quinta-feira, 31 de outubro de 2013

- Halloween




Halloween, ou Dia das Bruxas, é comemorado todos os anos no dia 31 de outubro principalmente em países de língua inglesa, especialmente no Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Reino Unido. Aqui por estes lados é um dia muito esperado pelas crianças, que aguardam anciosas pelas brincadeiras nas ruas e pela coleta de doces. Mas afinal, o que é o Halloween. Pesquisei, pesquisei e pesquisei e cheguei em um bilhão de histórias. Resolvi escrever apenas algumas, pois para relatar todas as explicações precisaria de um blog só para isso (rsssss)

UM POUCO DE HISTÓRIA ...

A origem do Halloween é um pouco confusa e se mistura entre duas histórias basicamente.

Uma delas é a origem pagã que não tem nada relacionado às bruxas. Na verdade, esta versão tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. Mas diferente do que muitos pensariam como algo triste, este culto era comemorado com festa e alegria, pois para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam início ao ano novo celta.

Já a outra versão seria de origem Católica e está relacionada à data que comemora o dia de "Todos os Santos" (01 de novembro). Como a maioria das grandes festas, esta também ganhou a sua celebração de véspera (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween".

Atualmente a forma com que o Halloween é celebrado tem pouco a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.
Entre os elementos acrescidos, o mais conhecido é o costume dos "disfarces". Esta brincadeira começou lá trás ainda quando os europeus, assim como os celtas, também acreditavam que os espíritos retornariam à terra no Halloween. Como temiam que as almas ruins pudessem fazer algum mal, eles se vestiam como fantasmas ou criaturas malvadas para se disfarçarem de "mortos" e tentarem confundir os mal espíritos. (???)


ABÓBORA

 A abóbora é o principal símbolo do Halloween e isso também tem outra explicação e está ligada à adaptação da lenda de Jack o’lantern para o folclore norte-americano. Na Irlanda, acendiam velas dentro de nabos para afastar maus espíritos na festa celta de Samhain, que celebrava o fim do verão. O costume teria sido levado pelos imigrantes para os EUA e incorporado ao All Hallows Even (véspera do Dia de Todos os Santos), dando origem ao Halloween. Reza a lenda que Jack, homem que gostava de beber, cruzava com o diabo em seus porres e enganou o coisa-ruim várias vezes para não ser levado para o inferno. Até o dia em que, de tanto beber, morreu. Sua entrada foi negada no céu e também no inferno, já que humilhara o demônio em vida. Desde então, Jack passou a vagar com velas dentro de nabos para iluminar sua alma penada. Quando os irlandeses chegaram à América, teriam percebido que as abóboras eram mais abundantes por lá e passaram a usá-las no lugar dos nabos. Lembrando que o Halloween acontece no outono, época de colheitas. Assim, a fartura da abóbora está relacionada ao período do ano em que a festa acontece.


AS BRUXAS

As bruxas tem um papel importantíssimo no Halloween.
 Não é à toa que o dia 31 de Outubro é conhecida como "Dia das Bruxas" em português.
 Segundo várias lendas, as bruxas se reuniam duas vezes por ano durante a mudança das estações: no dia 30 de abril e no dia 31 de outubro.
 Segundo conta-se a lenda, chegando em vassouras voadoras, as bruxas participavam de uma festa chefiada pelo próprio Diabo.
 Elas jogavam maldições e feitiços em qualquer pessoa, transformavam-se em várias coisas e causavam todo tipo de transtorno. 
Diz-se também que para encontrar uma bruxa era preciso colocar suas roupas do avesso e andar de costas durante a noite de Halloween.
 Então, à meia-noite, você veria uma bruxa!
A crença em bruxas chegou aos Estados Unidos com os primeiros colonizadores. 
Lá, elas se espalharam e misturaram-se com as histórias de bruxas contadas pelos índios norte-americanos e, mais tarde, com as crenças na magia negra trazidas pelos escravos africanos.
 O gato preto é constantemente associado às bruxas devido à lendas, as quais citam que elas podem transformar-se em gatos e também devido à crenças, as quais pregam que os gatos são na realidade espíritos de pessoas mortas.
 Muitas superstições estão associadas aos gatos pretos.
 Uma das mais conhecidas é a de que se um gato preto cruzar seu caminho, você deve voltar pelo caminho de onde veio, pois se não o fizer, é azar na certa.


