sexta-feira, 24 de julho de 2015

- Fim da primeira experiência canadense [DELA]



*** Post atrasado, mas escrito com muito carinho. ***
[A história é sobre o lado feminino do PriMauCanada]
Agora senta que lá vem a história...

É com um imenso orgulho que encerrei a minha história profissional na Starbucks. É difícil mensurar a felicidade que senti neste momento. Não por deixar a empresa, mas por ter concluído uma experiência que jamais imaginei que passaria na vida, menos ainda que me acrescentaria tanto. No momento em que deixei a loja no meu último dia de trabalho, tive uma sensação de realização inexplicável. Fiz o meu último percurso de volta para a casa rindo sozinha no carro. Estava um dia de sol com uma brisa geladinha. Uma delícia. E enquanto eu passava pelo meu trajeto habitual, eu observava todos os detalhes daquele caminho que fiz por um tempo e que se tornou tão especial. Não saía da minha cabeça a imagem que tive daquele mesmo percurso no meu primeiro dia de trabalho. Foram mais ou menos uns 30 minutos de retrospectiva daquele período que se encerrava. Eu me sentia vencedora por ter completado aquele ciclo da minha vida. É engraçado como algumas coisas aparentemente simples podem fazer tanto por nós, sem mesmo que isso tenha sido algo projetado como plano. 

Nunca planejei um dia trabalhar em uma cafeteria. Quando criança, os adultos me perguntavam o que eu queria ser quando crescer, e juro, nunca respondi “barista”. Nunca cogitei colocar este cargo no meu currículo. Passei a minha fase de adolescência e de adulta focada em construir uma carreira especializada. Carreira esta que deveria ser envolvida por uma agenda cheia de compromissos, grandes responsabilidades, excelente network e, claro, muito sucesso. E assim, trabalhei bastante para correr atrás daquilo que parecia ser o ideal. Mas aí veio a vida me mostrar que talvez isso não fosse exatamente o que eu queria. E apesar das coisas estarem caminhando rumo ao desejado enquanto eu morava no Brasil, eu ainda me sentia incompleta. Eu precisava de outro tipo de desafio. Eu queria mais, não sabia exatamente o quê, mas queria algo completamente diferente do que eu estava vivendo. E olha que eu gostava muito do que eu fazia pela minha carreira. Eu era (e ainda sou) muito orgulhosa das minhas conquistas profissionais. Mas por mais que eu estivesse no curso para conseguir o que eu tanto desejava profissionalmente, um dia qualquer percebi que aquilo não bastava, antes mesmo de alcançar o tal sucesso almejado. Se é que isso um dia aconteceria. Aquele turbilhão de tarefas, emails, ligações, valores, números, pessoas, relacionamentos, cargos, empresas, missões, visões e longas jornadas de trabalho de repente viraram um peso. Todo dia era mais um dia com todo aquele ciclo de coisas infinitas para cumprir. A rotina não parecia mais ser a carreira legal dos meus planos. Nada daquilo tinha mais o “brilho” dos meus sonhos de mais jovem e as coisas não estavam mais fazendo tanto sentido. A verdade é que em certo ponto, eu não entendia mais o propósito de construir a aspirada carreira promissora. Toda aquela atmosfera profissional estava mais me sufocando do que agregando. A vida estava ficando sem graça, com pouca diversão e muito trabalho. Eu estava me tornando adulta demais. E foi quando esta história de mudar para o Canadá, que já estava caminhando, começou de fato a fazer sentido. 

É isso aí Priscila, queria mais? Queria algo mais desafiador? Pois bem, foi isso o que você conseguiu! 

Gente, já falei isso aqui e repito, imigrar é FODA (assim mesmo, com todas as letras, FO-DA). E por que estou falando tudo isso exatamente neste post? Porque trabalhar na Starbucks foi o maior desafio que eu tive na minha carreira profissional até o momento. Sei que parece bobagem para quem vê de fora. Mas não estou de brincadeira. E isso faz total sentido. 

