segunda-feira, 8 de julho de 2013

- Churrasco a moda canadense






Há umas semanas atrás fomos convidados para ir a um churrasco canadense e para nós isso seria outra uma oportunidade de conhecer mais um pouco dos costumes locais, e claro, uma chance de conhecer gente, comer e beber. Para nós tudo o que se refere aos costumes dos nativos daqui é um enorme mistério e nunca sabemos o que devemos (ou não) fazer ou como agir em cada situação. O negócio é não ter medo e encarar toda novidade como uma experiência.

O evento aconteceu na varanda e depois mais gente foi chegando. No total estávamos em 10 pessoas e confesso que todos foram extremamente receptivos, principalmente porque sabiam que meu inglês é péssimos e levaram numa boa os meus "foras", que devem ter sido muitos. Ficamos um pouco alterados por causa do álcool, já que não nos deixavam sem copo na mão nem por um minuto. Acenderam a churrasqueira e.... nada de picanha. Na verdade havia burguer. Mas tenho que admitir que estava ótimo, além da enorme variedade de acompanhamentos que a Kayla (anfitriã) ofereceu.  Ficamos suuuuuper satisfeitos e digo mais, sem puxar sardinha para o lado dela (que nem lê este blog), foi um dos melhores hambúrgueres que já comi, se não foi o melhor. Na hora da sobremesa havia muitas frutas e todos se esbaldaram nos docinhos... que fez sucesso!! 


Neste dia, o tempo estava perfeito. Um céu super azul, sem nenhuma nuvem e com uma paisagem maravilhosa da varanda. O por do sol atrás das montanhas foi um show a parte.
Algumas pessoas já haviam nos dito que festa canadense tem hora para começar e para terminar e que geralmente é curta. Neste caso, fomos embora à 1am, e só porque já estávamos para lá de Bagdá. Eles continuaram por lá bebendo mais...


No dia seguinte não poderia ter outro resultado: ressaca. No meu caso foi ressaca em dobro. Em primeiro lugar tive ressaca física pelas bebidas e em segundo ressaca intelectual. Minha cabeça estava fritando de tanto inglês que tive que falar, porque afinal, não falo nada neste idioma, então preciso pensar muito para conseguir me comunicar. Mas foi tudo muito ótimo e já prometi a eles que na próxima vez levarei cachaça brasileira!


Para começar, quem nos convidou foi uma das veterinárias que trabalha na clínica onde levamos nossa cachorrinha. Acho que talvez tenha sido por dó por sermos estrangeiros e estarmos meio perdidos ainda. Como ficamos sabendo que não é muito fácil fazer amigos em Vancouver porque as pessoas são mais fechadas e formais, não pensamos duas vezes e aceitamos o convite.

Um dia antes do churrasco ela ligou para passar o endereço e a hora que deveríamos chegar: às 6 pmish. "Ish"? Que diabos é isso? Bom, para quem não sabe (e eu não sabia) as pessoas usam a expressão ish quando querem dizer um horário aproximado (tipo "por volta das 18h").

Nós ainda não sabíamos (e continuamos não sabendo) como as coisas funcionam por aqui quando se visita alguém em casa e isso pode ser um pouco constrangedor, principalmente para mim que sou meio neurótica com estes detalhes de ser educada e querer fazer tudo certo sempre.

Mesmo não conhecendo ninguém que pudesse nos explicar a cultura canadense, já havíamos observado que em algumas ocasiões quando alguém chegava no nosso prédio para visitar um morador aos finais de semana, a pessoa geralmente estava carregando uma sacola com bebida e algumas vezes comida. Por conta disso, deduzimos que deveria ser cultural os convidados levarem algo para o anfitrião. Pensando nisso, achamos melhor perguntar à anfitriã o que seria do agrado dela para levarmos. De cara ela sugeriu bebida e se achássemos conveniente poderíamos levar alguma sobremesa "brasileira".

Sobremesa brasileira??? Ué, no Brasil eu costumava servir aos amigos sorvete e pronto. Mas acho que não era isso o que ela esperava. E o que planejamos levar? Me desculpem os fãs de cocada, doce de leite, goiabada e pudim de leite. Eu optei por algo mais simples, rápido e fácil de fazer: brigadeiro e beijinho. O único problema é que faltava o leite condensado, ou seja, o principal ingrediente. Para quem não sabe, leite condensado não é a coisa mais fácil de se encontrar por estes lados, e quando há no mercado, você tem que procurar com bastante cuidado porque geralmente é uma latinha bem pequena que fica perdida entre milhares de outros enlatados nas prateleiras. E nada de muitas opções, se tiver sorte, achará uma marca e só. Dei uma andada entre alguns mercados acabei achando no Safeway (mercado tipo Pão de Açucar no Brasil, que tem umas muitas coisas boas para comprar e geralmente com preço um pouco mais alto). Acabei comprando algumas latas e preparando a "sobremesa" no mesmo dia (no copinho porque estava com preguiça de fazer as bolinhas).

Bom, voltando ao assunto principal...  Fomos ao churrasco as 18:30h e levamos cervejas (indicada pelo chefe do Mauricio) e os docinhos. Chegando lá só havia um casal e já o cumprimentamos e foram super simpáticos. Fiquei meio sem graça porque não paravam de olhar para os nossos pés. Aí me lembrei de que devíamos ter tirado os sapatos assim que entramos no apartamento (o que não fizemos). Pedimos desculpas pela "falta de educação", a anfitriã foi super gentil e disse que não precisávamos nos importar com isso, mas preferimos seguir as regras deles e entramos na moda "shoes off".