TRAVESSURAS OU GOSTOSURAS (Trick-or-treat)


A brincadeira de "doces ou travessuras" é originária de um costume europeu do século IX, chamado de "souling" (almejar).
No dia 2 de novembro, Dia de Todas as Almas (ou Finados aqui no Brasil), os cristãos iam de vila em vila pedindo "soul cakes" (bolos de alma), que eram feitos de pequenos quadrados de pão com groselha. 
Para cada bolo que ganhasse, a pessoa deveria fazer uma oração por um parente morto do doador.
Acreditava-se que as almas permaneciam no limbo por um certo tempo após sua morte e que as orações ajudavam-na a ir para o céu.



CANADÁ E O HALLOWEEN

Aqui em British Columbia o pessoal acompanha a cultura. As lojas também se prepararam para vender fantasias e doces aos montes. Tudo muito bem planejado. Para os adultos, resta a tarefa de rechear as casas com doces para distribuir para a criançada. Nada difícil pois são vendidas caixas preparadas com balas e chocolates temáticos em quantidades apropriadas. É possível comprar pacotes com 150 mini chocolates para fazer volume e não pesar no bolso. O preço??? É possível encontrar por CAD$ 6.00, nada muito caro. A idéia é a diversão! Mas o mais legal e divertido é andar pelas ruas e ver a decoração das casas. Algumas com super produções. Fantasmas, abóboras, luzes, morcegos, bruxas e todo tipo de enfeite possível. Para quem gosta de entrar no espírito, é um prato cheio de alegria. A cidade fica decorada e as lojas entram no clime.

Casa na vizinhança

E A NOSSA EXPERIÊNCIA

Bem, digamos que estávamos ancisosos para o nosso primero Halloween e até havíamos comprado uma fantasia para a Jesse, mas... o frio de 2 graus celsius e a chuva constante nos fizeram desistir de qualquer tentativa de comemoração na data com trick or treat. Apenas nossa amada peluda se divertiu fazendo successo entre as crianças. Além disso, nosso condomínio não permitiu o acesso de crianças para pedir os doces :( 
Conclusão, fomos a um restaurante beber um pouco e relaxar!!!

Jesse fantasiada
Jesse fantasiada


terça-feira, 29 de outubro de 2013

- Hiking, costume local





O conceito de hiking é um pouco difícil de explicar e minha história vai deixar isso bem claro.

Mas para quem não sabe absolutamente nada do que estou falando, dizem por aí que hiking nada mais é do que uma caminhada ao ar livre em ambiente natural, geralmente em trilhas. Aqui em British Columbia este esporte é super popular e quase todo canadense o pratica. E não é para menos, pois se tem uma coisa de sobra por aqui são as montanhas cheias de trilhas.

Me explicaram que é um ótimo exercício porque faz um esforço bom para as perna e para os gluteos. Aí a Priscila (eu) neurótica já pensou: "nossa, então quer dizer que posso fazer uma caminhadinha que ajudará a fortalecer meus músculos". E claro, quem está na chuva é para se molhar, então, porque não praticar mais uma atividade canadense certo? E o melhor, que me ajudará a ficar em forma. Aí eu, mala sem alça, pedi para o maridão me levar para fazer hiking, afinal é só uma caminhadinha.

Mas onde praticar pela primeira vez o hiking??? A resposta era fácil: em Grouse Mountain. Na realidade, Grouse Mountain é uma montanha localizada em Vancouver que tem uma pequena e conhecida estação de esqui durante o inverno. Mas depois falarei disso em outro post, por enquanto ficarei focada na história do tal esporte. Esta montanha tem uma das trilhas de hiking mais famosas do mundo, então obviamente queríamos o privilégio de começar por lá.

