quinta-feira, 22 de agosto de 2013

- Arquitetura no Canadá - parte 1



*Antes de você começar a leitura deste post, quero lembrar que o texto foi elaborado com base no pouquíssimo conhecimento que eu tenho no momento a respeito de arquitetura no Canadá. Por mais óbvio que seja, quero ressaltar que tudo o que está escrito aqui não deve ser considerado como fonte de informações relacionada à profissão, mercado de trabalho e tampouco sobre validação de documentação. Desta forma, antecipo que não tenho conhecimento suficiente para avaliar o mercado e nem oportunidades da área. Sem mais delongas, vamos lá...
 
Como já escrito no blog, somos um casal de arquitetos loucos suficientes para deixar uma vida profissional (e pessoal) para trás e imigrar para o Canadá em busca de um novo modo de vida, e isso significa mudar nossos costumes. E mais do que isso, mudar nossos valores e maneira de encarar a vida. Para deixar bem claro, em nenhum momento viemos atrás de dinheiro e/ou ascensão profissional.

Mas isso também não significa que pretendíamos esquecer nossas experiências adquiridas na carreira e fingir que não aprendemos nada até hoje. Nós dois completaremos 10 anos de formado agora em dezembro e, vamos combinar, o nosso conhecimento profissional aumentou muito neste período. Mesmo sabendo que ainda temos muito para aprender, não dá para descartar o que já conseguimos até hoje né?! Pensando nisso, nosso plano macro foi o de trabalhar na nossa área, até porque fizemos o processo de Skilled Worker e, em tese, teríamos oportunidades como arquitetos no Canadá. No entanto, sempre tivemos consciência de que daríamos alguns muitos passos para trás na nossa carreira, sobretudo no início da vida canadense.


PREPARATIVOS NO BRASIL

Apenas como contexto, lembro que quando fizemos o processo de imigração, as coisas eram um pouco diferentes de hoje. O tempo era de pelo menos dois anos de espera e o andamento do processo era incerto em relação a sua evolução, e não sei o porquê, o acompanhamento do status pela internet era algo que não funcionava e vivia desatualizado. As notícias concretas eram apenas através do recebimento de cartas (até parece que foi a mil anos atrás). Cada correspondência era um passo que havia avançado, mas até o recebimento da última solicitando os nossos passaportes, não arriscamos fazer nenhum planejamento real. Até então, era só a vontade de mudar.

Resumindo, por um tempo deixamos a nossa vida em stand by porque não sabíamos se viríamos ou não. Foi um período meio "perdido" em que ficamos em cima do muro. O máximo que fazíamos era viajar a turismo mesmo. Sempre usávamos a frase: "não sei se vale a pena fazer isso, porque não sabemos se vamos para o Canadá e blá blá blá..." Era um saco! Por conta de tantas incertezas, não tínhamos nenhuma opção debaixo da manga quando chegamos no país. Nenhum emprego, nenhuma entrevista, nada em vista.

Nos 3 meses antecedentes à nossa vinda, tentamos correr atrás de informações mais sólidas sobre o nosso mercado de trabalho na cidade em que tínhamos escolhido. Queríamos nos preparar para a nova fase o máximo possível, mas isso foi em vão. Enquanto estávamos no Brasil, não foi muito fácil conseguir informações úteis e todo o conteúdo que conseguíamos era sempre muito vago. Em função disso, não pudemos nos preparar muito para o que viria pela frente, assim, assumimos que seria pelo caminho mais difícil e faríamos tudo na raça mesmo. Resolvemos que aceitaríamos iniciar em algo simples (survival job) até nos adequarmos a nossa área. Estando ainda longe, restou poucas alternativas e faltando um mês para a viagem a única coisa que fizemos foi juntar o máximo de documentos profissionais que pudemos. Traduzimos somente os do Maurício e os meus eu deixei para traduzir no Canadá.

No meu caso, eu tenho duas formações e ainda não sabia sei qual é o mercado local com mais e melhores oportunidades. E como ainda tinha tenho que aprender o idioma, não quis antecipar gastos na tradução de qualquer coisa sem saber o que realmente seria necessário.

Para resumir, não sabíamos o que os canadenses iam querer de nós, mas sabíamos o que podemos oferecer. Pensando desta forma, separamos os documentos que pudessem comprovar as nossas experiências:

- diplomas
- certificados de cursos complementares e especializações
- históricos escolar
- cartas de referência
- fotos e históricos de projetos realizados
- ementa (*)

* A ementa, para quem não sabe, é a descrição de um curso e de todas as matérias que o compõe. Cada instituição dá um nome para este documento, mas o que vale é o conteúdo. Esta ementa deve descrever detalhadamente cada disciplina e as respectivas cargas horária. O documento é utilizado para fazer a equivalência das matérias, pois como cada universidade pode dar o nome que bem entender para as disciplinas, fica difícil avaliar o que o aluno realmente aprendeu. Por isso, é imprescindível ter este documento para quem pretende (ou for obrigado) estudar por aqui. Isso facilita a análise da formação do profissional e permite eliminar matérias de cursos locais e diminuir o seu tempo de duração. A ementa é mais importante para profissões regulamentadas para as quais a formação do profissional é avaliada por algum órgão local.