Uma carreira especializada não é construída da noite para o dia. Desenvolver uma carreira é um longo e árduo processo de crescimento diário que começa bem do início, desde a escolha pela área de atuação e profissão, passando pelos estudos e cursos, até conseguir a primeira oportunidade de trabalho no campo escolhido. Depois vêm as experiências dia a dia, as especializações, os treinamentos e mais oportunidades. O profissional cresce aos poucos, aprende lentamente e anda passo a passo. E claro que tudo isso requer muita disciplina, empenho, tempo e suor. Sem mencionar o dinheiro. Mas aos poucos, o mundo que antes era desconhecido vai se tornando familiar, as coisas passam a fazer sentido, e depois de muita dedicação e tempo a pessoa passa de um simples estudante imaturo para um profissional responsável, tomador de decisões e/ou criador de grandes ideias. Tudo isso é muito legal. O fato é que uma carreira é construída devagar. É o mesmo que subir uma longa escada degrau por degrau até conseguir atingir um patamar de reconhecimento e resultado. Enfim, este foi o cenário que imaginei para a minha vida e para o qual eu estava batalhando muito no Brasil. Até o dia que tudo isso mudou, por opção. 

E aqui estava eu, no Canadá, colocando tudo isso em uma gaveta. Toda esta carreira profissional envolvida por experiência, conhecimento e dedicação teve que ser guardada em uma caixinha de veludo e armazenada por tempo indeterminado. As experiências pessoais passaram a ser as minhas únicas ferramentas na nova vida de expatriado. 
E foi assim que me vi quando cheguei aqui: “sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos (...)”. E no meu caso sem idioma. E a Starbucks entrou na minha vida neste momento. Começar a trabalhar lá foi algo incrível, completamente diferente de tudo o que eu havia vivido antes, e por isso foi tão desafiador. Mas mais do qualquer coisa, foi extremamente ASSUSTADOR. Gente, estou sendo honesta. Nos primeiros meses, (isso mesmo, MESES), eu fiquei apavorada. Eu tremia na hora de ir para lá e tremia mais ainda quando estava lá. Eu chegava em casa querendo chorar. Só me perguntava: “Meu Deus, o que estou fazendo aqui? Como vim parar nesta situação? O que eu tinha na cabeça quando decidi largar tudo para trocar por isso?”. Eu não entendia direito o que estava acontecendo a minha volta pela falta do inglês e por tudo ser diferente do Brasil. E isso fazia eu me sentir completamente perdida e desamparada. Tudo era novo: o trânsito, a experiência no trabalho, a rotina em outro país, a vizinhança, a escola, o idioma, o médico, o banco, o correio, literalmente tudo. E é isso o que faz a fase inicial da vida de imigrante se tornar tão difícil. A somatória de pequenas coisas novas. Como todo dia há algo para aprender e/ou se adaptar, a cabeça fica a mil. Você passa a pensar para fazer tudo. Nada mais é natural ou automático. E mais significante do que tudo: é o emocional e o racional trabalhando junto lado a lado a cada segundo. E minha gente, se paciência e persistência não fazem parte das características/personalidade de um imigrante, acreditem, vai ter que adquiri-las. 

O trabalho foi só mais uma destas milhares de novidades que tive que me adaptar. Foi muito difícil trocar o conhecido pelo novo. Afinal, eu havia me preparado para uma carreira que aparentemente não tinha nada a ver com o meu novo trabalho. Eu não havia sido preparada para aquilo. Nunca tinha estudado ou discutido algo do tipo. E isso me dava pânico. Aliás, o desconhecido é algo que sempre me assustou. Como algo tão simples poderia se tornar tão difícil??? Pois bem, não sei a resposta, só sei que foi assim. Mas com o tempo fui me acostumando. 

