Este post é continuação do anterior. Se você não o leu, clique aqui.
Depois dos dias de férias, chegou o momento de voltar para as terras canadenses e retomar a rotina, mas agora com o Bliss como parte da família. Marido havia organizado sozinho toda a viagem do pequeno cão. Já havia preparado documentos e comprado kennel. Passagem de avião agendada e paga. Por ser filhote, mesmo sendo Golden Retriever, ele poderia viajar conosco na cabine. Em teoria ele estaria no tamanho e peso permitido pela cia aérea. Eu repito: em teoria. Durante os dias de estadia no Brasil, o pequeno puppy de 6kg simplesmente passou para 10kg em menos de duas semanas. Marido não contava com isso. A caixa de transporte que ele organizou para carregar o filhotinho durante o voo estava ficando menor a cada dia que passava. Mas ainda tínhamos esperança de que tudo daria certo.
Enfim, chegou o dia do embarque. Era uma sexta-feira. Dia perfeito para terminar as férias, afinal, nós teríamos o fim de semana para descansar e nos organizarmos antes de voltar ao trabalho, como eu já havia previamente programado. Tudo pronto certo??? Não. O kennel (que era daqueles semi-rígidos) realmente havia ficado pequeno para o Bliss. Detalhe, o que tínhamos era o maior permitido pela cia aérea. Um dia antes de pegarmos o avião saímos correndo para comprar outra mala de cachorro, mas desta vez do modelo “soft”. Teríamos que arriscar. Mandá-lo pelo compartimento de bagagem/carga estava completamente fora de cogitação. De maneira nenhuma eu aceitaria isso. Enfim, depois de uma ansiedade e uma preocupaçãozinha com a “casinha de viagem”, tudo estava preparado. Malas, kennel, cachorro. Menos nós que estávamos numa ansiedade gigante, afinal, levar um filhote para outro país é mais complicado do que se parece. Sem falar na dó que eu estava dele. Coitadinho, mal havia se separado da mãe e dos irmãozinhos e já teria que passar por uma viagem internacional, incluindo conexão nos EUA. Mais uma vez eu queria matar o marido. Mas tudo bem. Quem está na chuva é para se molhar. Era de hora de ir e pronto. Certo??? Não outra vez! Depois de todo o sucesso do cachorrinho no aeroporto, check-in realizado, assentos marcados, na hora do embarque, uma representante da cia aérea conferiu os documentos do filhote e estava faltando um. Justamente o do ministério da agricultura e pecuária. Como assim marido??? Você não viu este documento????? Tipo... sério mesmo???? Não, ele não viu porque segundo as informações passadas pela United Airlines no momento de marcar a passagem do cachorro, este formulário não era necessário uma vez que ele estaria embarcando com a gente na cabine e ele tinha menos de três meses. Isso significaria que a vacina de raiva não era necessária (aliás, não era permitida) por causa da idade, e portanto não havia nada que o ministério da agricultura e pecuária pudesse atestar. Na ocasião, a atendente disse que o tal documento só era exigido nos casos em que o animal viaja sem a companhia dos donos. Para nós até fazia sentido, porque quando providenciamos este formulário para os nossos outros cachorros, ele viriam para o Canadá através de uma empresa especializada num voo diferente do nosso. O que é um procedimento normal para cachorro de grande porte que necessariamente viaja como “cargo”. Enfim, independentemente da orientação passada anteriormente, fomos impedidos de embarcar. E o pior, não havia nada que pudéssemos fazer pois era noite de sexta-feira no dia primeiro de janeiro, ou seja, pleno feriado. Chance zero de conversar com alguém do departamento do governo. Os dias seguintes também seriam perdidos já que se tratava de final de semana. A única coisa que conseguimos fazer foi remarcar as passagens sem custo já que a United Airlines reconheceu o erro. Grande ajuda! E lá estávamos nós tentando recuperar as nossas bagagens que já haviam sido despachadas e mandando fotos da remarcação para os nossos chefes comunicando que não estaríamos retornando ao trabalho na segunda-feira como deveríamos. Este foi um daqueles momentos em que a pessoa neurótica aqui entrou em mais desespero. Tudo dando errado. Sem escolha, voltamos para a casa dos meus pais. Pelo menos eu teria mais dias com eles, woo-hoo!!
Nós até quase arriscamos tentar embarcar sem o tal documento, o que seria por nossa conta e risco. Mas depois ponderarmos a situação, achamos melhor não tentar algo que pudéssemos nos arrepender. Provavelmente nós não teríamos problema quando chegássemos no Canadá. Certamente uma “dor de cabeça”, mas acredito que não seríamos impedidos de entrar no país com o filhotinho. O problema poderia ser nos EUA, onde fizemos conexão. Lá sim eles poderiam querer reter o pequeno cão para quarentena na ausência do tal documento. No fim, optamos em fazer tudo certinho, o que nos consumiu alguns dias de nervoso e ausência no trabalho.