Mas de todos os documentos citados acima, hoje eu diria que as cartas de referência são as peças mais importantes deste quebra-cabeça.


NO CANADÁ: ARQUITETURA

Antes de mais nada, todas as informações que passarei aqui não são formais e não devem ser consideradas como verdade absoluta. Apenas descreverei as coisas que conseguimos até o momento e são válidas para a região que estamos, British Columbia.

Indo ao assunto... quando chegando no país o Maurício foi logo saber como "ser arquiteto" no Canadá. Até então, a única coisa que sabíamos é que é profissão regulamentada. Aqui, assim como no Brasil, existe um órgão responsável pelos arquitetos chamado Architectural Institute of BritishColumbia (AIBC) que seria o equivalente ao antigo CREA e atual CAU. Ele foi até lá para saber como as coisas funcionam e o que descobriu foi que a primeira coisa que um arquiteto estrangeiro tem que saber quando chega no Canadá é se é um profissional elegível (ou não) para ser arquiteto.


SER ELEGÍVEL OU NÃO, EIS A QUESTÃO

Mas o que isso quer dizer? Esta expressão "ser elegível" significa que a pessoa graduada em arquitetura tem condições técnicas para exercer a profissão no país de acordo com as necessidades locais. Aqui, ter o título de arquiteto não é algo simples que vem automaticamente após o término da faculdade, na qual basta fazer um bom trabalho de graduação no final do curso e pronto.

Ser arquiteto no Canada é um pouco mais complicado e a profissão é levada bem mais sério. A diferença principal está na questão do registro. Após a conclusão do curso, o estudante formado por aqui ainda precisa fazer mais dois anos de especialização e, após isso, ainda fazer uma prova para conseguir tirar o registro. Antes de qualquer pânico, mesmo sem o registro é possível trabalhar como arquiteto em algum escritório, mas o profissional não poderá assinar nenhum projeto tecnicamente e claro, não será contratado como arquiteto. Provavelmente terá um cargo de desenhista, designer de interiores ou similar.

No caso de um imigrante que já seja arquiteto no país nativo, quando chega no Canadá, pode aplicar para saber se é elegível ou não. Para isso é feita uma avaliação da experiência na carreira, que deve ser comprovada através de uma entrevista e por papéis (cartas de referência, contratos, portfólio, diplomas, históricos, etc).

Basicamente é avaliado o conhecimento técnico com o propósito de saber se o profissional é habilitado para atuar na área por aqui. Traduzindo em meias palavras, se a pessoa sabe projetar em conformidade às condições locais. Neste caso, é bem dividido arquitetura de design de interiores.

As principais habilidades consideradas para a elegibilidade são:

- criatividade,

- habilidade de desenho,

- proficiência em matemática,

- habilidade em CAD (preferencialmente sistema BIN),

- conhecimento oral e escrito do inglês (incluindo termos técnicos da área),

- qualidade e clareza na comunicação (o que é diferente de saber o idioma),

- conhecimento em técnicas construtivas similares às do país.

Em relação a tudo que é avaliado, não vejo nenhum problema pois é a base de arquitetura mesmo. Talvez a única coisa que complica seja a questão dos métodos construtivos que são bem diferentes das do Brasil. Aí, não ter este conhecimento é algo natural mesmo. Mas um pouco de estudo pode resolver o caso.


CASO 1 : profissional não elegível

A primeira coisa que o arquiteto tem que ter em mente é que a forma de projetar é completamente diferente. Os principais quesitos considerados importantes são os conhecimentos técnicos relacionados aos métodos construtivos, que devem ser adequados às condições climáticas (neve, vento, temperatura, localização no hemisfério norte, etc) e à prevenção contra incêndio.

Vamos supor que o profissional seja excelente, fez milhares de projetos maravilhosos no Brasil, era famoso e ainda assim não consiga comprovar experiência suficiente para trabalhar como arquiteto no Canadá. É um caso perdido???? Não. E não há necessidade de se desesperar pois há solução.

Esta pessoa terá que fazer um curso de adequação para complementar o seu conhecimento profissional para se tornar elegível. Aí entra a história daquele documento chamado ementa. Será feita uma avaliação de equivalência entre os cursos do Brasil e os daqui. Dependendo de como foi a formação do aluno, assim como a sua performance, várias matérias serão eliminadas. Então, o tempo deste curso poderá variar muito, podendo ser de 1 ano a 5 anos. Após o curso, aí sim o profissional poderá fazer a prova para se tornar arquiteto registrado.