No começo foi bem complicado, sobretudo por causa da falta do inglês. Eu morria de medo de ser demitida. A cada coisa errada que eu fazia já imaginada uma cena “you’re fired”. Eu me sentia bem pressionada pela necessidade de me manter no emprego. Por isso, no início eu tentei compensar a falta do meu inglês com os serviços práticos. Então logo já tratei de aprender a fazer as bebidas como craque. Mas isso não foi assim tão fácil. As pessoas falavam comigo, explicavam as coisas e eu não fazia ideia do que estava se passando. Eu não tinha nenhuma habilidade para a coisa e era completamente desastrada. Sem falar que eu tremia muito por causa do nervosismo, o que me tornava ainda mais desajeitada. Depois de duas semanas, a gerente começou a exigir de mim que eu fizesse as bebidas em sequência e rápido. Nossa, desastre total! Para piorar um pouco, isso aconteceu durante a época do natal, que é o período de mais movimento na loja. Eu não tinha como treinar ou estudar em casa, não tinha como me preparar. Tinha que fazer ali, na hora, do jeito que o cliente queria e na velocidade que a Starbucks exigia. Eu só me focava em “segurar o choro” (rssssssss). Eu respirava fundo, tentava apagar a mente, deixar o emocional de lado e me focar no que tinha que ser feito. E no fim fiquei boa na coisa. Sério! Muito boa mesmo. Os clientes passaram a me elogiar e adorar as bebidas que eu preparava. E isso não foi à toa, porque eu era bem caprichosa com todos os detalhes. Aí fui me sentindo mais confortável e segura. Eu já estava pronta para ser a melhor barista do mundo! Mas as coisas não pararam por aí. Depois tive que lidar com a função de caixa. Nossa, isso era uma tortura na minha vida. Bastava um cliente entrar na loja para fazer um pedido que eu já gaguejava de nervoso. Demorei para pegar o jeito. Mas também me adaptei. Comigo, a questão da falta do inglês foi realmente fundamental para transformar tudo isso num verdadeiro inferno. Demorei para entender como as coisas funcionavam. Cada dia era um enigma na minha vida. Eu nunca sabia o que estava por vir. Mas o tempo foi passando, fui pegando a prática e depois de alguns meses eu já treinava os novos co-workers. Os clientes passaram a me conhecer, eu já tinha liberdade para trocar os shifts, direito às férias e tudo mais. Depois as coisas foram melhorando. E dia a dia fui entendendo como a cultura local funcionava, como lidar com as pessoas no Canadá, pegar mania das expressões mais familiares. Resumindo, comecei a compreender um pouco de como o mundo em volta de mim girava. Claro que ainda estou neste processo de aprendizado diário, mas a Starbucks começou a me mostrar que eu era sim capaz de me encaixar no lugar e que tudo seria (e ainda é) questão de tempo. A ansiedade passou a ser substituída pela curiosidade. A timidez pela vontade de falar. O medo foi se transformando no conhecido. 

Mas claro que nem todos os dias eram legais. Tiveram muitas vezes, muitas mesmo, que eu queria largar tudo. Eu queria dizer em alto e bom som “I quit”. Cada vez que um cliente perdia a paciência ou era grosso comigo, eu queria me esconder em algum buraco. Quando uma determinada supervisora era agressiva desnecessariamente eu queria sair correndo de lá. Quando eu tinha milhares de coisas para fazer e a loja estava abarrotada de clientes, eu queria chorar de nervoso. Sei que todo mundo passa por isso. Mas ali na hora, eu achava desaforo vivenciar coisas assim pelo trabalho que estava sendo feito. Nossa, foram vários os momentos que eu me odiei por estar ali. Tiveram dias que foram verdadeiros sofrimentos. Nestas horas, eu pensava muito no meu marido que também estava batalhando diariamente para se adaptar ao trabalho dele. Eu lembrava do quão difícil e custoso foi o processo para conseguir o PR. Esforçava-me para lembrar do quanto eu queria estar aqui. Reforçava na minha mente que tudo o que eu estava passando foi minha própria escolha. Eu juntava isso tudo e me apegava à vontade de superar mais esta dificuldade. Aí novamente eu respirava fundo, focava-me no que eu queria bem lá na frente, incorporava o máximo de humildade possível e seguia a diante esperando que o próximo dia fosse melhor. 

Além destes dias difíceis, outra barreira que tive foi a questão de ser trabalho físico. Nossaaaaaa, isso não é para qualquer um. Fico impressionada com as pessoas que trabalham em cargos que exigem resistência física. Tenho muita admiração por garçons, pedreiros, lixeiros, padeiros, caixas de supermercado, domésticas, entregadores, carteiros, cabelereiros e todas as profissões que envolvem mão de obra braçal. Tem que ser muito bom para isso. Sei bem que trabalho em escritório pode ser exaustante e estressante, mas naqueles dias em que você está cansado, com dor de cabeça ou doente, é possível exercer as funções necessárias, mesmo que “meia boca”. Agora lá na Starbucks (e similares) a história é diferente. Completar um shift doente é extremamente complicado, principalmente mantendo a performance em dias de grande movimento com sorriso no rosto. E nem é só a questão de quando está indisposto, de uma forma geral, completar o shift já é uma intensa empreitada. Muito disso depende da duração da jornada e da quantidade de dias seguidos que se trabalha na semana. Houve ocasiões em que fiz 10 dias consecutivos com 8 horas de trabalho, fechando a loja. Fechar a loja é a tarefa que mais trabalha fisicamente, pois a pessoa é responsável pela preparação de todas as bebidas, manutenção dos equipamentos e ainda o preparo de todos os suprimentos para o dia seguinte. Eu ficava esgotada na manhã que se seguia. Mas dava conta. Depois de um tempo, passei a ser escalada para abrir a loja. Eu mesma havia pedido isso à gerente. E apesar de começar o trabalho às 5:00h, as tarefas eram bem mais leves do que fazer o fechamento. 

