domingo, 24 de agosto de 2014

- Jesse, familia, e tudo mais





Antes de mais nada, a Jesse está bem!!! Mas no meio das férias... 

É com muita tristeza que divido uma notícia aqui no blog. Ficamos sabendo que a nossa amada cachorrinha Jesse está dodói. Depois de alguns exames, infelizmente foi confirmada a presença de Linfoma. Eu e o marido ficamos completamente perdidos com a notícia. Como a Jesse é uma Golden Retriever, imaginávamos que um dia (lááá longe) ela teria algum problema na coluna ou algo relacionado aos ossos ou articulação, pois é algo comum da raça. Então, somos cuidadosos com este ponto e temos o costume de dar a ela vitaminas e suplementos relacionados a isso como forma de prevenção. Mas câncer é algo que nunca esperamos e acabamos sendo pegos de surpresa. Quando recebemos a notícia ficamos sem chão. Em questão de poucos dias já havíamos devorado várias informações a respeito do probleminha dela.

Depois disso, fizemos mais um milhão de exames, gastamos mais um bilhão de dólares e após uma semana já estávamos com oncologista agendado. Não queríamos perder nenhum dia. É óbvio que sabemos que ela não estará aqui para sempre pois infelizmente cachorro não vive o mesmo tanto que nós. Mas eu e o marido estamos dispostos a fazer tudo por ela para tê-la o mais tempo possível conosco e da melhor forma.

A Jesse é muito especial para nós. Sei que falar isso é redundante, mas ela tem uma história diferente, pois a encontramos na rua abandonada. Costumamos dizer que foi ela quem nos achou, e desde então prometemos que cuidaríamos dela para sempre. E assim faremos, tudo o que estiver ao nosso alcance (e fora dele). 

Além da história de como ela chegou até nós, a Jesse esteve ao nosso lado quando eu e o Mauricio perdemos nossos outros puppies. Ela estava lá, junto, dando a maior força e dizendo com o olhar único que só ela tem: "calma, tudo vai ficar bem". Há quase 4 anos perdi meu cachorrinho Willy, um cocker que me deu o prazer de dividir comigo mais de 16 anos de momentos incríveis na minha vida. Um dia escreverei sobre ele aqui no blog. No ano passado, o Bart (pitbull) também nos deixou, como escrito no post Amor, carinho, saudades e um Adeus. Nestes dois momentos era a nossa Jesse quem segurou as pontas para nós. Só quem tem cachorro sabe como é isso... E a Jesse tem um jeitinho cativante que nos fez apaixonar por ela à primeira vista. Como ela chegou na nossa vida é uma longa história, o fato é que ela entrou na nossa família já adulta, conquistou a todos, e é a coisa mais doce do mundo. E não precisa nem dizer quem manda na casa né?! Todos os nossos horários, programas, rotina, absolutamente tudo, é organizado de acordo com a Jesse. Então dá para imaginar como ficamos completamente abalados ao saber do probleminha dela. Sério, entramos em pânico. 

Esta notícia veio uma semana antes da visita dos meus pais e do meu irmão, o que super me chateou e me deixou completamente confusa. Enquanto eu estava pulando de alegria com a vinda da minha família, eu estava acabada com o caso da Jesse. Foi uma mistura de emoções sem explicação e foi difícil lidar com tudo junto.

De qualquer maneira, a Jesse já começou o tratamento. Fez a primeira secção de quimioterapia enquanto a minha família ainda estava aqui. Infelizmente a resposta à primeira tentativa foi menor do que o esperado. Por isso, duas semanas depois ela fez uma segunda aplicação do tratamento com outro remédio para tentarmos um resultado mais representativo. Agora estamos na espera da melhora, que tenho certeza que vai dar certo.

E assim, no meio dos dias de diversão e passeios das ferias, também tivemos os de choro, exames e quimioterapia. Bom, mas sabe como é né, pai e mãe sempre são pai e mãe, pelo menos os meus. Foram super compreensíveis com a situação, pacientes e deram colo para nós. Coitados! Mal aproveitaram as ferias deles e fizeram papel de pai e mãe, como sempre. Sei que a vida é assim e que tudo acontece junto, mas fiquei bem triste com toda esta confusão.