CASO 2 : profissional elegível

No nosso caso, apenas o Maurício já foi ver qual é o seu "status". Ele tem alguns pontos a favor pois já trabalhou na Suíça e sabe fazer projetos em condições equivalentes às canadenses (exceto as questões legais). Como ele tinha como comprovar esta experiência somada às adquiridas no Brasil, ele foi considerado elegível. Mas a história não pára por aí...

Para conseguir o título, ele precisa primeiro trabalhar em uma empresa de arquitetura por seis meses, na qual o arquiteto titular seja registrado. Após este período, este arquiteto deve dar uma carta indicando o Maurício a ser registrado.

Com a carta em mãos, ele aplica para tirar o registro. A partir daí, fará uma prova e passará por uma avaliação técnica feita por um Board (um grupo específico de arquitetos) que verificará se ele estará habilitado para tirar o título.

Ufa! Estando tudo ok, recebe o registro.

A grande dificuldade disso tudo é conseguir emprego em uma empresa que esteja disposta a fornecer a tal carta e que o arquiteto titular seja registrado e ainda dê a indicação. Mas aí, eu já acho que é uma questão de tempo. Por isso, se a pessoa realmente quiser ser registrado, terá que se focar neste detalhe na procura do emprego. A vantagem é que é um profissional mais valorizado, claro, além de poder assinar projetos.
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No meu caso, ainda não sei se trabalharei nesta área ou na outra, então nem perdi tempo correndo atrás destas coisas. O Mau acha que vale a pena tirar o registro pela valorização de currículo, mas isso será algo mais para o futuro porque ele ainda precisa criar um histórico por aqui que comprove a experiência e subir um pouco no plano de carreira para chegar na tal carta.

Na prática, eu acho que o tempo de fazer o curso ou conseguir a tal carta é o mesmo. A vantagem de já ser elegível é que não precisa gastar $$ pagando por uma outra faculdade, mesmo que seja parcial.

O que eu acredito, é que independente da formação ou qualidade profissional, o imigrante tem que ter paciência pois é um recomeço na carreira. Tem estar disposto a descer vários degraus da escada na profissão. Eu em particular acho que isso faz parte e ninguém disse que seria fácil. Se já é difícil se destacar na área no próprio país onde tudo é conhecido, não precisa nem dizer o quanto é mais árduo o trabalho em outro país. Ou seja, aqui temos que voltar para trás para começar a carreira novamente láááá do início. Se vale a pena? Só o tempo nos mostrará.

Bom, mas aí vai de caso a caso. Espero que este post esclareça um pouco para quem tem dúvidas a respeito.  


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Mais informações... no próximo post (clique aqui). Se você leu até aqui e ainda tem dúvidas sobre a nossa opinião a respeito do mercado de trabalho, sugiro ir vários posts a frente clicando aqui.

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NOTA IMPORTANTE PARA INTERESSADOS EM ARQUITETURA

Para informações a respeito de cursos de arquitetura e áreas relacionadas, consulte um site interessante clicando aqui.

Além deste, duas universidades mais conhecidas por aqui também oferecem vários programas interessantes e vale a pena acessar os sites da UBC.

Abaixo relaciono alguns links diretos ao assunto que podem ajudar:

UBC - ARQUITETURA

UBC - SUSTENTABILIDADE

UBC - PAISAGISMO

UBC - URBANISMO

UBC - MERCADO

UBC - PROGRAMA

domingo, 11 de agosto de 2013

- Dia dos pais



É inveitável deixar este dia passar em branco aqui no blog. E claro, o texto é para o meu amado papai: Pedro Fernando. 

Meu pai é uma pessoa única, um homem incrível que consegue unir muitas qualidades, mas muitas mesmo. É empreendedor, criativo, inteligente e, principalmente, apaixonado. É apaixonado pelas conquistas, pela vida e pelas pessoas.

Um homem de garra e muita força de vontade. Sem dúvida nenhuma um batalhador. Tudo o que se propõe a fazer, faz direito, e nunca deixa nada pela metade. Não se deixa abalar por nada e é um eterno otimista. Corre atrás do que quer e do que acredita. E mais do que isso, é um super motivador que nunca deixa a peteca cair, nem a dele e nem a de qualquer um que esteja em volta. É uma pessoa contagiante e sabe incentivar.

Mas tudo isso tem um preço: está sempre com pressa. Nem ele sabe mais o porquê, mas vive correndo e certamente é a pessoa mais ansiosa do mundo. Dizem que vive ligado no 220V, mas eu acho que é muito mais do que isso. Ele mesmo diz que tem um “pouco a mais de energia” do que as outras pessoas, e ainda explica que é porque é baixinho e o sangue circula mais rápido no corpo. Talvez até seja, pois não consegue ficar parado.  Como consequencia de tanta ansiedade, é explosivo. Não tem paciência e fala logo o que pensa, e se precisar, até berra! Mas tem um coracao de ouro, pois por ser deste jeito, não guarda rancor. Se discutir agora, no próximo segundo já esqueceu o que aconteceu. E isso é ótimo pois vive de bom humor, assobiando, cantando e contando piada.