Uma coisa que achei bem vantajosa em trabalhar na Starbucks foi a flexibilidade de horário. Claro que isso depende da boa vontade da gerente, mas a minha era ótima. Na época que a Jesse (minha amada cachorrinha) estava doente, conversei com a minha chefe e pedi que diminuísse a minha escala somente para final de semana. Isso permitiria que eu cuidasse dela em dias úteis e o Maurício nos finais de semana. Ela aceitou e por meses só trabalhei de sábado e domingo. Gente, isso foi muito conveniente. A minha gerente foi bem compreensível e me ajudou nesta fase. Poder estar com a Jesse quando ela mais precisou de mim é algo que sempre vou lembrar e agradecer. Eu pude me dedicar à minha peluda e isso não tem preço. Claro que meu salário ficou inexpressível no nosso orçamento, mas ainda assim, pude manter meu emprego e ajeitar a nossa vida para aquilo que era o melhor no momento. 

E assim as coisas foram caminhando. Com dias muito bons, e outros nem tanto. A rotina foi se transformando em experiência e conhecimento. Novas habilidades passaram a fazer parte de mim. 

Eu conheci bastante gente, vi muitas pessoas vivendo momentos lá, bati bastante papo furado. Vi pessoas rindo, outras chorando. Convivi com ricos e pobres, com executivos e estudantes, gente de todas as idades, nacionalidades e religiões. Preparei drinks para comemorações, bebidas para abrigos de sem teto ou simplesmente um cafezinho do dia a dia. Trabalhei em dias de sol, de chuva, de neve. Vi o sol nascer e o sol se pôr. Abri e fechei a loja muitas vezes. Conversei com os loucos e drogados que viviam na redondeza. Ajudei muitos idosos e cadeirantes. Brinquei com crianças e cachorros. Aprendi a me relacionar com as pessoas. Descobri que muito do que eu já sabia, podia sim ser usado a meu favor aqui. Aprendi que tudo na vida é um ensinamento. Conheci novos valores. Dei muita risada, chorei, sofri, me diverti. Conquistei pessoas. Fiz parte da rotina de muita gente. Recebi muitos “bom dia”, “boa noite”, obrigados e abraços. Dei o meu sangue e o meu suor por aquilo. Dei o melhor de mim para o que eu tinha no momento. Afinal, temos que jogar com as cartas que temos na mão. E quando eu menos esperava, o meu trabalho estava fluindo e já estava na hora de dar um novo passo. 

Depois de determinado período trabalhando na Starbucks, mesmo que somente de final de semana, já estava ficando claro que eu não poderia ficar por muito mais tempo naquele emprego. Minha gerente sabia que esta experiência seria temporária. Por isso, ela mesma tentou me ajudar achar uma vaga na “Starbucks Corporation”, ou seja, no escritório da empresa. Lá eu poderia tentar algo relacionado a marketing ou arquitetura, ou qualquer coisa que fosse ligado a administração. Ela entrou em contato com pessoas, mandou meu currículo para alguns conhecidos, indicou vagas que estavam em aberto na empresa e até arranjou um jantar com uma pessoa que já trabalhava internamente neste departamento. Ela foi um amor tentando me ajudar. Ela dizia que gostava muito de mim, do meu trabalho e comprometimento. Ela vivia falando que a Starbucks tinha sorte de me ter e que ela gostaria que eu ficasse na empresa, mas que ela também sabia que eu não poderia ficar na loja por causa do meu currículo e experiências passadas. Ela dizia que eu merecia crescer. E era muito confortante ouvir aquelas palavras. É verdade que eu realmente fui muito dedicada. Nunca parei para pensar na posição que eu estava ou qual tarefa que eu deveria fazer. Eu dava o melhor de mim. 

