menos quase em ordem, que nem lembrávamos que estávamos em outro país!

Logo nestes três dias iniciais o Mauricio pegou um resfriado, daqueles que dão até febre. Aí, fiquei com inveja e, logo após a melhora dele, foi a minha vez de ficar doente. Também três dias com 38,5 graus de temperatura. Isso foi ótimo, pois já testamos a farmácia canadense (como se isso fosse algo bom rsss).


O tempo



Chegamos no meio do inverno e a temperatura média de zero grau deixava isso evidente. Certamente a causa principal dos respectivos dodóis. O tempo era basicamente nublado com períodos de chuva. Aliás, dizem que isso é comum em Vancouver. O Mauricio custa a acreditar nesta história do tempo constantemente chuvoso. Vira e mexe o ouço comentando: "não vou acreditar em nada no que dizem, quero ver com meus próprios olhos". Isso é o que eu chamaria de "fé", já que pelo histórico da cidade, o nosso futuro será debaixo de água mesmo !!!

No quinto dia, assim que acordamos vimos a neve caindo no terraço. Nosso quarto tem uma janela enorme, então o visual foi maravilhoso. E isso foi ótimo, pois foi quando nos demos conta da situação: "realmente estamos no Canadá"!!! Foi o primeiro contato dos cachorros com a neve. Mas como estava fraca, nem chegou acumular no chão. Mas ainda assim foi linda!!!

Os dias seguintes foram semelhantes, com um pouco de tudo: chuva, nublado, aberturas de sol, neblina, neve - do tipo "tudo junto e misturado". As temperaturas sempre baixas, mas suportáveis. Entre -3 e 3 graus celsius.


Aproveitando o sol para um passeio mais longo


Primeira visita



Logo no início do ano, depois de uma semana que havíamos chegado, meu cunhadinho já foi nos visitar. O Leandro foi dar uma forcinha para o Mau, já que ele ficaria sozinho depois do dia 15 de janeiro.  E claro, aproveitar para esquiar um pouco...



A diversão



Confesso que ir no final do ano foi uma coisa pensada. Sabíamos que se chegássemos no período das datas festivas poderíamos curtir um pouco o lado turístico do local sem tanta pressão. E foi o que fizemos, afinal, para mim e para o Leandro, estes dias seriam de férias!!!

Por isso, fomos esquiar uns dias em Whistler, que fica a mais ou menos a duas horas de Vancouver. Eu e o Mauricio já conhecíamos o local, mas para o Leandro foi a primeira vez. Whistler é uma cidade maravilhosa e está na minha lista dos melhores lugares do mundo (para mim, é claro!). Para se ter uma idéia, sou apaixonada pela Disney e sempre que posso viajo para lá. Mas depois que fui a primeira vez para Whistler, fiquei tão encantada que hoje digo que o local disputa o ranking com o Mickey. Farei um post só para falar de lá, porque o local merece.

Também aproveitamos para passear um pouco em Vancouver, sobretudo Downtown.



Bagagem para Whislter

Comida

Este é um assunto que também merece um post exclusivo, pois são vários pontos que podem ser comentados... Em resumo, tentamos explorar as oportunidades do dia a dia de Coquitlam, nossa nova cidade. Fomos em restaurantes, mercados, quitandas, mercearias e tudo o que havia na vizinhança. Fácil???? Nem um pouco. Mas deu para sentir o que nos espera!

Antecipo uma coisa, assim como os EUA, para quem gosta de tranqueiras, os mercados são "prato cheio". Para quem vive na dieta (como é o nosso caso), tem que estar disposto a gastar $$$$.

Oferta de supermercado é que não falta. Nós visitamos diversos Safeway, Save on Food, Canadian Super Store, T&T Supermarket (este especializado em comidas asiáticas), entre outros.



Fábrica de cerveja



Transporte


Tráfego intenso???? Sim, isso existe em Vancouver. Mas a boa notícia é que acontece apenas nos horários de pico. E ainda assim, sem comparar com São Paulo, pois apenas as grandes avenidas ficam com trânsito intenso. Como alternativa ao carro, existe o trem (mas sem muita opção de linha), o skytrem (tipo metrô, mas não é subterrâneo), seabus (tipo um ônibus aquático) e, claro, os tradicionais carro, moto e bicicleta.

Uma coisa eu achei legal. Nas horas de maior movimento, as linhas de trem disponíveis para transporte de carga, funcionam em horário especial para transporte de pessoas. Mudam-se os tipos de trem e você pode usufruir de mais esta opção para o período de maior tráfego.



Esperando o trem em Coquitlan



Skytrain

Horários

Para quem mora (ou já morou) em São Paulo conhece um conceito chamado 24h. Claro que é uma cidade complicada e estressante, mas se tem uma coisa que sempre admirei e usei por lá foram os serviços que funcionam 24h por dia. Alguns negócios nem chegam a "virar a noite", mas ficam abertos ao público muito além das 18h. São vários os estabelecimentos a disposição fora do horário coemrcial e vão  muito além dos tradicionais bares e restaurantes.  O paulistano acaba acostumando a usufruir dos serviços até tarde da noite e acabam sentindo a diferença quando visitam qualquer lugar do mundo. Imagina o choque para quem vai morar fora e percebe que as cidades dormem! Claro que esta é uma metáfora, mas como bons paulistanos, aprendemos a fazer muita coisa a qualquer hora, sobretudo após o período de trabalho.

Na região de Vancouver, assim como a maioria das cidades, são raros os estabelecimentos que funcionam até tarde. Muito pelo contrário, o normal são os comércios pararem por volta das 18h. Certamente será mais uma questão para se adaptar.

Além disso, no inverno o dia é mais curto. Entre 15:30h e 16:00h já começa a escurecer. Para quem não está acostumado, isso passa a ser muito estranho. Quando são 19:00h já começa a dar um soninho.... Se não se controlar, vai correr o risco de hibernar!


A conclusão

Bom, para resumir, não temos uma opinião formada pois só o tempo nos dará a experiência necessária para avaliarmos o local. Tudo foi muito corrido....

Agora, a brincadeira vai começar pra valer!!!



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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

- A viagem da Jesse e Bart (dogs)



A viagem dos cachorros foi milimetricamente planejada por nós para minimizar o sofrimentos deles, aliás, melhor do que a nossa própria.

Levá-los nunca foi uma dúvida. Isso sempre fez parte dos nossos planos, mesmo porque os consideramos nossos filhinhos. A dificuldade estava em saber como seria a viagem deles e como seria a adaptação ao Canadá, sobretudo pela diferença de clima.

Os nossos cachorrinhos tiveram que ir obrigatoriamente como "carga" por causa do tamanho e do peso, conforme post "Passagens e datas marcadas". Por isso, a viagem deles foi agenciada por uma empresa especializada.

Como parte da viagem, tivemos que cuidar de muitos detalhes que incluíram check-up da saúde deles, laudos veterinários, caixa de transporte, documentações, vacinas, taxas na cidade que iríamos, etc. E não foi pouco preparo, mas entre todos os itens, sem dúvida a parte mais dificil foi adaptá-los à caixa de transporte na qual teriam que ficar por mais de 30 horas contínuas. A vantagem do Canadá é que não exigem quarentena, o que já foi um alívio.

Em relação às caixas de transporte, para o caso do Bart houve uma peculiaridade. Como ele é da raça Pit Bull, tivemos que comprar da própria empresa um modelo específico, feito em madeira e com alguns furos. No início ficamos morrendo de dó dele, mas depois, queríamos uma igual para a Jesse. Por ser de madeira, a caixa é muito rígida e estável, o que é muito bom porque não sofreria tanto com turbulências e instabilidades do vôo, pouso e decolagem.

Caixa de transporte do Bart

Já a Jesse, foi um caso um pouco mais complicado. Ela é uma cachorra super nevosa, medrosa e ansiosa, sem falar que é grande e espaçosa. A pequena cachorrinha mede 1,20m de comprimento (sem o rabo),  por isso, fizemos questão de comprar a maior caixa que existe no mercado, de preferência uma "mansão de transporte". Queríamos oferecer o maior conforto possível, conclusão, compramos uma caixa que é usada para transporte de São Bernardo. Foi muito difícil de achar e sempre que encontrávamos para comprar, custava muuuuuuito caro. No fim, optamos pela Pet Tour 70.  Onde compramos? No próprio Canadá, em uma viagem que o Mauricio fez para lá ao longo do ano de 2012. No Brasil o preço médio é de R$ 1.500,00, mas lá foi comprada por CAN$ 250,00. Esperávamos que isso facilitasse um pouco a viagem dela. Nem conseguíamos imaginar qual seria a reação da nossa princesa, coitadinha!


