- TAREFA # 01: OK - Cidade escolhida (Vancouver)
- TAREFA # 02: OK - Passagem Priscila e Mauricio (25/12/2012)
- TAREFA # 03: OK - Passagem Jesse e Bart (26/12/2012)
- TAREFA # 04: OK - PR Card (documento de residente permanente)
- TAREFA # 05: OK - SIN (documento para trabalhar)
- TAREFA # 06: OK - Conta bancária aberta no HSBC no Canadá (já éramos correntistas no Brasil)
Até que em um feriado de junho, resolvemos colocar no papel uma estimativa de gastos mensais que teríamos vivendo lá. Claro que já tínhamos uma idéia de valores, afinal, durante muito tempo estudamos sobre o país e nos referenciamos em dados reais e informações de outros imigrantes brasileiros.
Mas agora seria diferente. Em primeiro lugar já sabíamos a cidade que iríamos, o que influencia nos valores. Em segundo, e mais importante, agora nós seríamos os protagonistas desta história. Então teríamos que levantar os valores estimados para o nosso custo de vida.
Para começar, precisamos de uma base de valor para locação de imóvel, pois certamente seria o maior peso nos custos. Aí, resolvemos iniciar a busca pelo nosso cantinho canadense. Até este momento, era apenas especulação. Estávamos tranqüilos, pois uns meses antes o Mauricio chegou a ligar para umas imobiliárias para perguntar com quanto tempo de antecedência deveríamos alugar o imóvel e, todas instruíram que deveríamos procurar com 30 dias antes à data desejada.
Pausa para reflexão: E foi mais um daqueles momentos que você agradece ao Santo Google por existir e faz uma prece para a Santa Internet do dia a dia. Nem consigo imaginar o que faríamos sem isso tudo!
Voltando ao assunto... Vancouver é uma cidade relativamente grande, e fica maior ainda se considerar a sua região metropolitana composta por outras pequenas cidades no seu entorno. Por isso, a oferta de imóveis para alugar era grande. Então, fomos obrigados a estipular alguns critérios para facilitar nossa busca. Como não podíamos ser muito exigentes, começamos focados em avaliar preço, dimensão e "walk score", ou seja, o que se pode fazer a pé na região. Este último seria importantíssimo, pois não fazia parte do nosso plano a compra de um carro nos primeiros meses. Além disso, como somos de São Paulo, temos trauma em depender de carro e fazemos de tudo para fugir do trânsito.
E a procura começou. Para ser justa, neste momento só o Mauricio estava trabalhando na respectiva tarefa. Ele foi entender melhor os bairros para ver o que estava disponível e onde seria bom morar. Depois de um dia inteiro olhando, olhando, olhando e olhando, ele começou a ficar intrigado com um pequeno (bem pequeno) detalhe. A maior parte dos imóveis que achou, se não foram todos, simplesmente não aceitavam cachorros. Ele passou o feriado inteiro vendo coisas para alugar. E nada de cachorro ser bem vindo.
Foi nesta hora que percebemos que achar um lugar para morar não seria fácil. Confesso que por um momento, começamos achar que seria impossível. De repente, a especulação virou neurose, objetivo, questão de vida ou morte (exagero!). Mas realmente nos desesperamos. Chegamos a quase desistir de Vancouver e ir para outra cidade, pois só aí vimos que o problema era na cidade. Nos aprofundamos no assunto e descobrimos que de fato isso era comum por lá e que são raros os proprietários que aceitam animais. E para piorar, os poucos que abriam exceção, permitiam apenas um cachorro (ou gato) de pequeno porte.
Claro, assim fica fácil. Levarei os cachorros a um laboratório e pedirei para juntá-los transformando em apenas um e depois dar um comprimido para encolher!!! Como assim não aceitam???
O negócio era assim: quando aceitavam dois cachorros, os animais teriam que ser pequenos e, quando aceitavam de porte grande, só poderia ser um. Ou seja, sempre estávamos fora dos requisitos exigidos.
Bom, depois deste banho de água fria, começou a saga. Todas as noites e manhãs (ou seja, fora do horário de trabalho) ficamos no computador, no IPad, no IPhone, onde fosse possível, procurando imóveis. Não havia um minuto de descanso. Para se ter uma idéia, quando procurávamos em imobiliárias, Google, Craiglist, Kijiji, Padmapper, e outros meios de buscas, bastava colocar o filtro "pets alowed" que nossas opções caiam para menos de 10%.
Bom, a partir daí poderia ser qualquer coisa, bastasse aceitar cachorro e caber no nosso bolso. Não importava mais o lugar, a distância, o tamanho, cor, cheiro, tipo....