Vou tentar resumir os dias que se seguiram. Primeiro corremos atrás da documentação do veterinário certificando que o nosso pequeno estava saudável e em condição de viajar de avião. Sendo o segundo dia do ano em pleno sábado, a tarefa não foi tão simples como deveria. Na verdade, nós já tinhamos este certificado, mas como ele só vale por três dias, o nosso iria expirar até que conseguíssemos apresentá-lo ao órgão do governo. Somente na segunda-feira conseguimos agendar a “consulta” junto ao ministério da agricultura e pecuária para solicitar o tal documento oficial. Na prática, agendamos em quatro diferentes agências (Cento de São Paulo, Aeroporto de Guarulhos, Porto de Santos, Aeroporto de Campinas). Fácil, afinal, andar de um lado para outro é algo bem simples. E de fato foi o que fizemos. Mesmo com as datas pré-agendadas, tentamos antecipar a questão indo pessoalmente aos postos disponíveis alguns dias antes do marcado. Sem sucesso. Tivemos que aguardar o prazo estabelecido pelo governo. O que não faz sentido nenhum, afinal, preencher um formulário de uma única página simplesmente copiando o que o veterinário particular atestou no certificado é tarefa demorada. Algo que precisa de dias!!!! Um absurdo. Mas não tívemos opcão. Quando falamos de serviço público já sabemos que será um prazo longo e sem justificativa.
Toda esta história só terminou no final da quarta-feira quando o "super documento de uma página" foi emitido. Isso significa que passamos 6 dias correndo e discutindo entre aeroportos e portos, literalmente. Remarcamos a nossa passagem três vezes no total. E durante estes dias, o nosso amado cãozinho continuou crescendo. Juro, ele ganhou mais 1,5kg e alguns centímetros. Já estava meio óbvio que ele estava fora do tamanho permitido. Mas depois de todo o transtorno, a cia aérea fez vistas grossas e nos colocaram num acento com mais espaço para o "não tão" pequeno filhote viajar mais confortável. Não preciso nem mencionar que a indignação com a burocracia quase nos fez enfartar. E no meio disso tudo, houve uma situação que quase fez o Mau ter um ataque do coração de verdade. Acreditam que em uma destas “consultas” que o Mauricio foi em uma das agências do ministério da agricultura e pecuária o atendente não queria recebê-lo porque ele estava vestindo bermuda????? Gente, estou falando da agência localizada no porto de Santos. Marido foi até lá, durante as suas férias, debaixo de um sol de 35 graus, para pegar um documento e disseram que ele só poderia falar com o veterinário oficial se estivesse vestindo calça comprida. Tipo... oi?? Lembro que o Mau me ligou de lá surtando dizendo que compraria uma calça laranja com bolinhas verdes só de raiva (kkkkk). Mas não chegou a tanto. Durante este período, enquanto marido se matava entre o vai-e-vem de uma agência para outra, eu fiquei com o puppy tentando ensiná-lo algumas coisinhas. Nada demais, apenas tentando convencê-lo a se comportar durante o voo e a andar com coleira e guia. Até então, ele não dava um passo à frente se estivesse com qualquer coisa em seu pescoço.
Por fim, depois de todo o corre-corre, embarcamos e viajamos de volta ao Canadá. Durante o voo tudo foi tranquilo. Nada de surpresas. O pequeno filhotinho se comportou perfeitamente bem, aliás, melhor do que imaginávamos. Os outros passageiros até ficaram surpresos quando descobriam que tinha cachorro com a gente de tão quietinho que ele ficou. Apenas na conexão nos EUA ele resolveu ser o centro das atenções e virou entretenimento para todos na fila da imigração. Marido e eu nervosos e ele se divertindo à beça, incluindo com os policiais da fronteira. A chegada no Canadá também foi tranquila, passamos pelo departamento responsável pela entrada de animais no país, acertamos tudo o que precisava e corremos para casa. Chegamos apenas na quinta-feira, cansados e esgotados. Finalmente estávamos de volta, prontos para recomeçar a nova rotina com o Bliss. No dia seguinte já estávamos trabalhando, com olheiras profundas, fuso horário brasileiro, tudo uma enorme bagunça. Mas felizes pela nova fase que estava se iniciando. Agora é hora de por a vida em ordem. Bora tentar treinar o Bliss Bear!!!
