terça-feira, 1 de dezembro de 2015

- Todo mundo fala inglês (só que não)



O MEU TRAUMA
 
Eu confesso que quando morava no Brasil, eu sentia vergonha de NÃO falar inglês. E isso é justificável, pois todo mundo que eu conhecia falava. E quando digo todo mundo, eu quero dizer “todas as pessoas que eu conhecia falavam inglês – e FLUENTE”. Eu era única que não. Isso era algo que fazia eu me sentir constrangida, às vezes ignorante, como se a falta deste idioma fosse o suficiente para anular qualquer outro conhecimento que eu tivesse. E isso era muito chato. Eu odiava aquela sensação. Muitas pessoas tiravam sarro de mim, outras se achavam superior, algumas faziam piadas que eu não entendia, e assim foi indo…

Muito desta história foi culpa minha mesmo. Quando nova, eu não tinha o menor interesse em falar inglês. Ou melhor, corrigindo o que eu disse, eu até queria falar outro idioma, mas não tinha a menor vontade de passar pelo processo de aprendizado. Na minha fase de criança/adolescência, minha mãe tentou me convencer a frequentar escolas de inglês, mas na ocasião eu tinha outro foco e não quis me dedicar a uma segunda língua. Nesta época, o meu interesse era pela dança, principalmente balé clássico. Houve períodos em que eu tinha 20 horas semanais de aula de dança. Além disso, na escola que eu frequentava havia classes obrigatórias no período da tarde, o que ocupava ainda mais tempo na minha vidinha de jovem. Com estas coisas acontecendo, meus pais nem foram insistentes, afinal, eu estava dedicada aos estudos e às atividades físicas. O inglês eu poderia aprender mais tarde a qualquer momento (ou não).

O tempo foi passando, a vida de adulta chegando e a minha dedicação se direcionando à carreira profissional (que não foi nada relacionado ao balé). Aí a falta do inglês começou a incomodar um pouco, aliás, muito. Já estava na hora de começar a aprender esta porcaria de idioma! Aí eu tive um ótimo plano de estudar em uma escola para adultos onde as classes poderiam ser exclusivas para pequenos grupos. Fechamos uma turma só para mim e para o meu pai querido. Meu pai levava tudo na brincadeira e até fazia guerra de papel. Sério!!! Só entre nós dois! Além disso, era chato ir a noite, com a cabeça já cansada após um dia de faculdade e trabalho. Frequentamos a escola por um mês, duas vezes por semana, faltamos algumas aulas, e desistimos. Depois disso, meu amado-nada-dedicado pai teve a brilhante ideia de contratar um professor particular para ir em casa nos ensinar. Assim, não teríamos como faltar! Mas com 20 e poucos anos e uma vida relativamente ocupada entre o curso de arquitetura e trabalho, não havia ânimo para estudar mais uma coisa e ainda ter lição de casa. As coisas não entravam na minha cabeça. Foi só mais um mês de aula e outra desistência. Passado um tempo, após terminar a faculdade, fiz mais uma tentativa: aulas particulares, pela manhã, e sem a presença do meu colega-do-fundão pai. Agora ia dar certo! Cabeça fresca antes de ir para o trabalho, sozinha, com o professor todinho para mim. Este seria um plano infalível. Ou não. Eu vivia cancelando as aulas novamente. Sempre havia uma desculpa e acabei desistindo desta terceira tentativa de plano antes mesmo de começar a falar "hello". Não adiatava. Eu precisva daquilo, mas a dificuldade de encarar outra língua era uma barreira. Eu era boa com números, não letras. Continuei a vida sem inglês mesmo. O que não era o fim do mundo, apenas uma pequena pedra no meu sapato. Neste momento, eu mal sabia o que o futuro reservava para mim. Eu ainda nem imaginava que um dia moraria no Canadá.

OH CANADA

Planos e malas prontas para ir para o Canadá! Agora sim eu aprenderia o bendito inglês, na marra. Eu estava ansiosa para começar a vida nova e tirar da frente o sufoco de não entender o mundo da internet, softwares e notícias globalizadas. A-há! As piadas acabariam!!! Eu não seria mais a excluída da turma!!! Não que neste ponto da vida eu estivesse preocupada com isso, pois afinal, eu nem sabia se um dia reecontraria aquela “galera-que-falava-inglês–fluente”.