É uma pessoa a se admirar e um verdadeiro pai de família. Foi participativo na minha infância e tenho sorte por isso, pois sei que é algo raro. Contava histórias criativas e brincava muito comigo e com meu irmão. Guardo muitos bons momentos de criança que levarei por toda a vida. Uma cena que me marcou é algo que fazia parte da rotina da nossa família. Morávamos em um pequeno sobrado e todas as noites quando meu pai chegava do trabalho ele  gritava bem alto “papai chegou”. Eu e meu irmão corríamos ansiosos para dar oi e abraça-lo. Depois disso jantávamos todos juntos sentados à mesa na cozinha. Lembro-me de olhar fixamente para ele e minha mãe enquanto conversavam. Eu adorava aquilo. Era algo extremamente simples e corriqueiro, mas era muito valioso para mim. Até hoje fico encantada com os momentos que repetimos isso e ele diz com um sorriso natural: “é muito bom ter toda a família reunida”.

Definitivamente foi meu heroi. Mas não não digo isso como “clichê”, e sim porque me passou muitos ensinamentos. Me educou, me incentivou e me fez sempre andar para frente. Me ensinou muitas coisas de grande valor e que são para a vida toda. Me mostrou que os obstáculos fazem parte da vida e que somos formados pelas nossas experiências, que nada mais são que a nossa vivência. Permitiu que eu errasse para aprender. Deixou que eu caisse e me ensinou a levantar. Foi, é e sempre será meu porto-seguro. É minha referência.

Quando fiz quinze anos ele me disse: “Filha, você ainda passará por muita coisa na vida e terá muitas pedras no seu caminho. Se eu pudesse, passaria as minhas experiências para você, mas isso, é algo que a vida lhe ensinará”

E o maior aprendizado que eu tive foi que a vida não é fácil, que sempre terei obstáculos e que devo enfrentá-los sem medo de errar. Que o erro traz a experiência e que o medo é algo natural. Mas que o segredo é não deixar que o medo seja maior que a vontade.

Papai, obrigada pelas lições, pelo apoio e, principalmente, pelo amor de todos os dias.

Te amo e tenho muito orgulho de você.














domingo, 4 de agosto de 2013

- Curso de inglês para imigrante Canadá (ELSA)





O assunto deste post é sobre o curso de inglês que comecei a fazer. Lembrando que sou imigrante (residente permanente) e a minha experiência é válida para pessoas na mesma situação. Caso não seja o seu caso, também vale a leitura pois fala de uma maneira geral sobre aulas e a minha vivência, ou melhor falando, a minha sobrevivência como "analfabeta".

Para começar (para quem não sabe), não falo absolutamente nada de inglês. Por isso, diferentemente da maioria dos brasileiros imigrantes que chegam por aqui e já começam a procurar emprego, estou alguns passos atrás, na verdade muitos. Então, ao invés de ficar esperando aprender o idioma por osmose, através de simpatia ou vodu, resolvi enfrentar o problema de frente e ir logo fazer um curso. Mesmo porque, eu não tinha outra opção.

Uma coisa muito boa é que o Governo oferece um curso gratuito para os imigrantes adultos, chamado ELSA (English Language Services for Adults). Para participar deste programa, é preciso fazer uma inscrição preenchendo um formulário num dos postos autorizados na sua região. (ver em "How can I apply for ELSA?no site www.elsanet.org).


Após ter "aplicado" para o curso, o interessado deve aguardar a chegada de uma carta com o agendamento de um teste que é feito para avaliar o nível do aluno, ou seja, a prova não é eliminatória e sim classificatória. No meu caso, esperei por três semanas após a inscrição. A partir daí, é avaliado o nível do inglês e são indicadas quais as escolas que estão disponíveis na cidade em que o estudante reside de acordo com o nível definido. O aluno escolhe uma destas unidades e se houver vaga a pessoa pode começar imediatamente, caso contrário, fica em uma lista de espera aguardando ser chamado.

É tudo muito bem estruturado. Para começar, se o imigrante tiver filho pequeno e não tiver com quem deixá-lo, o governo disponibiliza um serviço de Day Care (tipo uma creche). Se a criança já tiver idade para freqüentar a escola, vai diretamente para os estudos. O curso pode ser "part time" (3,5h/dia, 4 X semana), "full time" (5,5h/dia, 4 X semana), "evening" (3h/noite, 3 X semana). O teste para classificar o nível é bem típico, com avaliação de questões de múltipla escolha, interpretação de texto, redação e entrevista com um técnico (comigo foi uma senhora suuuuper legal e educadíssima).