Mas antes de irmos nos aventurar, há uns dois meses atrás levamos uma amiga brasileira que veio nos visitar (Thatiana) para passear por Vancouver e passamos em Grouse Mountain para ela conhecer este ponto turístico famoso da cidade. Por coincidência, o Maurício encontrou um conhecido por lá que iria iniciar a trilha de hiking. Ele estava empolgadissimo porque estava se preparando para quebrar o próprio recorde. O objetivo do dito cujo era terminar quase 3km em 40 minutos. Quando eu ouvi isso eu pensei: "Como assim 40 minutos? Tá doido? Você vai caminhando em que ritmo amigo? A passos de tartaruga?" Bom, neste dia não foi a nossa vez.



No mês passado, resolvemos finalmente iniciar o hiking. Aí fomos nós para a tap montanha. Estávamos vestidos como se fossemos correr, nada de especial. Quando iniciamos a trilha, eu via algumas pessoas com mochila, uma galera segurando umas varetas (tipo aquelas de esqui), outras com uns cintos cheio de suprimentos. E eu é claro, só com minhas pernas e não entendendo nada do porquê de tanto preparo  Enfim, começamos nossa "caminhada". Passo a passo. Era uma subida no meio de uma floresta. Lindo! Atrás de nós havia uns adolescentes falando alto, brincando, rindo e fazendo bagunça. Como o conceito é apreciar a natureza, resolvemos acelerar o nosso ritmo para nos afastar deste grupo de malas. Meu primeiro erro. Sem ter a menor idéia do que vinha pela frente, aceleramos mesmo. Depois de 20 minutos, eu não tinha mais ar e meu coração estava acelerado. Parei para recuperar o fôlego e perguntei para o maridão quanto faltava, esperando que ele fosse dizer uns 500m de distância. A resposta me tirou mais ar: "faltam mais de 2,0km". Com o fôlego que peguei retruquei: "Como assim?????????? Impossível, seu aparelho deve estar com problema!"

Nesta hora eu só conseguia me lembrar do tal conhecido que queria terminar a trilha em 40min. Para não acabar com o passeio do marido atleta, logo falei para nos separarmos e que ele deveria ir na frente que eu o alcançaria depois (até parece!!).

Claro que ele foi... E eu não desistiria assim tão fácil e resolvi continuar, mas num ritmo mais lento e controlado. Aí fui eu no maior esforço do mundo, deixando um dos pulmões para trás. Depois de quase morta, parei para descansar novamente. Um canadense parou do meu lado e começamos a conversar. Perguntei a ele quanto faltava e sorrindo ele me disse que eu estava um pouco mais de 1/4. Nesta hora, lembrei novamente do tal conhecido dos 40min. O canadense viu que eu estava sem mochila e me ofereceu água e um sanduíche para me ajudar a recuperar as energias. Além disso, recomendou que da "próxima vez" me preparasse melhor, porque para fazer esta trilha seria fundamental estar hidratada. Aí lembrei daquelas pessoas equipadas lá no começo. Eu queria desistir mas não podia porque na entrada da trilha havia uma placa dizendo que é proibido descer. Antes que você leitor não entenda isso, quando se alcança o topo, o hiker pega uma gôndola (teleférico fechado) para retornar à base da montanha. Mas enquanto eu descansava e conversava com o tal canadense um loco "desavisado" estava descendo a trilha. Sem dúvidas, resolvi acompanhá-lo e desistir da minha subida. Agradeci as dicas e a gentileza e voltei antes mesmo de chegar na metade.




Confesso que dava para continuar, mas o fato de estar tão longe do final me assustou, principalmente porque eu não estava "equipada". E o maridão???? Foi até o fim, tirou uma foto e me mandou para dar inveja. Apenas um detalhe, como ele deixou a carteira comigo, não pôde pagar a descida de gôndola e encarou o retorno na raça! É isso mesmo o que você está pensando, enquanto eu não completei nem metade da trilha, ele subiu e desceu (mesmo não sendo permitido).



