quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

- Como a história começou - processo de imigração



Foi em dezembro de 2008 quando pensamos em passar uma experiência fora do Brasil. A idéia começou de uma forma bem simples e seria algo temporário. O plano era vivermos por um tempo só nós dois, isolados de todos mundo, de forma que pudéssemos fortalecer  a nossa relação e adquirir uma experiência diferente, algo que deveria durar uns 6 meses. Queríamos um país de língua inglesa e, como foi bem na época da crise de 2008, EUA e Inglaterra estavam fora de cogitação. 

A nossa busca por um lugar que pudesse atender as nossas expectativas começou por aí. Foi quando soubemos que o Canadá estava entre os primeiros na lista dos países de "melhores condições de vida" há anos. Resolvemos aprofundar melhor a nossa pesquisa a respeito de lá. E cada vez mais que conhecíamos sobre as terras geladas, mais crescia o nosso interesse.


Ficamos sabendo que poderíamos imigrar para o Canadá fazendo tudo bem certinho e que havia a possibilidade de trabalharmos na nossa área. Na ocasião, estava em vigor o processo de imigração Canada Federal Skilled Worker, que consiste na seleção de trabalhadores qualificados para obtenção de vistos de residentes permanentes com base em sua educação, experiência profissional, conhecimento de inglês e/ou francês, além de outros critérios. Basicamente,  é um processo seletivo referenciado em habilidades profissionais que são de interesse para o mercado canadense em determinada época. Consultamos a famosa lista NOC (que mostra anualmente as profissões "requisitadas" pelo país) e vimos que nossas experiências se enquadravam no programa.

A partir daí, ficamos por dois meses pesquisando muito, muito e muito sobre o Canadá. Sabíamos tudo sobre províncias, possibilidades, trabalhos, valores, costumes, temperaturas, etc., ou seja, fizemos a nossa lição de casa. 
Até o momento tudo ainda era apenas teoria e especulação. Descobrimos também que as coisas eram muito mais complexas do que imaginávamos, e a idéia inicial de ficar apenas 6 meses morando no exterior talvez fosse algo que não valesse a pena. Aparentemente se tentássemos aplicar para o programa Skilled Worker, os nossos pensamentos teriam que mudar e os planos também.

No início de 2009 resolvemos ver como o tal processo de imigração realmente funcionava. Além de ter que se enquadrar profissionalmente, um sistema de pontuação avalia as condições dos candidatos a imigrarem. Vários requisitos são analisados e vão muito além das "habilidades de trabalho". Diversos pontos da vida dos interessados são considerados para saber se a pessoa (ou família) está habilitada a dar entrada no processo.

Só quem já fez sabe. O negócio é caro, bem trabalhoso e sem garantia de que "no fim tudo vai dar certo". A boa vontade tem que começar por aí. No caso do Canadá não existe muitas alternativas e nada de sorteio. Avaliamos nossas chances e resolvemos iniciar o processo em março.

Neste momento, já havíamos aprofundado muito nosso conhecimento a respeito do país. Queríamos ter a certeza de que o Canadá poderia nos dar o que queríamos. Afinal, isso era coisa séria. Não se tratava de sair do Brasil, mas sim, de começar uma nova vida dentro de uma cultura desconhecida. Seria um novo projeto de vida.

Comunicamos a família, que inicialmente não entendeu nada e, naquele momento, não foram muito a favor.

Daí para frente começou a primeira batalha. Prova do IELTS, taxas, documentos sem fim, certidões, diplomas, taxas, comprovantes de experiências, cartas de recomendações, taxas, milhares de formulários, exames médicos específicos, taxas, entrevistas, angústias, mais entrevistas, mais documentos, mais formulários, mais taxas, etc... Ufa! Não vou detalhar o passo a passo pois o processo foi bem longo.

Foi no final de 2010 quando recebemos a tão esperada carta comunicando que fomos aceitos e já estabelecendo um prazo para darmos entrada no país.

A coisa mais estranha é que no fim, você não sabe qual será o resultado disso tudo.  Por isso, não se pode parar a vida no Brasil. Quando demos início no processo nossa vida era uma e quando fomos aceitos, nossas condições eram outras. Afinal, foram quase dois anos de espera. Aí começa um enorme conflito e milhares de perguntas na cabeça: o que fazer, como fazer, quando fazer??? Nossa, é para deixar qualquer um louco!

Como nossas vidas já tinham algumas raízes plantadas, não pudemos simplesmente colocar algumas trocas de roupas na mala e ir para o Canadá. Tivemos que ser mais sensatos para fazer a coisa certa, organizar um monte de coisas e não prejudicar ninguém que estivesse a nossa volta, além de nós mesmos. Esta sensatez durou mais dois anos. Para quem não sabe, quando você é aceito como imigrante por lá, é dado um prazo para você morar e se adaptar ao país. 

Percebemos que nosso prazo estava correndo e teríamos que marcar uma data limite. Avisamos a família sobre nossos planos no final de 2011 e comunicamos que planejávamos nossa ida em um ano. Sim, as coisas estavam virando reais.

Neste momento,  percebemos que de fato aquela idéia de ter uma experiência curta de 6 meses parecia fora da realidade. O negócio era mais sério. Mas agora, queríamos enfrentar isso e tentar algo novo. Durante o processo fomos amadurecendo a idéia de uma experiência mais intensa, que fosse além de alguns meses estudando. Queríamos o novo. Depois de tanto esforço e espera, já era hora de começar a mudança de vida. Correr atrás de um novo caminho.

E vai iniciar mais um capítulo da nossa história...



4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Pri e Mau.
    Demais compartilharem isso. Caramba. Eu e Kathe traçamos uma meta para nós de ter ai uma mudança de mindset coletivo.
    Estamos na mesma sintonia de pensamento e muitas coisas passam rápido demais e acabamos não curtindo algumas etapas que tanto queremos... enfim.
    Coincidencia ou nao também sou arquiteto e queremos levar o filho dog junto conosco para VANCOUVER!

    Seria mega legal se pudéssemos trocar uma ideia pelo face ou algo assim. Trocar como foi para vocês a questão de aproveitamento de diploma, visto, etc.

    Enfim. muito curtido o que vocês trazem de bagagem por aqui e continuem fazendo isso. Meu face é Gabriel Ostermann.
    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Gabriel
      Obrigada pelo comentário. Eu quase não acesso o FB. Para mim é mais fácil nos falarmos por aqui, mesmo que que demore para responder. Sugiro você ler mais post para ter uma ideia geral do que passamos por aqui. De qualquer maneira, vai perguntando e eu vou tentando responder se for algo que eu saiba. Boa sorte no processo de vocês.
      Um abraço
      Priscila

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir