Antes de vir para o Canadá, eu tinha algumas curiosidades de como seria lidar com as coisas básicas do dia a dia. Entre as primeiras da listas estava a dúvida de como seria cuidar da casa.
As tarefas domésticas são um pouco difíceis para mim, além de considerar o assunto extremamente chato não tenho a mínima habilidade para isso. Mas infelizmente é uma obrigação da qual não dá para fugir. E por mais que queiramos ser um casal moderno, a maior parte destas atividades sobraram para a "esposa".
E o pior de tudo, é que no meu caso cuidar da casa não é algo familiar, pois nunca tive que fazer atividades "do lar". Quando morava com minha mãe não precisava nem arrumar a cama. Depois que casei, tive o auxílio de uma secretária diariamente, ou seja, sempre passei longe dos afazeres domésticos. Claro que não sou a pessoa mais leiga do mundo, afinal, como uma boa mulher aprendi a fazer um pouco de cada coisa para pelo menos administrar a casa. Mas colocar a mão na massa foi em casos excepcionais. Como agora cuidar da casa já não é mais uma opção, tive que encarar a realidade de frente.
Para a minha sorte, ou menos azar, no Canadá as coisas são bem mais simples. A principal diferença entre os países está na cultura mesmo. Os canadenses valorizam demais o tempo e, definitivamente, gastá-los com obrigações não é a preferência nacional. Até no trabalho o horário é bem controlado para evitar que o tempo profissional invada a vida particular. Se para as responsabilidades já há um controle de horário, não precisa nem falar para as atividades da casa. Por conta disso, existem milhares de "facilitadores" para as tarefas residenciais. E ainda, o conceito de "limpo" por aqui é bem diferente do brasileiro, nada de faxinas extremas, limpa-se o básico e pronto. E o melhor de tudo, é que ninguém morre por isso. Talvez, o exagero esteja no Brasil!!
Somado à questão cultural (e uma coisa justifica a outra), existem dois pontos principais que diferenciam os dois países. Em primeiro lugar, nada de ajuda daquelas que tanto gostamos no Brasil. Secretária doméstica por aqui é luxo, mas luxo mesmo! Além disso, e o mais estranho para os brasileiros, é que não é comum área de serviço. É isso mesmo o que você está pensando, lavanderia em casa é raridade. Não é fácil encontrar imóveis que tenham um ambiente inteiro reservado somente para administrar a limpeza, e isso também é luxo e um privilégio (ou não) para as casas grandes, o que não enquadra a maioria das pessoas. Por isso, geralmente não há tanque de lavar em casa. Não tendo área de serviço e nem tanque, o que dizer do varal. Você até pode usar o seu terraço para estender a roupa, mas acredite, será o único intervindo na fachada do prédio ou "decorando" a vizinhança.
O valor dado ao tempo, mais a ausência da área de serviço e da secretária doméstica, explica todo o resto. Nenhuma mulher que passou o dia trabalhando ou cuidando dos filhos, vai querer gastar horas a noite se matando na organização da casa. Por isso, as opções disponíveis de métodos e ferramentas de limpeza são enormes. Não tem fim a variedade de coisinhas que existem para ajudar no trabalho doméstico. E claro, estamos aproveitando tudo o que está ao nosso alcance. Desculpe a mudança de costume, mas irei me encaixar ao grupo das mulheres canadenses. Menos é mais, ou seja, menos limpeza é mais tempo para lazer. Acreditem, não estou me referindo a "porquisse" ou casas imundas, juro que o resultado é bem satisfatório.
A CASA
O pessoal não tem o costume de usar panos para limpar piso e móveis. O comum é utilizar equipamentos que possam facilitar e agilizar a higienização. A variedade é enorme e, na maioria deles, o pano é substituído por materiais descartáveis com reposição de refil. Em casa temos basicamente três modelos que tem funcionado de forma relativamente bem, desde que aliados ao aspirador, que não pode faltar. O aspirador é usado em todos os ambientes para evitar vassoura e pá. Nos móveis, o espanador resolve e para finalizar usamos lenços umedecidos com produtos apropriados. Estes lenços são bem comuns e já vem prontos em uma embalagens com vários, semelhante ao Baby Wipes. Vidros das janelas (que não são poucos) raramente eu encaro. Uma vez ao mês e olhe lá. Como aqui chove bastante durante outono, inverno e primavera, limpar as janelas por fora é praticamente uma perda de tempo. Por dentro, vai um paninho aqui e outro acolá de vez em nunca. A preocupação está mais na altura do alcance do nariz da nossa cachorrinha (rsssss). No verão eu lavo com mangueira mesma, e ainda assim com uma frequência relativamente baixa. O mais chatinho de tudo é o carpete (que só tem no quarto), mas como já veio no apartamento, tive que aceitar. Diariamente eu o aspiro e, uma vez a cada três meses marido faz uma limpeza profunda utilizando um equipamento apropriado que faz a lavangem do tecido. Nós compramos um, mas para quem não quiser ter o próprio utensilio é possível alugar facilmente em qualquer supermercado ou Home Depot. Produtos de limpeza também estão disponíveis em uma gama grande de opções, mas não são baratos. Por isso, recomendo o uso de equipamentos a vapor que dispensam o uso de tais produtos químicos, além de sere econômicos e eficientes.