O que foi mais difícil é que no ano passado meu amado pai teve um sério problema de saúde e eu estava longe sem poder ajudar ou oferecer qualquer tipo de suporte a ele e a minha mãe. Isso quase me matou. A tristeza e a angústia de estar distante me corroeu por muito tempo. Na verdade, quando ele apresentou o tal problema de saúde, a minha família lá no Brasil correu atrás do tratamento e fez tudo escondido de mim. Por alguns dias não consegui falar com eles. Na ocasião, disseram a mim que fariam uma viagem a um lugar onde o celular não pegaria muito bem e blá, blá, blá e que estariam sem comunicação. Eles sabiam que assim que me falassem do caso, eu não pensaria por nem um segundo e pegaria um avião imediatamente. O que é obvio. Então, eles não me contaram nada enquanto o meu pai passava por tratamento. Além de quererem evitar a minha impulsividade, também não queriam a minha presença lá para não focar a atenção do meu pai na gravidade do caso. Depois do tratamento, eu cheguei a falar com eles e ainda assim ficaram por um tempo sem me contar nada. Quando fiquei sabendo, foi o meu próprio pai quem me contou. O meu mundo desabou! Nossa! Fiquei acabadíssima... Além de perceber a fragilidade dele, fiquei muito mal por não ter participado das coisas no momento em que eles mais precisavam de mim. Não sei explicar o que senti em relação a minha impotência frente à situação... Sem falar no sentimento de culpa por estar longe. E isso porque fiquei sabendo quando tudo já estava resolvido. Eu sou assim mesmo. Forte para algumas coisas, e extremamente fraca para outras. Em relação a este tipo de assunto sou completamente irrealista. Para mim todo mundo é eterno e ponto. Enfim, graças a Deus ele está recuperado. E agora, a única coisa que eu queria era abraçar o meu pai e a minha mãe, passar alguns dias com eles, em paz. Mas pelo jeito algo tão simples parece ser impossível. Não me refiro aos problemas pontuais, mas sim ao fato de tudo acontecer ao mesmo tempo. Já faz um tempo que não acredito em felicidade plena, mas mesmo assim, eu só queria 10 dias com a minha família em paz.



Eu sinto que comigo as coisas são assim. Sempre tem alguma coisa negativa em andamento e nada acontece do jeito mais simples ou mais fácil. Meus pais dizem que a vida anda conforme cada pessoa pode lidar, tipo aquela história "Deus dá a cada um a pedra que pode carregar". No meu caso, Ele me confundiu com alguém e certamente me deu a pedra errada (rsssssss), e assim, sempre tem um "porém" e coisas que aparentemente são simples ficam complicadas. Tudo acontece da maneira mais difícil.

Independentemente dos percalços, não posso reclamar da minha vida, principalmente porque a maior parte dela acontece em consequência das minhas próprias escolhas. E se as coisas tiverem que ser mais difícil para viver de verdade e valer a pena, que assim seja. Amo minha família, o apoio deles, o meu marido e melhor amigo, a minha cachorra, e farei tudo por cada um. Que cada segundo com eles sejam os melhores, difíceis ou fáceis, calmos ou intensos, não importa. O que eu mais quero é tê-los comigo e estar rodeada de tanto amor, custe o que custar.

E somado a isso tudo, a quantidade de vibrações positivas ao redor dão mais força para enfrentarmos tudo. Amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos, todos desejando tudo de bom a nós. No fim, apesar do desabafo, vejo a mim mesma como uma pessoa de sorte.

E assim, no meio de tanta emoção, não deixamos a peteca cair durante a visita da família! Começamos o tratamento da nossa princesa e mantivemos os planos de ferias, pelo menos parte dele. Passeamos, abraçamos, conversamos, ficamos juntinhos. Como família mesmo. Tudo junto e misturado. E a minha família é espetacular. Além de compreensiva, foram demais! E conseguimos nos curtir, matar 1% da saudade, e ainda pude mostrar a eles um pouco deste nosso mundinho canadense.

E agora, vamos nos preparar para uma nova rotina...



dia do primeiro tratamento 
dia do segundo tratamento
Mamis dando comidinha para a Jesse
:)

2 comentários:

  1. Olá Priscila! Ainda como anônima quero lhe dizer que nada na nossa vida acontece por acaso, lidar com as questões de doença realmente não é fácil, sobretudo quando é com quem amamos de verdade, mas como seus pais dizem, Deus sabe todas as coisas e dá o peso que conseguimos carregar, em Salmos 41:2-3 diz: O Senhor os protegerá, guardará a vida deles e lhes dará felicidade na terra prometida. Ele não os abandonará nas garras dos inimigos. Quando estiverem doentes, o Senhor os ajudará e lhes dará saúde novamente". O que isto quer dizer? Se vc é alguém que faz tudo com amor (e eu creio que é), é comprometida com a verdade, com a sua família e com Deus, não tem porque as coisas darem errado. Tenha Fé, confie em Deus e tudo dará certo. Deus abençoe vocês e esse tratamento. Bjo Gde!!

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    1. Olá,
      Obrigada pela linda mensagem.
      Fico feliz com a energia positiva.
      E a Jesse agradece :)
      Um abraço
      Priscila

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