No meu caso, para a minha surpresa fui avaliada no nível 4. No mínimo a examinadora deveria ter tomados "umas" antes de conversar comigo! Fiz o teste certa de que o resultado seria p patamar mais baixo possível. No total, o ELSA trabalha baseado em 7 níveis que são considerados suficientes para o inglês básico nas 4 habilidades do idioma (listening, writing, speaking, reading). Caso queira se aperfeiçoar, pode depois fazer um curso acadêmico.





Mesmo achando que o resultado tenha sido incoerente,  fiz a minha inscrição em uma escola próxima de casa. Como tive que ficar em uma lista de espera com 19 pessoas a minha frente, optei em estudar numa unidade mais afastada do que a minha primeira escolha. Eu não queria de jeito nenhum protelar a saga do idioma. Enfim, comecei o meu curso.

No início estranhei um pouco o método já que iniciei as aulas no meio de uma semana (quarta-feira) e fui para uma turma que já estava em andamento. Neste sentido achei tudo bem confuso, mas depois entendi melhor como as coisas funcionam. No primeiro dia fiquei completamente perdida. Sentei entre uma iraniana e um chinesa e, para piorar, neste dia nem era o professor oficial que estava dando aula, e sim um substituto.

Tenho que admitir que foi tudo muito estranho. Antes de mais nada não me lembrava mais como era ser estudante e no primeiro dia não levei nada de material escolar, apenas peguei uma caneta em casa e algumas folhas de papel sulfite. A sensação foi meio louca. De repente me vi entre estranhos, falando outra língua e em um lugar completamente desconhecido. Simplesmente não entendia nada do que estava acontecendo ao meu redor. Quase entrei em pânico, mas antes que isso acontecesse, respirei fundo, lembrei de tudo o que já passei para chegar até aqui, recordei que sobrevivi a reuniões difíceis com pessoas importantes no meu antigo trabalho, lembrei que não sou mais criança e não adiantava ligar para minha mãe e pedir socorro (afinal, ela estava longe rsss). Na falta de alternativa, coloquei um sorriso no rosto e pensei comigo mesmo: "relaxa, você já fez coisas bem mais difíceis... E se os chineses sobrevivem a isso tudo, você certamente conseguirá (kkkk)". Além disso, nunca deixei minha insegurança ser maior do que a minha vontade, então,  resolvi abraçar a oportunidade, tirar proveito da situação e dar risada das bobagens que eu mesma falava. Eu já estava arriscando tudo mesmo, o que seria mais isso? 


A única coisa que me diferenciava da maioria dos outros alunos é que não tinha nenhum colega da mesma nacionalidade que a minha no curso, nem mesmo um latino qualquer.... Como eu, apenas uma russa que também estava perdida entre os asiáticos. O resto era ou chinês, ou coreano, ou iraniano e acabavam ficando em grupinhos separados de acordo com o país de origem.. Uma coisa engraçada é que quando se ouve coreano falar inglês, parece que ele ainda está falando coreano. Sério, não dá para entender absolutamente nada, é como se ainda falassem no próprio idioma (??) 


Para resumir, me senti ridícula pela falta de conhecimento no inglês. E não é nada fácil aprender regras gramaticais quando nem vocabulário se tem. É como ter aula de gramática no colegial mas com o conhecimento de palavras do jardim de infância. É difícil discutir regras, tempo verbal, objeto, sujeito, etc, etc, etc quando não se tem idéia do que significam as palavras no quadro negro. O Mauricio diz que não leio revista, mas que eu leio as figuras!! (Kkkkk) Todos os dias me pergunto porque fiz ballet na adolescência ao invés de um curso de inglês!!

Para concluir, depois fui entender o método do curso e de fato faz sentido. Todos os dias imigrantes tentam se inscrever no ELSA, e se estas pessoas fossem esperar abrir novas turmas, o negócio não iria evoluir nunca, por isso, não há inicio e nem fim das turmas de cada nível. O aluno simplesmente entra num curso que fica em andamento "eternamente". É uma coisa mais ou menos cíclica e o professor não se foca muito em uma única lição, assim, todos aprendem um pouco todos os dias, independente de quando tenha iniciado as aulas e qual conhecimento que tenha. A dificuldade é que a falta de foco em determinado assunto não facilita o aprendizado, mas aí vai depender da dedicação do aluno.  Outra coisa positiva é que o estudante pode mudar de nível a qualquer momento, desde que tenha condições para isso (é feito uma prova para avaliar).


O que eu gostei bastante, é que além do inglês também são ensinadas algumas coisas sobre o país, principalmente a respeito da cultura para ajudar o imigrante a se integrar melhor ao local e evitar o excesso de "foras".