Meus planos eram bem realistas. Eu chegaria no Canadá, aprenderia inglês depois de um ano de estudo, e pronto! Vida feita. E falo que os planos eram realistas porque eu me baseava no que “a-galera-que-falava-inglês–fluente” dizia. Uns haviam aprendido o idioma após intercâmbio de 1 ano, outros de 6 meses. Alguns, os mais espertinhos, haviam estudado por 3 meses fora e já falavam tudo em inglês, se bobear melhor que o português. Cada um tinha uma história, mas de maneira geral, estudar por um período “imersa na cultura do idioma” seria o suficiente para aprender o inglês e me tornar fluente.

Eu, que não sou boba nem nada, já pensei de cara que eu precisaria de 1 ano inteiro para chegar lá. E isso era razoável para mim, pois eu já sabia das minhas dificuldades com a coisa. Um aninho para a Priscila e pronto. Eu sabia que seria difícil o começo da vida de imigrante, adaptação e início de carreira. Mas eu precisaria aguentar por apenas um ano. Após me tornar uma ninja do inglês, certamente as coisas fluiriam.

AS ESCOLAS

Assim que cheguei aqui, o meu plano já foi alterado um pouco. Na verdade adiado. Eu queria chegar no Canadá e já iniciar os estudos. Mas o processo do governo era diferente do meu plano e eu precisei esperar por um tempo até ser avaliada e direcionada para uma escola que tivesse vaga disponível. Isso tudo porque eu não estudaria em instituição particular, afinal, o país oferecia um curso gratuito para imigrantes na minha condição. Enfim as minhas aulas começaram, e junto delas o desespero. No início, foi muito difícil entender qualquer coisa e começar a me familiarizar com o mundo a volta. Passado uns dois meses de aulas, eu ainda estava bem perdida. Aí comecei a achar estranho pois parte da “galera-que-falava-inglês–fluente” no Brasil havia estudado por apenas 3 meses fora. Eu estava quase neste tempo e muuuuuuito longe de falar uma sentença completa. Desespero batendo, fui tentar conversar com a minha professora para entender quanto tempo eu precisaria para estar fluente no inglês. Com um sorriso sarcástico e solidário ao mesmo tempo, ela respondeu: “de 3 anos a 5 anos de estudo contínuo”. Wow! Imagina a minha cara… engoli seco e perguntei novamente porque eu tinha certeza de que não havia entendido a resposta. Ela repetiu enfaticamente: “para começar a ter alguma fluência, uma pessoa precisa de pelo menos 3 anos de estudos local sem interrupção”. Naquele momento meus planos foram por água abaixo. Até certo ponto eu achava que ela estava exagerando e falei que meus amigos da “galera-que-falava-inglês–fluente” haviam feito intercâmbio por 1 ano e falavam inglês fluente. Lembro-me dela perguntando: “Quem disse que eles falam inglês fluente?”. Sem graça respondi: “Eles.” Aí neste momento me senti meio boba, aliás, ela tinha razão, afinal quem disse que eles falavam inglês fluente? Além disso, o que é inglês fluente???

E juro, eu nem acho que a “galera-que-falava-inglês–fluente” mentia para mim quando diziam que eram craques neste idioma. Sério. Tenho convicção de que eles acreditam fielmente nisso. E eu mesma acho que muito deles falam um excelente inglês. Juro que eu acho. Mas daí falar que são fluentes há uma enoooorme diferença.

Continuei a tentar entender esta história mal contada. Foi aí que a minha professora pacientemente sentou comigo para uma longa conversa. Óbvio que ela percebeu minha frustração através da minha cara de “quase” choro e desapotamento. Ela mesma dava aula em escola de intercâmbio. Na época, ela explicou que o estudante vai aprender inglês, é claro. Mas isso não significa que falará fluentemente. Uma coisa é ser turista e conseguir se virar, outra coisa é viver dependendo de uma determinada língua. E mais uma vez. A situação de quem vem para cá para fazer um curso de idioma é completamente diferente de quem mora aqui. As necessidades do imigrante não são as mesmas das do estudante, que sabe que vai voltar e não precisa se adaptar em todas as perspectivas da vida. As circunstâncias são tão diferentes que fica até difícil expôr as dificuldades que se passa quando vive o dia a dia. São detalhes que não são perceptíveis aos olhos da experiência temporária.