Depois dos dias de férias, chegou o momento de voltar para as terras canadenses e retomar a rotina, mas agora com o Bliss como parte da família. Marido havia organizado sozinho toda a viagem do pequeno cão. Já havia preparado documentos e comprado kennel. Passagem de avião agendada e paga. Por ser filhote, mesmo sendo Golden Retriever, ele poderia viajar conosco na cabine. Em teoria ele estaria no tamanho e peso permitido pela cia aérea. Eu repito: em teoria. Durante os dias de estadia no Brasil, o pequeno puppy de 6kg simplesmente passou para 10kg em menos de duas semanas. Marido não contava com isso. A caixa de transporte que ele organizou para carregar o filhotinho durante o voo estava ficando menor a cada dia que passava. Mas ainda tínhamos esperança de que tudo daria certo.
Enfim, chegou o dia do embarque. Era uma sexta-feira. Dia perfeito para terminar as férias, afinal, nós teríamos o fim de semana para descansar e nos organizarmos antes de voltar ao trabalho, como eu já havia previamente programado. Tudo pronto certo??? Não. O kennel (que era daqueles semi-rígidos) realmente havia ficado pequeno para o Bliss. Detalhe, o que tínhamos era o maior permitido pela cia aérea. Um dia antes de pegarmos o avião saímos correndo para comprar outra mala de cachorro, mas desta vez do modelo “soft”. Teríamos que arriscar. Mandá-lo pelo compartimento de bagagem/carga estava completamente fora de cogitação. De maneira nenhuma eu aceitaria isso. Enfim, depois de uma ansiedade e uma preocupaçãozinha com a “casinha de viagem”, tudo estava preparado. Malas, kennel, cachorro. Menos nós que estávamos numa ansiedade gigante, afinal, levar um filhote para outro país é mais complicado do que se parece. Sem falar na dó que eu estava dele. Coitadinho, mal havia se separado da mãe e dos irmãozinhos e já teria que passar por uma viagem internacional, incluindo conexão nos EUA. Mais uma vez eu queria matar o marido. Mas tudo bem. Quem está na chuva é para se molhar. Era de hora de ir e pronto. Certo??? Não outra vez! Depois de todo o sucesso do cachorrinho no aeroporto, check-in realizado, assentos marcados, na hora do embarque, uma representante da cia aérea conferiu os documentos do filhote e estava faltando um. Justamente o do ministério da agricultura e pecuária. Como assim marido??? Você não viu este documento????? Tipo... sério mesmo???? Não, ele não viu porque segundo as informações passadas pela United Airlines no momento de marcar a passagem do cachorro, este formulário não era necessário uma vez que ele estaria embarcando com a gente na cabine e ele tinha menos de três meses. Isso significaria que a vacina de raiva não era necessária (aliás, não era permitida) por causa da idade, e portanto não havia nada que o ministério da agricultura e pecuária pudesse atestar. Na ocasião, a atendente disse que o tal documento só era exigido nos casos em que o animal viaja sem a companhia dos donos. Para nós até fazia sentido, porque quando providenciamos este formulário para os nossos outros cachorros, ele viriam para o Canadá através de uma empresa especializada num voo diferente do nosso. O que é um procedimento normal para cachorro de grande porte que necessariamente viaja como “cargo”. Enfim, independentemente da orientação passada anteriormente, fomos impedidos de embarcar. E o pior, não havia nada que pudéssemos fazer pois era noite de sexta-feira no dia primeiro de janeiro, ou seja, pleno feriado. Chance zero de conversar com alguém do departamento do governo. Os dias seguintes também seriam perdidos já que se tratava de final de semana. A única coisa que conseguimos fazer foi remarcar as passagens sem custo já que a United Airlines reconheceu o erro. Grande ajuda! E lá estávamos nós tentando recuperar as nossas bagagens que já haviam sido despachadas e mandando fotos da remarcação para os nossos chefes comunicando que não estaríamos retornando ao trabalho na segunda-feira como deveríamos. Este foi um daqueles momentos em que a pessoa neurótica aqui entrou em mais desespero. Tudo dando errado. Sem escolha, voltamos para a casa dos meus pais. Pelo menos eu teria mais dias com eles, woo-hoo!!
Nós até quase arriscamos tentar embarcar sem o tal documento, o que seria por nossa conta e risco. Mas depois ponderarmos a situação, achamos melhor não tentar algo que pudéssemos nos arrepender. Provavelmente nós não teríamos problema quando chegássemos no Canadá. Certamente uma “dor de cabeça”, mas acredito que não seríamos impedidos de entrar no país com o filhotinho. O problema poderia ser nos EUA, onde fizemos conexão. Lá sim eles poderiam querer reter o pequeno cão para quarentena na ausência do tal documento. No fim, optamos em fazer tudo certinho, o que nos consumiu alguns dias de nervoso e ausência no trabalho.