AS ROUPAS
No Brasil, as roupas são bem mais caprichadas. Em casa, minha secretária lavava a mão nas partes mais críticas com sabão de côco antes de colocá-las na máquina. Depois as estendia no varal em cabides e passava uma a uma. Era perfeito. Aqui, não faço isso de maneira nenhuma, até porque nem tenho tanque (thanks God). A roupa vai direto para a máquina de lavar e depois para a máquina se secar. Esta última é muito eficiente e deixa a roupa bem macia, sobretudo as toalhas de banho que ficam maravilhosas. Produtos para deixar o tecido perfumado e macio tem aos montes e são ótimos. Mas assumo que não sinto a limpeza tão eficaz como a brasileira, mas jogamos com as cartas que temos! O maior cuidado que devemos ter é que nem toda roupa comprada no Brasil pode secar em máquina, então o risco de encolher algumas é grande.
Passar roupa apenas para casos extremos, ou seja, roupas sociais. A regra é tirar a roupa da máquina de secar e levar diretamente ao guarda-roupa. Se guardá-las ainda quente, não ficam tão amarrotadas e dá para encarar. O problema maior são as camisas, pois estas tem que passar mesmo, não tem jeito. Este é o meu maior sofrimento pois estou aprendendo na raça como fazer. Coitado do marido que às vezes vai trabalhar "meia boca". Mas estou evoluindo aos poucos. As dicas peguei na internet em vários vídeos e estou criando meu próprio método juntando as informações de todos eles. E mais uma vez a Dona de Casa Google me ensinou alguma coisa. O ruim é que levo uma eternidade para passar cada camisa. O tempo que levo para passar uma única, minha secretária brasileira teria feito umas dez. Pelo menos ainda não queimei nada!!!
Mas uma coisa é certa, o tempo gasto no processo de lavar roupa é proporcional ao resultado, quer dizer, infinitamente mais rápido. O Maurício até brinca com isso e diz "é melhor não caprichar muito porque senão ficaremos diferente dos canadenses!". Na verdade, eles nem andam muito desarrumados, a diferença é que eles usam roupas que a manutenção é mais prática. Camisas a maioria veste amarrotada mesmo. Mas aí eu já acho exagero. É melhor não ter camisa!!!
No Brasil, as roupas são bem mais caprichadas. Em casa, minha secretária lavava a mão nas partes mais críticas com sabão de côco antes de colocá-las na máquina. Depois as estendia no varal em cabides e passava uma a uma. Era perfeito. Aqui, não faço isso de maneira nenhuma, até porque nem tenho tanque (thanks God). A roupa vai direto para a máquina de lavar e depois para a máquina se secar. Esta última é muito eficiente e deixa a roupa bem macia, sobretudo as toalhas de banho que ficam maravilhosas. Produtos para deixar o tecido perfumado e macio tem aos montes e são ótimos. Mas assumo que não sinto a limpeza tão eficaz como a brasileira, mas jogamos com as cartas que temos! O maior cuidado que devemos ter é que nem toda roupa comprada no Brasil pode secar em máquina, então o risco de encolher algumas é grande.
Passar roupa apenas para casos extremos, ou seja, roupas sociais. A regra é tirar a roupa da máquina de secar e levar diretamente ao guarda-roupa. Se guardá-las ainda quente, não ficam tão amarrotadas e dá para encarar. O problema maior são as camisas, pois estas tem que passar mesmo, não tem jeito. Este é o meu maior sofrimento pois estou aprendendo na raça como fazer. Coitado do marido que às vezes vai trabalhar "meia boca". Mas estou evoluindo aos poucos. As dicas peguei na internet em vários vídeos e estou criando meu próprio método juntando as informações de todos eles. E mais uma vez a Dona de Casa Google me ensinou alguma coisa. O ruim é que levo uma eternidade para passar cada camisa. O tempo que levo para passar uma única, minha secretária brasileira teria feito umas dez. Pelo menos ainda não queimei nada!!!
Mas uma coisa é certa, o tempo gasto no processo de lavar roupa é proporcional ao resultado, quer dizer, infinitamente mais rápido. O Maurício até brinca com isso e diz "é melhor não caprichar muito porque senão ficaremos diferente dos canadenses!". Na verdade, eles nem andam muito desarrumados, a diferença é que eles usam roupas que a manutenção é mais prática. Camisas a maioria veste amarrotada mesmo. Mas aí eu já acho exagero. É melhor não ter camisa!!!
área de serviço "resumida" em um armário |
O fato é que se quiser fazer igual ao Brasil também dá. Não estou dizendo que isso é impossível. Se for ao mercado, encontrará vassoura, pá, panos, varal, etc..., talvez o tanque seja um pouco mais complicado. Mas a questão principal é que a mudança abre novas alternativas e, cabe a nós estarmos abertos a elas. A escolha é nossa de mudar ou não. Por questões óbvias, eu e o Maurício escolhemos a deles!!
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