UMA QUESTÃO DE REALIDADE

Pensando nisso tudo, falar inglês (ou não) é uma questão de realidade e necessidade. Cada um na sua. Ser turista não é a mesma coisa que ser estudante, que não é a mesma coisa que ser imigrante. Falar inglês, independente do tempo de estudo, não necessariamente significa ser fluente. E isso serve para qualquer outro idioma.

Por isso, sugiro às pessoas que planejam morar por estes lados (ou mesmo ir para os EUA, Austrália, ou qualquer outro país que não fala português): seja realista. Antes de se achar um mestre da língua, pense duas vezes. A sua expectativa pode não condizer com a sua realidade.

Vale mencionar que eu não quero que ninguém me odeie por isso tudo o que estou falando, a minha ideia não é colocar ninguém para baixo ou desanimar as pessoas por aí. Também não quero me vingar da “galera-que-falava-inglês–fluente”. Nada disso. Muito pelo contrário. A minha sugestão é que as pessoas coloquem os dois pés no chão antes de acharem que estão 100% prontos para encarar a nova vida em outro país. Evitar qualquer decepção poderá aliviar o estresse desta experiência.

E isso não é o meu julgamento, a dificuldade com a língua é senso comum (e não exclusividade dos brasileiros). Mesmo as pessoas que são experts no inglês antes de vir, sofrem muito até entrarem no ritmo. E isso faz total sentido. Nós levamos uma vida toda para aprender a falar e aperfeiçoar o idioma nativo. Por que então achamos que a segunda língua vai ser aprendida de uma hora pra outra? Não vai. Não há milagre. E fui muuuuito ingênua em acreditar que em um ano eu já estaria falando inglês bem. Muitas coisas só são aprendidas conforme as situações aparecem à frente. Ninguém tem tempo para ficar lendo livros e mais livros divididos por assunto para construir um super vocabulário. E mesmo quem tem tempo para isso, vai sofrer para absorver as novas palavras se não as usar constantemente. Ou você lembra de todas as fórmulas de física e/ou química que aprendeu lá trás no colegial??? Provavelmente não, pois são coisas que não fazem mais parte do seu dia a dia. E o mesmo funciona para o idioma. Só se aprende o que se usa.

E se ainda assim duvida do que estou falando, então pense em situações que já viveu no Brasil. Agora avalie se você conseguiria se expressar nas respectivas situações da mesma forma em inglês (ou no idioma que preferir). Você seria capaz de falar com a gerente do banco na mesma performance? Com o médico? Professor do seu filho? Mecânico do carro? Pedreiro que fará uma manutenção da sua casa? Com a costureira? Poderia explicar para a polícia porque estava fazendo determinada coisa errada? Você está pronto para falar com o veterinário do seu cachorro? Com o jardineiro do seu prédio?? Com o sem-teto que está pedindo ajuda? Com um advogado??? Com um dentista?

Mais uma vez, não estou desafiando ninguém aqui. Apenas sugerindo que as pessoas percebam que a comunicação vai muito além das necessidades de turista ou das reuniões do trabalho em língua estrangeira. O mundo é muito maior do que imaginamos. Geralmente não percebemos isso até que estejamos dentro de uma situação que exija de nós a comunicação antes desconhecida.

E claro, se você não se imagina falando em inglês com o jardineiro da sua casa, não significa que você não fala o idioma. Mas muitas vezes subestimamos ou superestimamos nosso conhecimento, o que não é saudável. E isso pode fazer a diferença entre conseguir ou não enfrentar a nova realidade em um outro país. E nem é só isso, vejo muita gente que se julga excelente no idioma estrangeiro escrevendo cada absurdo nas redes sociais… Dá até medo! E muitas delas são parte da “galera-que-falava-inglês–fluente”. Ironia!

Aliás, se existe uma coisa que eu odeio é quando alguem lá no Brasil me pergunta: “E o inglês Priscila? Já está expert né?!”. Tipo…. Não, não estou. E cada vez que respondo isso, as pessoas me olham com aquelas caras de “você é burra então”. A vontade que eu tenho é de soltar uma resposta bem educada como: “Meu inglês ainda está um cocô, mas certamente melhor que o seu!”. Será que seria muita grosseria?