Tem duas coisas que meus pais me ensinaram que tento seguir. A primeira é: “não importa o que você faça, dê sempre o melhor de si”. E a segunda é: “se você não faz o que sabe ou gosta, aprenda a saber e gostar daquilo que faz”. Pois bem, na Starbucks foi assim. Tentei fazer o melhor que pude e saber o máximo sobre aquele novo mundo. Além disso, eu via sim o lado positivo daquela experiência. Claro que tinham os dias difíceis, e quem não tem? Mas apesar das dificuldades e barreiras, eu gostava de estar o dia todo falando com pessoas. E tinha uma coisa que eu adorava naquele emprego. Quando eu saía de lá e colocava o meu pé para fora do loja, eu não precisava mais pensar em nada. Não havia mais preocupação e o expediente se encerrava de verdade. E isso era excelente, é algo que eu ainda não conhecia. No Brasil, não importava a hora e onde eu estava, minha cabeça sempre estava focada no trabalho, pensando num projeto, apresentação, plano, reunião ou qualquer coisa. Na Starbucks o meu trabalho e vida pessoal não se misturavam, e eu achava aquilo tããããão bom! 

É isso aí, muita coisa boa acontece na vida sem que a gente planeje. Às vezes, a diferença está nos detalhes e cabe a nós observar e apreciar as pequenas coisas que a vida nos dá. E hoje sou muito grata por tudo o que vivi neste emprego e pela chance que foi dada a mim. Quando eu precisei, a Starbucks estava lá, abrindo as portas e me dando a oportunidade de recomeçar. Acreditou em mim muito mais do que eu mesma acreditava. Entrou na minha vida, trouxe novos ensinamentos e hoje faz parte da minha história. A minha gerente foi a pessoa mais doce do mundo. Não somente pela paciência, mas por toda a compreensão e suporte. Sempre pronta para ajudar e estender a mão. Quando tudo estava difícil, ela sorria e fazia as coisas caminharem para frente. Tive supervisoras maravilhosas. Fui reconhecida pelo o que eu fiz. Tenho certeza de que serei lembrada por muitas pessoas que fizeram parte disso tudo. E eu sempre lembrarei e contarei sobre esta fase que vivi. E no fim, depois de anos tentando construir a super carreira no Brasil, a Starbucks veio e me mostrou valores que eu havia perdido no meio do caminho. 

Tudo isso que vivi foi um período que me fez muito orgulhosa de mim mesma. Percebi que sou flexível e persistente. Sou muito mais do que imaginava que poderia ser. Vi em mim uma coragem que eu não sabia que eu tinha. Vi uma capacidade de aprendizado que também era desconhecida. Reconheci valores que não faziam parte da minha vida e relembrei de outros que estavam esquecidos. Passei por cima do preconceito, dos outros e do meu próprio. Criei novas perspectivas, superei obstáculos e agreguei novos conceitos. Enfim, depois de muita história de dedicação e aprendizado, chegou o último dia. Finalmente a minha jornada na Starbucks acabou, dando fim ao meu primeiro emprego canadense. Foram exatos 1 ano e cinco meses, começando no dia 12 de novembro de 2013 e encerrando em 12 de abril de 2015. Dezessete meses de aprendizado. E mais um ciclo da minha vida se fechou, mais um capítulo chegando ao fim pra dar espaço para o início de uma nova experiência. 




30 comentários:

  1. WOW que bacana!!!! Parabéns, e que venham outras experiências tão boas quanto esta que você teve.
    Acho muito legal relatos de pessoas como você que não escondem o jogo e mostram como a vida de imigrante pode ser muito desafiadora, muito além da espera pelo visto e o landing, mas que pode também ser extremamente recompensadora e principalmente, não só pelo lado profissional mas também no lado pessoal.
    Parabéns de novo!!!