E porque é tão difícil?? Vou explicar: existem hikings e hikings. Depois te tudo, fui descobrir que esta trilha é famosa porque é desafiadora. O caminho é feito de pedras e degraus, por isso, você não faz a trilha caminhando e sim subindo 2,9km de escada. Simples assim. E pensa que ficou por aí???! De maneira nenhuma. Na semana seguinte eu já estava de volta. Desta vez levei uma garrafinha de água, mas só. Depois de 1:15h eu alcancei o topo. Aí foi só a alegria de tomar um belo chocolate quente para esquentar o corpo nos 4 graus celsius lá em coma.




Para concluir, acho que dava para ter feito em um menor tempo, mas como foi a primeira vez que fui disposta a chegar ao topo, preferi controlar meu ritmo e alcançar o fim da trilha, principalmente porque no decorrer da "caminhada" eu não tinha muito idéia de como seria a dificuldade a frente. Mas já fique super feliz em ter conseguido. E o mais legal é que achei que ficaria super dolorida no dia seguinte, mas nada disso, ainda fui no parque correr para aproveitar o sol!

Então, o dia que alguém lhe convidar para praticar hiking, recomendo que você se informe em relação ao percurso antes de enfrentá-lo. Isso significa saber a inclinação, distância e tempo médio para vencer a trilha. Cuidado, existem hikings que duram dias e requer muita resistência, preparo e equipment's. Então, esqueça este conceito de que é uma caminhada pela natureza!!!!!


SOBRE GROUSE MOUNTAIN




O que eu fiquei sabendo só depois... A Grouse Grind Trail é uma montanha extremamente marcada por degraus, começando em uma altitude de 300m e finalizando em uma elevação de 1.100m com distância de aproximadamente 2,9km.

O tempo de caminhada varia de acordo com o atleta e pessoas com problemas de coração, pressão ou problemas respiratórios são alertados a não tentar praticar o esporte nesta trilha. Recomenda-se nunca fazer o esporte sozinho e se preparar carregando água, alimento, roupas quentes e um celular.

O hiker deve planejar tempo suficiente para completar a trilha antes do anoitecer. Após a noite cair, o percurso se torna muito perigoso e pode resultar em pessoas perdidas durante a temporada, sobretudo porque esta trilha não tem serviço de patrulha. Além disso, dê maid atenção no inferno quango os dias são ben maid curtos e o sol se põe super cedo.

Também deve-se dar atenção ao clima e temperatura. As condições podem variar durante o percurso, sobretudo na época de inverno quando a neve pode estar presente. Dependendo das condições ou previsões, a trilha pode ser fechada para evitar riscos aos hikers.

Para maiores informações, acesse o site do resort clicando aqui.


Vista a partir do topo de Grouse Mountain

Vancouver vista do topo de Grouse Mountain

sábado, 19 de outubro de 2013

- Fechando o verão canadense






E a minha primeira estação do ano completa se encerrou. E com muita sorte, foi o verão. Sei que devia ter escrito antes sobre isso, mas eu quis esperar a estação terminar para concluir a minha opinião.

Enquanto estava no Brasil, quando conversava com alguém e rolava o assunto da imigração, sempre ouvia a mesma conversa: "Nossa, mas você vai fazer o que naquela terra gelada?" Querendo ou não, as pessoas conhecem o Canadá pelo frio e não fazem a menor idéia de como é o verão por aqui. Na realidade, acho que elas acreditam que nem existe verão neste país (rssssss). Então, para estas pessoas que juram que aqui só tem gelo, devo informar que estão erradas. E aí vale a leitura deste post :)

Primeiramente, devo admitir que antes de vir li bastaaaaante sobre o Canadá, especialmente Vancouver. Mas o verão foi além da minha imaginação e das informações que eu tinha. E o melhor de tudo, superou (e muito) as minhas expectativas.

Para começar, devo avisar que aqui não está escrito nem um milésimo da minha experiência de verão, mas não daria para escrever mais para não ficar exhaustive e o post do tamanho de um livro. É só um resuminho para dar uma idéia do que acontece.