O professor tem sido bem legal e também é imigrante, ou seja, já passou pelo o que os novatos passam. Assim, vive contando histórias e "causos" da própria vida como exemplos.

Enfim, tenho ido às aulas de manhã e no período da tarde tenho trabalhado para o Brasil ainda finalizando alguns projetos que estão em andamento. Espero poder me dedicar mais aos estudos assim que concluir estes trabalhos brasileiros. Até lá, vou levando do jeito que dá, engasgando, gaguejando, rindo muito e fazendo cara de paisagem!!

Detalhe importante: Este curso é apenas para imigrantes e não para pessoas interessadas em intercâmbio e similares. Não é algo temporário que dura apenas alguns meses. Tudo o que é feito está vinculado ao governo e está diretamente relacionado ao processo de imigração.


NOTA: Depois de ter escrito este post, já precisei acrescentar algumas notas em relação ao curso mencionado acima. Acompanhe a atualização no post "PS: Mais info sobre Curso de inglês para imigrante Canadá (ELSA)"

Ao escrever um comentário, por favor, indique um email de contato (que não será divulgado publicamente)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

- Organizando e decorando a casa no Canadá (Vancouver)





Junto com qualquer mudança vem o planejamento, a organização e a decoração. Como arquiteta eu deveria estar tranquila e feliz, afinal é algo conhecido certo? Errado! Na verdade comigo foi exatamente o oposto!!!

No Brasil, sempre cuidei do meus projetos pensando nos mínimos detalhes, não só para os clientes, mas para mim mesma também. A questão é que isso acabava exigindo um investimento relativamente alto, sobretudo porque eu preferia serviços personalizados. Foram raríssimos os casos em que comprei móveis prontos, principalmente porque tentava aproveitar cada canto possível, mas isso fazia parte da natureza do meu trabalho.

Quando você passa a viver em outro país, é inevitável mudar o jeito de ser e de pensar pois querendo ou não, o universo passa a ser outro. Depois de anos projetando, calculando, dimensionando e personalizando, exatamente no momento da nossa mudança fui obrigada a deixar absolutamente tudo de lado e me adaptar ao nosso novo modo de vida, ou seja, sem dinheiro, sem espaço, sem marceneiro, sem marca nos móveis… para resumir, sem nada! E isso é muuuuuito difícil. Talvez para algumas pessoas seja algo simples, mas para mim que vivi disso até hoje, nossa, é uma crise existencial (que exagero!!!). Mas como já falei aqui no blog e vou repetir: para ser imigrante tem que estar disposto a mudar, e quando digo isso, me refiro a mudar mesmo. Ok, ok, esta foi a premissa da imigração certo???  Mas tenho que admitir, é F*** !!!

Apenas para esclarecer, não estou abrindo mão dos meus conhecimentos e experiências profissionais, apenas no momento da minha mudança tive deixar isso um pouquinho de lado! Continuo sendo arquiteta!!!

Bom, indo ao assunto que interessa, falarei da minha experiência na decoração do novo apartamento, lembrando que estou alugando um imóvel, e não comprando.

O CONCEITO

Em geral, os imóveis vem com todos os acabamentos prontos, persianas (simples, mas funcionais), luminárias (as principais), gabinetes nos banheiros e a cozinha equipada com armários e eletrodomésticos pesados como geladeira, fogão, exaustor (não é coifa) e lava-louça. Em alguns casos, se der sorte, com microondas. A parte da lavanderia vai depender do tipo de imóvel que alugar, pois pode ser independente (dentro do próprio apto já com as máquinas e só para você, que é o ideal) ou comunitária (fora do apto em um espaço comum para outros residentes também usarem).

Sabendo disso, o primeiro passo é admitir que você viverá num patchwork, pois parte das coisas serão suas e parte serão originais do imóvel.

Em segundo lugar, você deve aceitar que se não for o primeiro imóvel que estiver morando no Canadá, pode ser que as coisas que você já tem não combinem com as existentes da “nova casa” (normalmente móveis da cozinha). Aí o negócio é tentar dar uma integrada ou assumir de vez que a cozinha (geralmente tipo americana em aptos pequenos) será diferente do resto mesmo. Nem sempre dá para ter o ideal né!!

OS MÓVEIS

A questão dos móveis é algo muito particular, umas pessoas preferem o bonito, outras o prático, algumas o confortável e eu (claro), quero tudo junto (kkkkk). Ok, ok, eu sei que todos querem isso, mas se não conseguir conciliar, pessoalmente eu dou preferência para o prático, confortável e o bonito, necessariamente nesta ordem. Pensando nisso, fomos às compras para adquirir alguns itens que precisávamos.