Caixa de transporte da Jesse


Bom, definida a empresa (Carga Viva Export), agendada a data da viagem deles, saúde em ordem, documentos e laudos em mãos, restava a nós adaptá-los às suas respectivas casinhas. As caixas ficaram em nossa casa por mais de um mês, ocupando a nossa sala e escritório. Quase tivemos que sair do apartamento para que coubessem lá. Mas isso faz parte do negócio. E a reação deles? O mais inesperado possível. O Bart amou as caixas, tanto a dele como a da Jesse. Sem nenhum tipo de medo ou constrangimento, ele entrava sozinho, acomodava-se e tirava a maior soneca (do tipo de dar inveja). Já a Jesse foi um sacrifício convencê-lá a entrar. Ficar lá dentro então, nem por decreto.

Durante o treinamento de adaptação da Jesse à caixa, o máximo que conseguimos dela foi que ficasse lá dentro deitada por uns 20 minutos. A situação estava difícil, ela só precisava agüentar mais umas 30 horas. Coitada!

Bom, para aumentar a nossa apreensão, quando embarcamos para o Canadá (25/12), a data deles ainda não havia sido confirmada pela Cia Aérea. A justificativa eram as nevascas. Quando chegamos em Vancouver, ainda enquanto esperávamos nossa bagagem na esteira, ligamos para a empresa responsável pela viagem dos cachorros e, Graças a Deus, confirmaram o embarque deles para dia 27/12 saindo do Brasil e chegando em Vancouver no dia 28/12, às 21:00h (horário local). O itinerário foi definido da seguinte forma:

- 12:00h (Brasil) translado de casa para o aeroporto de Cumbica
- 16:00h (Brasil) vistoria pelos órgãos brasileiros
- 23:00h (Brasil) embarque pela Continental com sistema Pet Safe
- 06:00h (Houston) conexão nos EUA onde ficaram 12 horas esperando pelo vôo para Vancouver. Lá passaram por um tipo de "desestresse" em uma área reservada para animais. Além disso, foram avaliados pelos órgãos americanos e monitorados por veterinários enquanto ficaram na espera do próximo embarque.
- 18:00h (Houston) embarque para Vancouver
- 21:00h (Vancouver) chegada no Canadá

Quando o Leandro (irmão do Mauricio) nos ligou dizendo que a empresa responsável já havia ido buscá-los em casa bateu o desespero em nós dois. Eu em particular comecei a chorar e fiquei em pânico com medo que algo acontecesse com eles.

Quando deu 21:30h, no dia seguinte, fomos buscá-los no aeroporto no setor de carga, da Cia Aérea Continental. Tivemos que pagar umas taxas e tudo isso levou mais uma hora de agonia, e até o momento não tínhamos notícias dos cachorros, apenas guias para pagamento.

Depois de tudo pago, o rapaz da Cia Aérea pediu que fôssemos retirá-los no portão ao lado pois eram muito grandes. O homem que foi nos entregar as criancinhas primeiramente fez umas perguntas que quase nos mataram do coração:

- The Pit Bull is your dog?
- Yes, yes, yes
- Was he sick?
- He is old, why? Where is he? Is he good?
- Because there is a milk in his eyes...
- Ufa! Is that it? So that is ok, because he is old.... Can I see him?

Aí a pessoa nos trouxe os cachorros.

O Bart estava deitado, com aspecto de exausto e sonolento. A Jesse estava sentada e apavorada. Mas nem pensamos muito, abrimos os lacres das caixas o mais rápido que pudemos e eles fizeram a maior a festa quando nos viram. A Jesse pulava e corria como se fosse um carneiro. No mínimo devia estar tentando alongar os músculos nas perninhas. Tadinha!

Mas o sufoco havia acabado. O rapaz da Cia Área nos instruiu de que provavelmente eles passariam por uma semana com comportamento atípico e que isso era comum. Mas nossos filhos foram heróis. Nada de comportamento estranho, ao contrário, foram eles mesmos!!! Depois de mais de 30 horas de estresse, fizeram festa, nos beijaram, choraram e ficaram muito bem.

Finalmente chegamos em nossa nova casa, onde as caminhas novas os aguardavam com cobertores e brinquedos. Demos janta para eles e foram nanar. O primeiro sonho em terras canadenses!


Os dogs ainda no aeroporto após a chegada

Abaixo, segue um vídeo do treinamento da Jesse para se adaptar à caixa de transporte (com som). Para ver com o som, sugiro ver pelo computador através de um navegador.
Caso prefira ver pelo youtube, utilize o link http://youtu.be/FA1659J0hnY



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