CLIMA e HORA

Estou aqui desde o final de abril e, apesar do verão ter começado oficialmente em 21 de junho, antes disso os dias já começaram a esquentar. Em maio as chuvas já diminuíram e começaram a dar lugar para os dias mais secos, o que já é uma característica da primavera como período de transição.

O verão é definitivamente a época mais esperada por todos, e isso é completamente justificável. Depois de um inverno chuvoso, a ansiedade em rever o sol é grande. E quando ele aparece, vem com tudo mesmo! Todos os dias são ensolarados com um céu suuuuper azul, sem nenhuma nuvem no céu. É um período de seca (até demais). Este ano foram mais de 60 dias consecutivos sem a queda de nenhuma gotinha de água. E pensa que achei ruim? De maneira nenhuma. E a temperatura? Em média o dia variava entre 26 e 32 graus celsius. E acredite, a sensação é de muito calor.

E por incrível que pareça, fazia muito tempo que eu não vestia tanto shorts e havaianas como usei aqui. Nem no Brasil eu me vestia assim. O engraçado é que lembro que quando eu estava arrumando as malas para vir, o meu pai e a minha mãe perguntavam: "para onde você acha que está indo levando shorts e biquini?" No meio do verão eu respondia esta pergunta para mim mesma "ainda bem que eu trouxe minhas roupas de verão". Por isso, caso você esteja planejando uma viagem para cá no meio do ano, programe mala para dias de calor.

Além das temperaturas altas, o que mais choca para os brasileiros é a duração do dia. Em geral, o sol nasce as 5:30h, o que significa que começa a clarear mais ou menos as 4:30h. A noite ele se põe as 21:30h e só começa escurecer de verdade depois das 22:30h. Com a noite curta e o dia super longo, as pessoas ficam na rua até tarde, e isso é uma delícia! Para quem gosta de esportes, aproveita muito este período. E até quem não é fã de exercícios fica motivado a fazer alguma coisa. Os parques ficam lotados, assim como as praias (de mar e de rio), bares, restaurantes, ruas, churrascos e qualquer ambiente ao ar livre.

Claro que na hora de dormir durante a semana isso pode atrapalhar um pouco. Se não tiver uma boa cortina ou persiana para escurecer o quarto, esqueça e só vá deitar depois das 23h. Às vezes ficávamos naquela enrolarão para pegar no sono e parecíamos zumbi com os olhos abertos esperando a noite chegar de vez para conseguir dormir de verdade. Sem falar que a empolgação das pessoas alegres as vezes refletia em festas, badernas e churrascos até altas horas. Aí o sono se tornava missão impossível.




PREPARO DAS CASAS

Ok, ok, o verão é lindo e maravilhoso, mas não dura muito. Querendo ou não, a maior parte do ano é marcado pelos dias frios e úmidos, então por uma questão de lógica, as casas são bem mais preparadas para baixas temperaturas. E isso significa calor, muito calor, mas muito mesmo, dentro de casa durante o verão.

As construções são praticamente lacradas para evitar a perda de calor para o ambiente externo, e isso quer dizer pouquíssimas aberturas. As janelas em geral são vedadas e com apenas um pequeno vidro flexível para abertura, da mesma forma, as portas também não abrem grandes vãos. E para aquecer mais o ambiente, é comum o piso ser de carpete, carpete e carpete. Se tiver sorte (e nós temos) pelo menos a sala tem piso de madeira ou laminado.

Entre estes e outros detalhes, o efeito final é de um ambiente perfeitamente aquecido e confortável ... para o inverno. E isso naturalmente significa "derreter" no verão. Diferentemente do Brasil onde estamos acostumados a usar o vento a nosso favor, aqui praticamente não há circulação de ar dentro de casa. E o resultado é uma estufa perfeita para cozinhar canadense (e imigrante é claro!)