Naturalmente como arquiteta sofri, mas percebi que o importante neste caso é aceitar ter as coisas mais simples possíveis para não gastar muito $$ em algo que será temporário. Não adianta, pesquisei bastante e definitivamente não há lugar melhor que o Ikea para mobiliar a casa com preço baixo. Mas mesmo lá, fique atento aos valores pois é possível sim gastar muitos e muitos dólares. Para se ter uma idéia, você pode encontrar sofá com as mesmas dimensões (e modelos diferentes) nesta loja, sendo um a CAD$ 500.00 e outro a CAD$ 2,000.00. Portanto cuidado!!! Não se empolgue achando que só porque está lá vai economizar, não tem jeito, tem que garimpar.

No nosso caso, fomos para o segundo imóvel e tivemos que aproveitar algumas coisas que acabamos adquirindo para usar no primeiro. O apartamento anterior que nós alugamos já era mobiliado, mas ainda assim precisamos comprar alguns itens para complementar o que existia e melhorar o espaço (estante, criado-mudo, rack, etc). O problema foi que acabamos tentando combinar com o que já tinha por lá e não era muito do nosso gosto pois era tudo escuro e o ambiente era meio “pesado”. Mas não teve jeito, tivemos que aproveitar cada item e acabamos seguindo pela mesma linha do anterior, quase tudo escuro :(

Para terem uma noção de algumas aquisições nossas, para sermos práticos compramos um sofá que estava em promoção super confortável e que pode trocar o tecido a qualquer momento. Ele vem com uma capa bem legal e no próprio Ikea vendem outras cores avulsas, além de poder lavá-la na máquina. Também compramos umas mesinhas laterais pelo valor de CAD$ 12.00 cada uma. Tudo bem que é não é super resistente, mas para uso de apoio está valendo. Não achamos nenhuma cadeira que nos agradasse e optamos em comprar uma estante que transformamos em banco incrementando com umas almofadas. Não é o que queríamos mas ficou bem bancana. 

COMPRAS NOS EUA

Alguns itens do apartamento acabamos adquirindo nos EUA. Era 4 de julho e as coisas ficaram com preços imperdíveis no meio de um monte de promoção por causa do feriado. Fomos buscar próximo a Seattle e trouxemos no carro, tudo certinho. As coisas estavam tão baratas (chegamos a comprar coisa com 75% de diferença por causa da promoção) que quando entramos no Canadá o valor de tudo o que trouxemos não atingiu a cota permitida de uma única pessoa! Valeu a pena! Mas foram coisas simples. A maioria ficou por conta do Ikea mesmo.

Quando se cruza a fronteira entre os dois países, assim como no Brasil, você deve declarar o que está trazendo e há um limite liberado por pessoa. Fizemos tudo certinho.

Apenas para complementar a informação, é comum as pessoas fazerem compras nos EUA e trazerem para o Canadá. Nós em particular damos preferência para produtos canadenses quando há a opção, mas isso nem sempre acontece. A própria Amazon e Ebay americanas são bem mais completas. Mas vale lembrar que tudo o que você compra fora do país é tributável. A mesma taxa que seria paga em uma loja aqui é cobrada em itens importados, podendo chegar até 12% em Vancouver, dependendo do caso e do imposto que deverá ser pago. 

Para se ter uma idéia, quando se compra algo na Amazon americana, para muitos produtos (não todos) no momento de efetivar o pedido o imposto canadense já é calculado junto com o frete. Por isso, não se assuste quando o valor final apresentado for diferente do anunciado. Em alguns casos, o vendedor não manda o produto para cá, aí você terá que se satisfazer com a Amazon.ca.

O imposto também é cobrado em compras feitas em outras lojas, inclusive Ebay. Caso o vendedor não cobre a taxa automaticamente no momento da compra, a cobrança do imposto fica por conta da empresa responsável pela remessa (Fedex, UPS, DHL, etc) e é feita no momento da entrega através de cartão de crédito (eles levam a maquininha na hora), por isso, você deverá estar no local esperando a encomenda chegar. Caso não tenha ninguém para receber pessoalmente, aí o pacote terá que ser retirado em uma loja física da respectiva empresa conforme endereço informado por eles em uma das tentativas de entrega (geralmente umas duas ou três vezes)

Para resumir, é preciso calcular direitinho o total da compra porque muitas vezes o valor do imposto mais o frete internacional (mesmo sendo vizinho nem sempre é barato) pode ficar mais caro do que comprar no Canadá. É questão de pesquisar.

Também vale lembrar que sonegar imposto é crime é dá cadeia, por isso, não invente caminhos estranhos para economizar. O negócio é fazer tudo certinho né?!

ILUMINAÇÃO

Na minha modesta opinião, a iluminação pode fazer toda diferença no conforto do ambiente. Claro que os efeitos serão mais visíveis a noite, mas se você parar para pensar, no inverno em que 4:00 pm já o "dia" já fica escuro por aqui, esta dica pode fazer bastante efeito na sua sala e quarto. Abajur ajuda muito e pode ser um complemento interessante. No Ikea há várias opções começando por CAD$ 15.00.