Pior são aquelas pessoas que querem vir pra cá e já dizem: “Inglês eu já sei, porque estudei por X anos na escola tal, duas vezes por semana em aulas de 1 hora, e blá blá blá”. Outra vez, não quero desmerecer ninguém e sei que muita gente fala bem demais. Mas muitas estão longe disso. Inclusive familiares meus que vão para a Disney, conseguem comprar um hamburguer no McDonalds sem molho especial e juram que isso é o suficiente para ser CEO da Microsoft ou Apple. Pelo amor né gente, realidade nesta vida! (este exemplo do McDonalds é o marido que fala!) Já vi mil casos de pessoas que juram que são fluentes, aí quando vão fazer a prova do IELTS entram em pânico e torcem para tirar pelo menos o mínimo necessário. Ué, cadê a fluência??? Cadê o whatever, whenever, whoever que você insiste em escrever nas redes sociais???? Cadê, cadê, cadê?

Por outro lado, várias pessoas estão bem mais consciente do que vai vir pela frente. E não são poucas que assumem isso. Vira e mexe aqui no blog mesmo recebo comentários/emails fofos de gente dizendo que “arrasta” no inglês, ou que fala o suficiente para viajar, outras coisas.

COMPORTAMENTO

Eu já estou aqui há mais de dois anos e meio e ainda sofro bastante. O marido chegou aqui já sabendo falar inglês, e muuuuuito bem, e ainda sofre. Tenho amigos que estão aqui há anoooos e ainda faltam aquelas palavrinhas essenciais para expressar o que quer.

Por exemplo, tenho uma amiga brasileira muuuuuito querida que está aqui há quase 20 anos. Ela chegou no Canadá com 19. Outro dia mesmo ela me perguntou: “Priscila, você consegue ser a mesma pessoa falando inglês?”. Na hora eu nem entendi o que ela quis dizer, mas ela explicou que eu sou “engraçada demais” (acreditem, não sou, ela é que é louca rssss), então ela queria saber se eu era capaz de fazer os mesmos comentários em inglês ou contar as minhas histórias da mesma maneira que eu falo em português. Tipo… eu nunca havia pensado nisso, mas tenho plena convicção de que não. Certamente não sou a mesma pessoa na forma de me expressar. E isso é muito esquisito. Para começar, para falar inglês eu uso outra voz (oi?). Além disso, as expressões são diferentes e a forma de as falar também. No inglês, para a maioria dos estrangeiros é difícil identificar a diferença entre educado, gentil, formal, coloquial. Óbvio que sabemos algumas coisas, mas muitas vezes acabamos sendo educados demais ou muito formais quando não há necessidade. Ou despojado ou rude em ocasiões que deveríamos ser mais educados ou delicados. São detalhes que não vem naturalmente no início. Leva tempo para pegar estas coisas. No fim das contas, percebi que a Priscila brasileira é bem mais coerente e legal! (rssss)

O fato é que cansei de ouvir histórias de gente que chega aqui e se frustra com o país por causa da dificuldade de adaptação. É difícil mesmo. Não é a toa que falo isso repetidamente aqui no blog. E junto com o desafio da língua, todo o resto vem junto. É muito difícil a colocação profissional sem uma boa comunicação. E isso vale para todas as habilidades (escrita, leitura, fala e audição). Acreditem, quando me refiro a um bom inglês, não estou dizendo que tem que saber todas as regras gramaticais e palavras do dicionário, muito pelo contrário. O bom inglês é aquele que possibilita se comunicar com clareza e compreender o mundo ao redor. A sua maneira de falar não precisa ser igual a minha e vice-versa. Você não precisa usar as mesmas palavras e/ou expressões que os outros. O importante é ser claro e coerente.

Então, se você fala inglês, venha com bastante humildade que as coisas vão dar certo. Confie em você mesmo, mas não se superestime. Se você está vindo e não fala nada, igual a mim quando cheguei, relaxa que uma hora você vai falar!

Outro dia ouvi uma teoria sobre imigrante que achei excelente: “Imigrar é igual abrir uma empresa. O lucro só vai começar aparecer depois de 5 anos.” Acreditem, apego-me a isso todo dia!!!