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    1. Olá Diogo
      Obrigada pelo comentário.
      Fico feliz que tenha gostado do meu relato, mesmo que seja mais sobre as minhas dificuldades. Tento ser bem sincera no blor e apresentar os fatos como ele realmente são. Continue acompanhando a nossa história.
      Um grande abraço
      Priscila

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  2. Parabéns!!! e esse "parabéns" pelo esforço, paciência (muita paciência!) e determinação, vale muito mais do que você tivesse conquistado o maior cargo de uma empresa. Só imigrando para entender a importância de tudo que você descreveu. Admiro muito sua força de vontade para não jogar tudo para o alto...não é para qualquer um.
    Sucesso!!! e, por favor, continue compartilhando suas experiências e modo de pensar, pode ajudar muita gente. Seu post veio em ótima hora pra mim. Muito obrigada! :)

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    1. Oi Fe Fe
      Obrigada pelo comentário e pelo "parabéns".
      Fico feliz em saber que tem gente que reconhece o esforço.
      De coração, eu realmente acredito que a vida é feita de histórias, e cabe a nós escrevê-las. Então porque não enfrentar os desafios ne?
      Continue acompanhando nossos relatos.
      Um grande abraço
      Priscila

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  3. Menina, que post lindo e real! Muita gente acha que nossa vida aqui nas terras do norte é só glamour, não é mesmo?!
    Parabéns pela sua sinceridade e, principalmente, pela lição de humildade que compartilhou conosco. Estou vivendo algo muito parecido também e, apesar de todos os perrengues e dificuldades, sou grata ao Universo por esta chance fantástica de "recomeçar" minha vida aos 39 anos.
    Boa sorte na sua jornada.
    Abração,
    Nilian.

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    1. Obrigada pelo comentário.
      É isso aí, precisamos é ter a cabeça no lugar e ser firmes para esperar que esta fase inicial passe. Muito calma nesta hora. Desde que cheguei no Canadá todos os meus professores de ingles falaram que eu teria ter paciência. Então é isso, força que uma hora as coisas se encaixam! Boa sorte para você!
      Um abraço
      Priscila

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  4. Oi Priscila, muito excelente teu relato. Parabéns pela forca de vontade e comprometimento. Muita da gente isto , quer dizer, ja ouvi canadenses falarem de nos brasileiros como pessoas responsáveis demais e com sorriso no rosto. Mas a experiência foi toda tua mesmo. Agora conta como foi contratada com pouco inglês ? Hoje, eh bem difícil isto. Pedem prova do High School daqui e experiência na área, ate para trabalhar no Dollar store,
    mesmo tendo curso superior no Brasil. Entao, tiveste uma experiência unica e o inglês ficou afiado não eh? bjocas.

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    1. Oi Marília
      Obrigada pela visita no blog.
      Quanto à procura de emprego sem inglês, admito que não foi fácil, mas mais pela minha própria insegurança do que pelo empregador. Para passar pela entrevista na Starbucks, admito que eu me preparei antes. Estudei perguntas e respostas prováveis para ter o mínimo necessário de vocabulário. Tenho certeza de que falei tudo errado, mas dei as respostas que a empresa queria. A verdade é que corporações deste tipo dão oportunidades para imigrantes. Geralmente, é difícil achar pessoas com experiências passadas neste tipo de trabalho pois o tipo da vaga é de "primeiro emprego". Então as empresas já sabem que as pessoas estarão despreparadas e terão que treiná-las. Por causa disso, as grandes corporações estão mais focadas em determinado perfil de pessoa do que em experiência. Não sei se você ou algum conhecido está procurando algo no momento, mas a minha dica é que se foque em grandes empresas. Para conseguir a entrevista na Starbucks, o melhor caminho é entregar o currículo pessoalmente ao gerente nas lojas.
      Quanto ao meu inglês, eu diria que está longe do que eu preciso e quero, mas tenho certeza de que com o tempo vou melhorar. Se você quiser saber mais sobre a minha experiência relacionada à trabalho, já escrevi sobre isso aqui no blog em alguns posts. Vale a leitura...
      http://primaucanada.blogspot.ca/2014/01/procura-do-emprego-vez-dela-parte-3.html?m=0
      http://primaucanada.blogspot.ca/2014/01/inicio-do-trabalho-vez-dela-quando-o.html?m=0
      http://primaucanada.blogspot.ca/2014_09_01_archive.html?m=0
      http://primaucanada.blogspot.ca/2014/11/1-ano-de-experiencia-canadense.html?m=0
      Boa sorte na sua jornada
      Um abraço
      Priscila

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  5. Muito bom seu relato. Tinha acompanhado desde quando voce conseguiu esse trabalho. Obrigado por compartilhar! :)

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    1. Oi Romulo
      Fico feliz que está nos acompanhando e gostando dos relatos. Continue lendo que logo colocarmos mais histórias
      Um abraço.
      Priscila

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  6. Olá! Parabéns pela postagem, adoro quando escreve me identifico bastante. Sempre leio o seu blog, gosto da forma que relata suas experiências sempre com verdades e humildade. Tenho aprendido muito com suas experiências, eu e meu esposo estamos nos preparando para nosso mudança em janeiro de 2016. Se puder escrever sobre como é o primeiro contato com os moradores do Canadá (relacionamento, amizade, os vizinhos, cultura no relacionamento) e sobre o Inglês (conversação).