Vou tentar resumir os dias que se seguiram. Primeiro corremos atrás da documentação do veterinário certificando que o nosso pequeno estava saudável e em condição de viajar de avião. Sendo o segundo dia do ano em pleno sábado, a tarefa não foi tão simples como deveria. Na verdade, nós já tinhamos este certificado, mas como ele só vale por três dias, o nosso iria expirar até que conseguíssemos apresentá-lo ao órgão do governo. Somente na segunda-feira conseguimos agendar a “consulta” junto ao ministério da agricultura e pecuária para solicitar o tal documento oficial. Na prática, agendamos em quatro diferentes agências (Cento de São Paulo, Aeroporto de Guarulhos, Porto de Santos, Aeroporto de Campinas). Fácil, afinal, andar de um lado para outro é algo bem simples. E de fato foi o que fizemos. Mesmo com as datas pré-agendadas, tentamos antecipar a questão indo pessoalmente aos postos disponíveis alguns dias antes do marcado. Sem sucesso. Tivemos que aguardar o prazo estabelecido pelo governo. O que não faz sentido nenhum, afinal, preencher um formulário de uma única página simplesmente copiando o que o veterinário particular atestou no certificado é tarefa demorada. Algo que precisa de dias!!!! Um absurdo. Mas não tívemos opcão. Quando falamos de serviço público já sabemos que será um prazo longo e sem justificativa.
Toda esta história só terminou no final da quarta-feira quando o "super documento de uma página" foi emitido. Isso significa que passamos 6 dias correndo e discutindo entre aeroportos e portos, literalmente. Remarcamos a nossa passagem três vezes no total. E durante estes dias, o nosso amado cãozinho continuou crescendo. Juro, ele ganhou mais 1,5kg e alguns centímetros. Já estava meio óbvio que ele estava fora do tamanho permitido. Mas depois de todo o transtorno, a cia aérea fez vistas grossas e nos colocaram num acento com mais espaço para o "não tão" pequeno filhote viajar mais confortável. Não preciso nem mencionar que a indignação com a burocracia quase nos fez enfartar. E no meio disso tudo, houve uma situação que quase fez o Mau ter um ataque do coração de verdade. Acreditam que em uma destas “consultas” que o Mauricio foi em uma das agências do ministério da agricultura e pecuária o atendente não queria recebê-lo porque ele estava vestindo bermuda????? Gente, estou falando da agência localizada no porto de Santos. Marido foi até lá, durante as suas férias, debaixo de um sol de 35 graus, para pegar um documento e disseram que ele só poderia falar com o veterinário oficial se estivesse vestindo calça comprida. Tipo... oi?? Lembro que o Mau me ligou de lá surtando dizendo que compraria uma calça laranja com bolinhas verdes só de raiva (kkkkk). Mas não chegou a tanto. Durante este período, enquanto marido se matava entre o vai-e-vem de uma agência para outra, eu fiquei com o puppy tentando ensiná-lo algumas coisinhas. Nada demais, apenas tentando convencê-lo a se comportar durante o voo e a andar com coleira e guia. Até então, ele não dava um passo à frente se estivesse com qualquer coisa em seu pescoço.
Por fim, depois de todo o corre-corre, embarcamos e viajamos de volta ao Canadá. Durante o voo tudo foi tranquilo. Nada de surpresas. O pequeno filhotinho se comportou perfeitamente bem, aliás, melhor do que imaginávamos. Os outros passageiros até ficaram surpresos quando descobriam que tinha cachorro com a gente de tão quietinho que ele ficou. Apenas na conexão nos EUA ele resolveu ser o centro das atenções e virou entretenimento para todos na fila da imigração. Marido e eu nervosos e ele se divertindo à beça, incluindo com os policiais da fronteira. A chegada no Canadá também foi tranquila, passamos pelo departamento responsável pela entrada de animais no país, acertamos tudo o que precisava e corremos para casa. Chegamos apenas na quinta-feira, cansados e esgotados. Finalmente estávamos de volta, prontos para recomeçar a nova rotina com o Bliss. No dia seguinte já estávamos trabalhando, com olheiras profundas, fuso horário brasileiro, tudo uma enorme bagunça. Mas felizes pela nova fase que estava se iniciando. Agora é hora de por a vida em ordem. Bora tentar treinar o Bliss Bear!!!
E tem como nao se apaixonar pelo seu Bliss Bear? Pri e Mau o caozinho eh lindo, muita sorte para voces e para ele. Filhos de pelo sao tudo de bom :) Beijos.
ResponderExcluirObrigada Simone :)
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