Não é a toa que é grande a movimentação nos Home Centers de pessoas comprando máquinas de ar condicionado. Claro que também tentamos ter a nossa, mas com o dinheiro curtíssimo, deixamos este plano para o ano que vem. Neste verão sofremos com o calor e apenas lamentamos o nosso equipamento estar lá longe no nosso apartamento de São Paulo. É engraçado como de repente tudo muda. Nossa casinha brasileira foi feita sob medida para nossas manias e, aqui, não temos nada disso. E a parte boa, é que ainda assim estamos super felizes por aqui, mesmo tendo aberto mão de tudo o que tínhamos por lá.





FÉRIAS

Por estarmos do outro lado do hemisfério, o verão ocorre na época do ano inversa a do Brasil, e por causa disso, muitos outros costumes relacionados ao clima acompanham o mesmo ritmo. Assim, diferente do que os brasileiros estão acostumados, as férias escolares mais esperadas são as da metade do ano e são equivalentes as de fim de ano do Brasil. Também duram aproximadamente dois meses e é o período que a criançada aproveita para brincar e se divertir com atividades externas. Ficar em ambientes internos é praticamente proibido. Parece que as pessoas tentam acumular energia para o inverno do fim do ano.

Com as crianças fora da escola e professores de férias, o números de famílias programando viagens aumenta muito, o que faz do verão a época do ano mais cara para se viajar. E isso vale tanto para os canadenses como para os turistas que chegam por aqui. O porto de Vancouver fica bem ocupado com o alto número de cruzeiros ancorados, com chegadas e saídas frequentes e turistas aos montes desembarcando para conhecer a região. A cidade fica super movimentada.





PARQUES e PRAIAS

Quem não tem cão caça com gato, da mesma forma que quem não tem praia vai para o parque. Aqui é assim, praia de Vancouver é parque. A galera literalmente se diverte nestes lugares. E para a nossa alegria, o número de opções é gigante. Tem parques de todos os tamanhos, para todos os gostos e espalhados por todos os lados. Mas afinal, o que fazer neste parques?

Se existe uma coisa que eu diria que é tipicamente canadense é o picnic. É isso aí, aquela farofada que brasileiro adora fazer na praia, os canadenses fazem nos parques. Alguns são bem profissionais e super preparados. O pessoal chega no parque com mala, cuia e churrasqueira. Arma um monte de cadeiras e começa a assar hotdogs e burgers entre os amigos e as cervejas. E isso rola por hooooooras, as vezes o dia todo. No começo achávamos estranho, mas depois começamos a curtir a idéia, afinal, os parques são super preparados, não tem areia e ainda podemos levar a Jesse junto. Tomar sol? Sim, deitados na grama lotados de protetor solar. Aí aquele conceito de canadense branquelo vai por água abaixo, porque ficam super bronzeados.

Muitos parques tem rios onde o pessoal faz o picnic às margens. É bem legal e você vê famílias com crianças e cachorros de divertindo. Não se assuste se de repente você se deparar com algumas pessoas descendo o rio em bóias enormes, apenas desvie. Mas na minha opinião, não é simples usufruir destas águas, pois em geral são geladissimas.

Mas se picnic não é algo que lhe agrada, há muitas maneiras de aproveitar os parques. Bikes, corridas, skates, patins, hotdog de trailer, ou simplesmente ler um livro sob uma árvore, podem ser boas maneiras de curtir os dias quentes. O fato, é que os parques são lugares super bem preparados, equipados e deliciosos para curtir o verão.

Mas se parque não for a sua “onda”, relaxe, aqui também tem a praia convencional!!!  Eu estava só brincando quando dei a entender que aqui não tinha praia... afinal  Vancouver está no litoral do Canadá, e claro,  esta paisagem faz parte deste contexto. Apesar da orla estar no Oceano Pacífico, as praias locais são calmas e não tem super ondas, mas são bem gostosas para curtir. E além das conhecidas praias de areia, é comum as pessoas também irem às praias de rios ou lagos. As margens podem ser de areia ou pedra, mas independente disso, ambas são aproveitáveis e super legais.





LAZER

A região de Metro Vancouver é conhecida pelos esportes de neve; não foi por acaso que sediou os Jogos Olímpicos de Inverno. Mas uma visita à cidade é sempre uma experiência especial, seja qual for a época.