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    1. Olá
      Obrigada pela visita aqui no blog e sugestão de assunto para escrever. Vou tentar fazer um post sobre o relacionamento como você disse :)
      Boa sorte na sua mudança.
      Um grande abraço
      Priscila

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  7. Pois é Pri... Nao tem jeito...rss Cada post seu é uma identificação imediata do que vivo ou planejo viver nos proximos meses e anos.
    Lembro dos posts anteriores sobre seu trabalho, o inicio, os clientes, os policiais da delegacia proxima, a afobação, o aprendizado, os sorrisos. Tudo voce cita novamente neste, quase 1 ano e meio depois. Que sucesso ! Que superação ! Parabens pelo desafio ( um dos ) superado.
    Experiencias como a sua nos encorajam a acreditar que tudo da certo, só me fazem riscar o calendario e contar cada dia que se aproxima. Setembro está chegando !!!!
    See you...
    Beto

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    1. Oi Beto
      Já está chegando a hora de vir. Que legal!!
      Fico feliz em saber que tenha gostado do post e tenha percebido que a história com Starbucks realmente foi consistente :)
      Logo mais será você começando uma história nestes lados.
      Segura a ansiedade agora!
      Um abraço
      Priscila

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  8. Oi Priscila
    Aqui e o Andrade
    Demais o seu post mostrando toda a sua humildade e sinceridade!!
    Nos que estamos imigrando temos que deixar de lado os preconceitos em relaçao a muitas coisas e em relaçao a empregos e um dos principais pontos.Qualquer profissao no Canada tem seu valor e o mais importante e exerce~lo com comprometimento e dignidade
    Parabens querida!!
    Abraçao
    ANDRADE

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    1. Olá Andrade,
      Que bom que você curtiu a minha evolução.
      Na verdade as coisas estão mais lentas do que eu esperava, mas o importante é que estão caminhando
      Quando você fará a viagem?
      Qual cidade vai ser?
      Um abraço
      Priscila

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  9. parabéns. sempre em busca de algo melhor! Legal! Os posts são inspiradores. Estamos curtindo bastante todas as suas experiências. Queremos ir para Vancouver ano que vêm. Se puder entrar em contato!

    Olá Canadá - Viagem & Turismo!

    Abraços,
    Dan & Jo

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    1. Olá Dan & Jo
      Obrigada pelo comentário.
      Fique a vontade para perguntar e conversar comigo.
      O que eu puder responder, certamente ajudarei.
      Um abraço
      Priscila

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  10. Oi Priscila
    Iremos para Calgary e devemos chegar entre o fim de agosto e o inicio de setembro ou seja, estaremos pertinho;com certeza irei visitar Vancouver um dia com minha familia
    Grande abraço e continue firme em sua caminhada
    ANDRADE

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    1. Oi Andrade
      Nossa, já está chegando a data de vir.
      Espero que num futuro próximo vocês possam vir para Vancouver.
      Por enquanto, desejo a vocês muita força e boa sorte na nova vida de vocês aqui no Canadá :)
      Um grande abraço a todos
      Priscila

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  11. Oi Priscila!
    Adorei seu post! Sua persistência e sinceridade são admiráveis! Parabéns!
    Estive mês passado em Vancouver de férias com meu marido e nos apaixonamos. Infelizmente não conseguimos o FSW. Estamos buscando alternativas para ir morar aí, apesar das dificuldades...
    Boa sorte na nova fase e tenha certeza que o caminho escolhido por vocês foi muito acertado!
    bj grande,
    Joice

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    1. Oi Joice
      Pena que não deu certo o FSW.
      Mas não desisti não. Porque há outras formas de vir e certamente uma delas vai funcionar. A persistência já começa dai :)
      Boa sorte para vocês!
      Um abraço
      Priscila