DECORAÇÃO BARATA

Então, aí é uma questão mega pessoal e as dicas ficam mais difíceis, mas tem uma coisa que vale a pena mencionar: Dolorama.

Para quem nunca ouviu falar, o Dolorama é uma loja que tem em qualquer canto do Canadá (pelo menos em Vancouver) e é tipo uma loja de 1,99. Lá você encontra de tudo referente a miudezas e vale a pena conferir. Claro que você não vai comprar cristais e nem louças francesas, mas quebra um galhão. Para você que como eu, deixou no Brasil algumas Le Creuset e cristais para trás e já descobriu que dá para tomar vinho em taça de vidro e cozinhar em panela de Teflon (verdadeiro) sem gastar muito (com mesmo resultado!!!), também vai perceber dá para pegar algumas coisas no Dolorama e se divertir a beça. :)

Lá no Brasil achava uma graça aquelas pessoas mais simples que mesmo sem dinheiro vivia em ambientes bem decorados. Sem gastar muito, eu via que muitas vezes era mais uma questão de capricho do que financeira. É claro que todos querem o melhor, mas o fato de não ter dinheiro não pode justificar o desleixo, certo? Pois bem, eu adoro casa com cara de lar e não é porque agora estamos em uma situação mais simples deveria ser diferente. Não poderia abrir mão disso e largar as coisas de qualquer jeito, então, o Dolorama quebrou um galhão!

Para se ter uma idéia, comprei porta-retrato (de plástico, rssss) por CAD$ 1.25. Não é lá aquela maravilha, mas juro que na Target um igual (simples e de plástico também) era CAD$ 12.00. Plástico por plastico, fiquei com o do Dolorama. Saco a vácuo para organizar roupa de cama comprei por CAD$ 1.25 também. Quando peguei este item eu até pensei “nossa, vou comprar uns a mais porque se alguns não funcionarem ainda estará mais barato que os da Bed, Bath & Beyond (que é uma loja que eu amo!)”. Que a verdade seja dita, não perdi nenhum e todos funcionaram perfeitamente. Também peguei umas caixas organizadoras, cestos, umas canecas bonitinhas, velas, vidros, etc.

Claro que nada é de super qualidade, mas por CAD$ 1.25, não dá para querer um Cristal Baccarat né?

TRANSPORTE

A maneira mais fácil é o U-Haul. Nós não usamos porque não precisamos conforme já falado no post anterior. Mas para quem precisa, tem de todos os tipos e tamanhos.

CONCLUSÃO

Acredite ou não, estamos felizes (e orgulhosos de nós mesmos) por termos feito tudo de forma simples, sem excessos, sem marcas, sem luxo. E olha que nosso apto ficou uma graça, mesmo sendo um patchwork!

Queremos ir bem devagar por aqui e andar passo a passo. O que percebemos é que dá sim para ficar muito bem com o básico! Dá para não ser refém da moda e viver mais na simplicidade. Talvez, em um futuro, façamos as coisas diferente. Mas honestamente, espero não precisar gastar um centavo a mais do que o necessário. Espero que estes aprendizados não fiquem apenas para este momento.

REFLEXÃO PARA BRASILEIROS

Um professor (do meu curso de ingles, ainda falarei sobre isso) comentou que todos os brasileiros, absolutamente todos, se dão bem no Canadá. Ele disse isso claramente e ainda acrescentou que é um povo trabalhador, esforçado e de raciocínio lógico (??), e mais do que isso, não é acomodado. Mas ele disse que o brasileiro tem um enorme defeito que é o que atrapalha, não é paciente. Conversando comigo, ele disse que a primeira coisa que um imigrante deve ter é paciência e dar tempo ao tempo. Detalhe, ele é imigrante (do Afeganistão) e está aqui a quase 25 anos. O que me explicou é que nós brasileiros (e isso me inlui) somos imediatistas e segundo ele, não dá para estabelecer uma vida (principalmente aqui onde as coisas são lentas) em menos de 5 anos. Não adianta, o canadense tem um ritmo mais lento sim. Nós do Brasil não esperamos as coisas acontecerem e temos o costumes de criar objetivos a curto prazo, e diferentemente de nós, tanto o canadense como a maioria do mundo, cria “goals” a longo prazo. Neste dia em que conversamos sobre isso ele falou o seguinte: “Priscila, everything will happen, but you have to wait because everything needs time!" (Priscila, tudo acontecerá, mas você precisa esperar porque tudo precisa de tempo)

Well, quem sou eu para contrariar. Meu pai sempre me disse isso. Até pensei brincando “nossa, ele deve ter ligado para o professor” (rssss)

Enfim, agora com conceito novo de vida, o que vale é ser feliz!

Abaixo uma demonstração do cantinho...