17 comentários:

  1. Oi Priscila, muito legal o seu post. O 'eu sei falar inglês' é uma coisa muito subjetiva e simplista. Enquanto lia o seu post, muitas coisas e situações se passaram pela minha cabeça que eu gostaria de compartilhar com voce.
    Eu só aprendi o inglês básico de colégio até minha adolescência. Através de letras de música nos discos de vinil, eu conseguia entender um pouco do Inglês mas não tinha fluência. Em 1995 eu fui contratado por uma empresa estrangeira e ali eu tive que aprender na marra a falar inglês todo dia. Em 2011 eu me considerava entre os que "sabem falar inglês fluente" até quando eu me mudei para o Canadá.
    Percebi então que o que eu falava era o inglês fluente para os negócios com todos os seus jargões e termos técnicos. Mas a fluência para uma conversa do dia a dia como nos cenários que voce descreveu está num outro patamar. No final o objetivo é "blend in" e evitar aquela cara da outra pessoa pensando "what is he saying?". Então agora eu já consigo me virar bem mas não sem às vezes com a outra pessoa fazendo a tal referida cara numa conversa ou eu tendo que repetir o que eu quero numa conversa ao telefone.
    Um outro nível ainda acima é o literário ou ainda o que a gente chama aqui em casa, "nível para jogar Scrabble" (palavras de mais de três/quatro letras são raras). O inglês é uma língua muito diferente do Português no sentido de que por alguma razão, eu consigo raciocinar melhor em Inglês do que em Português (se é que isso faz algum sentido). Então quando leio um livro, eu consigo imaginar as situações e sensações lá descritas pelo autor de maneira muito nítida. Mas infelizmente creio que nunca conseguiria escrever um livro usando o tal vocabulário de maneira fácil e fluente. Torço para que o cérebro dos meus filhos que chegaram cendo ao país e hoje só falam Português em casa, um dia consigam.
    Novamente agradeço pelo post. Ele me ajudou a colocar as coisas em perspectiva. Boa sorte na sua jornada.

    der doppelgänger

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    1. Olá Der Doppelgänger
      Obrigada pelo comentário.
      Realmente comunicação é algo complicado, mesmo na língua nativa. Percebo isso até pela escrita no blog, quando às vezes acho difícil expressar o que eu quero e como eu quero. E isso o que você mencionou em relação aos livros, sinto o mesmo. Agora estou lendo um livro que parece tão claro o que o autor escreve. Mas vira e mexe me pego perguntando "Poxa, por que eu não consigo falar isso desta maneira na hora que eu preciso?" Quando os outros falam, tudo parece muito óbvio, mas quando eu preciso me expressar, tenho a impressão de que sai tudo errado e invertido rssss. Acho que isso faz parte. A minha ideia foi apenas de esclarecer para as pessoas que quanto mais pé no chão, melhor. Já vi muita gente quebrando a cara por se decepcionar ao chegar aqui e ver que as coisas são mais difíceis do que parecem.
      Não sei a idade dos seus filhos, mas acredito que se forem novos, as coisas serão mais naturais.
      Um abraço
      Priscila

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  2. Oi!
    Estou indo para Vancouver ano que vem e esse é o meu maior desafio.
    Concordo muito com o que vc disse! Não acho tão simples assim...
    bj,

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    1. Olá Joice
      Não é fácil como dizem por aí....
      Mas a boa notícia é que dá para sobreviver. O segredo é ter paciência para a colocação profissional, que aí sim leva mais tempo.
      Um abraço
      Priscila

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  3. Oi Pri, tudo bem contigo?

    Não vou mentir, acompanho seu blog desde que iniciei meus planos de vir para o Canadá e uma coisa posso dizer, você manda MUITO bem no português, seus textos são maravilhosos e gostosos de ler, isso não é para qualquer um (SÉRIO!).

    Anyway, estou no Canadá há 4 meses. Eu, meu marido e os filhos peludos (cachorrada). Tenho inglês fluente? Não. Nível de dificuldade de adaptação? 10. E tem muita gente igualzinha a gente, ralando e sofrendo e estudando pra aprender o bendido idioma ... meu marido, que sim, tem inglês muito bom, as vezes não entende as pessoas. Por isso, concordo com tudo que disse, problema é que tem muito neguinho aí que não assume ...

    E não assume principalmente que imigrar é para os fortes. Eu acho que só o seu blog (pelo menos dos que eu conheço) fala abertamente sobre o que é a vida de um imigrante. Me cansa a beleza ver outros blogs que só mostram o lado romântico do Canadá, daí quando você conhece os blogueiros pessoalmente e enxerga a vida real que levam ... dureza, heavy metal!!!

    Eu não minto para ninguém (ninguém mesmo, família, amigos aqui no Canadá, povo do trabalho no Brasil e etc), quando perguntam como está aqui, respondo que tá FODA e que tinha uma vida de rainha no Brasil (tirando todos os problemas que temos e que continuam lá, disso sabemos bem).