Rodeada de água e montanhas íngremes, a cidade é um lugar de beleza e paisagens grandiosas e com enormes áreas naturais com jardins, bosques, trilhas e praias públicas. Aqui, o ambiente urbano da cidade encontra a paixão local pela vida ao ar livre: os habitantes adoram andar de caiaque, velejar, esquiar e fazer trilhas. E claro, além de toda esta atmosfera natural, também dá para aproveitar muito bem o lado urbano do local recheado de alta tecnologia, design, galerias de arte, butiques, espaços de performance,  casas de show, bares, clubes e restaurantes. A cidade canadense é rica em diversidade e certamente agradará a todos.

Mas entre tudo o que se pode fazer por aqui, o esporte certamente tem que fazer parte da programação para quem mora. Nem que seja apenas um. Claro que esta é uma questão muito pessoal. Tem gente que naturalmente nasceu para os esportes e tem gente (como eu) que não leva o menor jeito para isso. Mas independente disso, resolvi incorporar um novo estilo e ir na onda saudável que British Columbia inspira. E acredite, se existe uma coisa que não tem absolutamente nada a ver comigo, é qualquer tipo de esporte. Mas com um pouco de insistência, teimosia e força de vontade (muita), decidi tentar algumas coisas. Não tem como fugir disso, o lugar é convidativo.

Entre a enorme variedade de esportes de verão praticados pelos “vancouverians”, acabei escolhendo alguns para tentar aderir: bike e corrida. Mas tirando estes dois, opção é o que não falta e pode acrescentar na lista vários relacionados à água como caiaque e vela.

Além dos esportes, o período também recebe muuuuuuuitos shows de bandas famosas. O calendário é bem apertado para quem gosta deste tipo de diversão. Claro que precisa ter um $$ a mais, porque não são baratos. Mas se depender de diversidade, pode ficar tranquilo que não faltará opção de lazeres musicais. Somados aos shows, também acontecem diversos festivais pela região. De temas variados e sem custo de entrada, é uma ótima alternantiva para sair de casa e curtir um pouco da cultura canadense, especialmente para famílias.




E A MINHA OPINIÃO ...

No fim das contas, eu poderia passar o ano escrevendo um post por dia falando do que fazer no verão. E depois de 365 textos, certamente ainda não teria escrito tudo o que se pode aproveitar. Mas também não tenho pressa e irei escrevendo aos poucos. A idéia de escrever este post foi apenas de generalizar (e até demais) do que é o período quente daqui, que eu mesma cheguei a subestimar.

Então... tenho que admitir uma coisa. Toda vez que alguem dizia que pensava em fazer uma viagem para o Canadá no verão eu estranhava. Eu achava que o legal seria sempre vir no inverno para aproveitar a neve, que é algo que não tem no Brasil. Mas hoje, depois de ter vivido aqui no verão, recomendo a todos que venham conhecer Vancouver no meio do ano e aproveitar os dias de sol. Definitivamente superou as minhas expectativas. Não tem como não gostar. As paisagens são perfeitas, o céu deslumbrante, as pessoas felizes, etc, etc, etc.

Hoje, eu entendo a razão de todos estarem na rua em tempo integral aproveitando os dias quentes. Querendo ou não, o período cinza, chuvoso e frio vai chegar inevitavelmente. Como todos sabem disso, as pessoas se obrigam a ficar em ambientes externos o tempo todo.

Nós tentamos seguir os conselhos dos canadenses e ficamos o máximo de tempo possível aproveitando esta atmosfera maravilhosa. Era até engraçado, porque às vezes queríamos ficar em casa descansando e vendo um filme. Mas como sabíamos que o frio chegaria, não nos permitíamos ficar em ambientes internos de maneira nenhuma. Quando não tínhamos o que fazer, pegávamos a Jesse e íamos para um parque, nem que fosse para só tomar um sorvete.

Meu conselho?


Se você vier visitar Vancouver, opte pelo verão. Se você for imigrar para estes lados, opte pelo verão.