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  12. Oi Priscila,

    Como já disse na página do face, seu blog é fantástico!
    Esse texto é muito legal! Acredito que ajude muita gente e que ajudará também, principalmente meu marido e eu que iremos em dezembro. Tenho certeza que vamos passar por tudo isso tb, e quando bater o desespero, vou lembrar que acontece com outros tb e que basta termos paciência, que tudo vai se acalmar!
    Boa sorte no seu novo emprego.
    Beijos,
    Flávia

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    1. Olá Flávia
      Obrigada pela visita aqui no blog e comentário. São mensagens como a sua que me mantém animada para escrever a nossa história.
      Um abraço
      Priscila

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  13. Oi Priscila!
    Parabéns mais uma vez pelo post e pelas novas conquistas. Vc nos inspira com suas histórias.
    Que Deus continue iluminando o caminho de vcs!!
    Bjo gde!

    Vera de Paula (Nova Zelândia)

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    1. Oi Vera
      Como sempre, suas mensagens são fofas! Obrigada pelo comentário. Quando você tiver um tempinho, me conta como estão as coisas aí do outro lado. Quero muito saber como a sua experiência tem sido. Espero que tudo esteja caminhando como você esperava. Mande notícias
      Um grande abraço para você
      Priscila

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  14. oi Priscila primeira vez q consigo postar um comentario. Sempre acompanhei o blog pelo serviço e o servidor bloqueava os comments. Olha, seu blog eh fantastico, comecei a acompanha-lo justamente qd vc postou q havia conseguido seu primeiro emprego e desde la acesso semanalmente. Seu jeito de escrever eh muito legal e sincero a gente acha q esta conversando "pessoalmente" isso eh muito bacana e cativante. Meus sinceros parabens pelo blog e relatos sao muito inspiradores para nos imigrantes. Sucesso no novo desafio q Deus abençoe seus planos e te ajude em cada momento no seu trabalho. Continue postando. Forte abraço Romulo SP - Toronto

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    1. Olá Romulo
      Muito obrigada pelo comentário.
      São pessoas como você que me motivam a continuar escrevendo. Logo logo escreverei mais coisas. Boa sorte para você ai do outro lado do país :)
      Um abraço
      Priscila

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  15. Priscila! Tudo bem?
    Parabéns pelo seu relato, veio a calhar pro exato momento em minha vida, cheguei recentemente ao Canadá e tenho 13 anos de experiência na área de TI, já estou a 40 dias procurando emprego, já apliquei pra mais de 80 vagas e consegui apenas 1 entrevista que não resultou em contratação. Estou neste exato momento considerando a possibilidade de começar em algo "entry-level" pois eu não tenho o inglês fluente e não tenho a experiência canadense.

    Você me motivou e acho que vou seguir seus passos. Não ficou claro no post se você paralelamente ao trabalho começou algum curso aqui no Canadá ou se foi aprendendo no dia-a-dia apenas. Se puder me responder esta questão, ficaria feliz de saber como foi sua experiência "learning english" até voltar pra sua carreira original do Brasil.

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    1. Olá,
      A primeira coisa que eu tenho para falar é "fica calmo que tudo vai dar certo, é só questão de tempo e paciência". No meu caso especificamente, cheguei no Canadá sem absolutamente nenhum inglês. Comecei a estudar pelo programa do governo, que diga-se de passagem é bem fraco no meu ponto de vista. Mas é o que eu tinha à disposição porque não podia pagar por escola particular. Estas aulas me deram uma base pra comunicação e até hoje meu inglês é um horror! Mas claro que bem melhor que antes. Quando comecei na Starbucks, eu só tinha 4 meses de aula inglês. E foi no trabalho onde desenvolvi o que sei hoje. Não somente o idioma, mas a entender a cultura e comportamento local. E foi uma experiência incrível. Sugiro você procurar pelo blog os posts relacionado a trabalho. Escrevi bem detalhado tudo isso, inclusive sobre a procura de emprego e o início deste trabalho. Em vários posts comento o porque optei em passar por tudo isso é o que considerei como válido.
      Fica calma que tudo dá certo. É questão de tempo. Vou completar 3 anos aqui, e acredite, ainda estou batalhando muito para me adaptar. Todo dia coisas novas para aprender.
      Boa sorte
      Um abraço
      Priscila

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