    Eu ainda não me decidi se vou ficar, mas uma coisa é certa, sempre que leio seu blog, tenho forças para continuar, pois assim como eu, sei que tem outras pessoas batalhando e se esforçando dia a dia.

    Torço muito por você e não deixe nunca de escrever, gosto tanto dos seus textos que tenho vontade de te conhecer e dar um abraço - hehe!

    Camila


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    1. Oi Camila
      Que fofo seu comentário :)
      Acredite, do mesmo jeito que te motivo a continuar, comentários iguais ao seu também me ajudam a continuar em frente.
      Se você estiver aqui pros lados de Vancouver, vamos marcar algo ;)
      Nao desiste não! Tenho certeza de que a fase de perrengue vai passar :)
      Um abraço forte
      Priscila

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    2. Juro que se eu estivesse perto de ti, estaria na sua porta para conversarmos e tomarmos um café no terceiro dia de Canadá, estou em Manitoba, mas quem sabe um dia não vou praí para passear.

      Não vou mentir Pri, a vontade de votar correndo para a casa é imensa ... por isso digo, tenha muito orgulho de onde já chegaram!

      So, as always, I'm waiting for your next post.
      Um super abraço,
      Camila

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    3. Olá Camila
      Olha, acho que você ainda está pior que eu, porque pelo menos aqui em Vancouver o tempo ajuda mais (exceto pela chuva interminável). Mas vou te contar um segredo: muita gente que está bem aqui hoje são pessoas que moraram aí mais ao norte e vieram com experiências sólidas. Não estou falando para te agradar, apenas contando o que fiquei sabendo. Eu mesma já cogitei em ir aí para estes lados para pegar experiência e depois voltar para cá. Então, respira fundo e paciência. Juro que tudo vai dar certo (para nós).
      Um grande abraço apertado
      Priscila

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    4. Ola Camila
      Me manda o seu e-mail por comentário para eu te escrever (não vou publica-lo)
      Um abraço
      Priscila

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    5. Oi Pri!! Oi Camila!!
      Primeiramente quero agradecer a Pri pq o blog esta um espetáculo! Acabei de encontrar e não consigo parar de ler! Mto bom!
      E me identifiquei de mais com vcs! Principalmente com a Camila! Pq estou chegando em Winnipeg em pouco tempo!
      Tem como trocar nossos endereços de email gurias?
      Um forte abraço!
      E vou continuar devorando esses posts!!

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    6. Olá Karina
      Fico feliz que esteja curtindo nossas histórias :)
      Se quiser falar por e-mail comigo, basta fazer um comentário incluindo seu e-mail (que não será publicado). Para falar com a Camila, você vai ter que esperar que ela lhe responda. De qualquer maneira, boa sorte na sua nova fase de vida ;)
      Um abraço
      Priscila

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  4. Good evening Pri,
    I have been missing your posts here for a long time. Since my first idea to came to Canada I have been visiting your blog (as same as I told you before), however, you changed your job and the time became a nuisance for your writings. Perfectly comprehensible.
    Even as you, I loved to write in Portuguese. I was always confident in my writings or essays and proud of me also. Although... everything is in the past. Nowadays I´m living with my " second " language as same as you and all of my proud lost during simple acts at Vancouver´s day-by-day. In an English class, Fido store, Red Robin table or in a simple question on SafeWay market all of my anxiety comes up !!! English is essential, but require patience. So, wherever you go, the anxiety to speak perfect will go with you. I hope to improve my English in this beautiful city.

    hahahaha!!! Ja consigo escrever um simples comentario num blog, ta vendo. Completarei 3 meses aqui essa semana e vou lutando todo santo dia com essa ansiedade em comunicar-me pelo menos metade de como me comunicava em português. Cada eventual telefonema = pânico. Cada conversa no SkyTrain ou no Blenz = desespero. Mas vamos em frente. seus textos sempre encorajam a nao desistir e a nao se cobrar em excesso . Keep going !!
    Kisses
    Beto

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    1. Olá Beto
      É isso aí, treinar inglês agora não é mais opção. Muito pelo contrário, o português é que tem quer praticado para não esquecer de vez ;)
      Espero que esteja dando tudo certo para vocês.
      Xoxo
      Priscila

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  5. Perfeito esse texto. Estou há 6 meses e Toronto e concordo com tudinho.

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    1. Obrigada pelo comentário :)
      Boa sorte aí deste lado com o inglês
      Um abraço
      Priscila

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