Em certa ocasião fizemos a proposta para uma casa, que era uma graça, e bem localizada. Mas era tão pequena que pelos nossos cálculos (somos arquitetos) não caberia uma mesa e um sofá. Seria ou um ou outro. Estava tudo certo, até que a proprietária ficou sabendo que drama dos DOIS cachorros e não nos aceitou.
Apenas em outubro achamos uma "santa proprietária" que aceitou os nossos pequenos. Claro, que depois de tanto sofrimento, exigimos que entrasse no contrato detalhes dos cachorros para não termos problemas futuros. Afinal, era melhor não ser aceito antes do contrato do que depois, estando lá. Não podíamos correr o risco de ficar sem teto, com mala, cuia e cachorro. Mas vale lembrar que a Landlord não fez nenhum milagre, pois pagamos três meses de aluguel antecipados mais dois depósitos (cada um no valor equivalente a 1/2 aluguel). O "depósito" é um valor retido no início do contrato para pagar eventuais danos causados pelo inquilino durante a sua estadia. Caso no término do contrato o imóvel esteja em ordem, este valor é devolvido. Nós acabamos pagando dois pois um foi para proteção do patrimônio e outro foi pelos cachorros, mas isso é comum.
Para finalizar tudo isso e complicar mais, o Mauricio teve que ir em novembro ao Canadá para assinar o contrato. Fizemos tudo estando no Brasil, mas a assinatura propriamente dita teve que ser pessoalmente. Até sugerimos em assinarmos o documento e enviá-lo por correio, Fedex, DHL, ou similar. Não aceitaram. Explicaram que preferem assim para não haver surpresas futuras. Para que o negócio seja bom para todos, exigiram a visita no local antes de qualquer acordo. Mesmo que isso tenha gerado um custo extra ao nosso plano, foi melhor assim.
Para concluir, ficaremos em um apartamento em Coquitlam (na região metropolitana), com dois quartos (dá para receber visitas), varanda, novo, mobiliado e "walk score" 75%. Oba, ponto para nós, ou melhor, para o Mauricio. Confesso que procurei muito, mas quem resolveu tudo foi ele. E a recompensa foi uma viagem extra fora de época, que ficou para ele.
TAREFA #07: OK
Alguns sites que nos ajudaram na procura:
www.walkscore.com
vancouver.craigslist.ca
www.kijiji.ca
www.padmapper.com
Obs. O nosso apartamento nós conseguimos através de imobiliária. Mas encontramos a empresa através destes sites de busca.
Ao escrever um comentário para o qual espera uma resposta, por favor, indique um email de contato. Comentários com emails de contato não serão publicados.
Anotei os sites de busca! :)
ResponderExcluirOi Pri! Leonardo falando, direto da capital do Brasil, conhecida como Bras-ilha!
Estou aqui, eu e meu marido, planejando irmos para o Canadá em alguns anos. Eu, 28 anos, concursado, de TI. Ele, 34 anos, autônomo, advogado. Salários legais, vida tranquila, planos na cabeça e um shih-tzu debaixo do braço, o Farofa.
Estamos meio cansados do Brasil... algo parecido com o que vocês estavam sentindo, na verdade. Esse negócio de viver no automático. Não estamos beeem assim, mas... queremos algo melhor, também. Um lugar melhor. Um país melhor!
Agora paramos na primeira dúvida: pra qual cidade irmos! :/ Vancouver não é muito úmida pra um Shih-tzu (peludo pra caramba)?
Meu filhote é como os de vocês. Literalmente um filho. Hehe. Ainda estou vendo todo o seu blog. Muita informação, tudo útil! Agradeço por compartilhar isso tudo com tanta gente :)
Quando vocês pesquisaram outras cidades, chegaram a olhar algumas menores, como Edmonton, Winnipeg, Nova Scotia, Regina... ou só olharam as grandes Toronto, Vancouver, Victoria, Calgary?
Beijos! Fiquem bem!
Olá Leonardo
ExcluirPara ser sincera, restringimos nossas opções à região de Vancouver e arredores. Queríamos o local menos frio do país. Além disso, nós gostamos de ativdades ao ar livre e a região é favorável para isso.
Quanto ao seu peludo, acho que ele se acostumaria fácil, pois sempre vejo Shih-tzu andando por aqui debaixo de chuva mesmo. Também não faltam opções de capa a prova d'água para pets. Acho que vale a pena você ler mais a frente os posts dedicados a cachorros pois abordo vários temas legais.
Admito que os nossos cachorros que vieram conosco eram um pouco sensíveis à chuva. Hoje estou com um filhote de Retriever que está crescendo aqui. Ele já criou um tipo de proteção no pelo que evita que a chuva penetre facilmente até o couro. Ou seja, se o animalzinho vem cedo, adapta-se mais fácil. Meus outros eram bem velhinhos. Mas independente da idade, aqui é muito melhor para eles. Com certeza.
Espero que ache auilo que procura!
Um abraço
Priscila