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8 comentários:

  1. Olá Pri e Mau! É muito bom interagir com os nativos e aprender os seus costumes, mesmo que ficamos um pouco perdidos e não sabemos direito o que fazer. Muito legal a experiência de vcs!
    Achei o blog de vcs meio que por acaso procurando informações sobre como levar os nossos labradores para o Canadá e, pela primeira vez, achei uma experiência com cachorros grandes (como os nossos), pois a maioria que acho é sobre cães pequenos que podem ser levados na cabine do avião.
    Vou ler sobre os posts já escritos e se rolar alguma dúvida sobre como vcs levaram os cachorros eu pergunto:)
    Bjs

    http://getawaytocanada.blogspot.com.br/

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  2. Olá Get Away

    Para lhe facilitar, acabei respondendo através do seu próprio Blog.
    Mas fique a vontade para perguntar o que quiser, sobretudo em relação aos cachorros porque de fato não é fácil preparar tudo para eles, tanto antes como depois já aqui no Canadá. Podemos trocar bastante informação.

    Um abraço
    Priscila

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  3. Oi Pri, tentei deixar um comentário, mas acho q não foi... se aparecer 2 comentários parecidos desconsidera um...rs...
    Vi que vc morava em apartamento em sp e também está morando em Vancouver. Como vc faz para manter 2 cachorros desse tamanho dentro de casa? Não fica pêlo para todo lado? Não fica cheirando, pelo fato dos apartamentos no Canadá serem meio que vedados? É que como sempre morei em casa os meus labradores sempre ficaram do lado de fora... e quando pensava aonde morar no Canada sempre pensei em casa tb, nunca cogitei a possibilidade de morar em apartamento, é possível?
    Como estou pesquisando sobre como levar os meus cachorros para o Canadá, vi que é relativamente caro levá-los como carga viva (pesquisei pela Air Canada) e o valor era quase de uma passagem. Quanto vc pagou mais ou menos no transporte dos seus dogs?
    Estou lendo a sua história desde o começo... mas ainda não terminei... rs... mas li sobre a morte do Bart, fiquei muito triste ao ler isso, sei o quanto a gente ama esses cachorros, para a gente que gosta muito, são quase filhos! Mas fiquei feliz em saber que ele os acompanhou ate o Canada, pois se vcs tivessem deixado-os aqui no Brasil e isso tivesse acontecido enquanto vcs estivessem lá a dor seria maior ainda.

    Um Abraço

    getawaytocanada@gmail.com

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    1. Olá Get Away

      Se você quiser, me mande um email que posso lhe dar mais detalhes depois de tudo. Mas respondendo as suas perguntas, escreverei em duas respostas para separar o assunto.

      A minha cachorra (Golden) fica bem em apartamento, mas saio com ela umas três vezes por dia para passear. Além disso, o apartamento tem uma varanda grande (que é comum por aqui) onde ela pode tomar sol e fazer as necessidades em casos mais emergenciais. O apartamento não fica com cheiro de cachorro, mas me esforço bastante para manter a Jesse limpa, assim como os brinquedos e a caminha dela. Aqui, é possível fazer muita coisa acompanhada dos pets, e talvez você faça mais programas com eles do que no Brasil. Aí, é inevitável ter que mantê-los limpos. Em relação ao pêlo, de fato é um pequeno problema e sou obrigada a limpar a casa todos os dias, pelo menos o piso do apartamento (diferentemente da maioria dos canadenses que não fazem a limpeza diariamente). No Brasil eu tinha uma secretária que mantinha tudo impecável, mas aqui faço por conta própria, por isso, compramos um IRobot (aspirador tipo robô) específico para limpeza de pêlo de cachorro. Não é perfeito mas ajuda muuuuuuito. Não vou dizer que é simples, mas é possível manter as coisas em ordem sem muito estress.

      Em relação ao imóvel, tem bastante opção para locação, inclusive de casas. Mas no nosso caso, alguns pontos nos levaram a optar por apartamento. Primeiramente porque eu é que faço a manutenção e acho que apartamento é mais fácil do que casa (morei muitos anos em casa e sei bem como é). Além disso, geralmente o preço do aluguel de casa é mais alto e no nosso caso isso fez diferença. Pelo que eu vi você vai para Toronto, e não sei dizer como são os preços por lá. Outra coisa que você vai ter que pensar é no frio, que é rigoroso, por isso não sei se você poderá deixar os seus cachorros no quintal em área externa. A minha Golden fica dentro de casa e mantenho a calefação regulada para ela, mesmo quando fica sozinha. Provavelmente, você mudará um pouco a forma de lidar com eles.

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    2. Ola Priscila!
      Obrigada por dividir a sua experiência comigo, sempre tive aquela ideia de que era impossível manter um cachorro grande dentro de apartamento e estou vendo que não é. Tem sim que ter uma certa disciplina e cuidar mais para que o apartamento não fique cheirando, mas pelo visto não é nem um bicho de sete cabeças...
      Vira e mexe dou uma pesquisada nos imóveis de Toronto, mas confesso que sempre procurei por casas. E, depois de ler a sua história, pela primeira vez procurei por apartamento! Vi que existe muito mais opções do que casas e os preços também são um pouco mais baixo. Estou começando a considerar essa possibilidade. Como também nunca morei em apartamento eu acabo tendenciando para casas... sabe aquela ideia fixa que você tem e nunca mudou, mas nem sabe porque só pensa daquela maneira? Então né...
      Como já estive em Toronto e em Vancouver durante o inverno, sei bem o quanto é frio, por isso nunca imaginei em manter os meus dogs fora de casa, mas imaginei que em casas como geralmente existe o besement, poderia ficar só para eles. Mas sempre fiquei meio assim também, porque da a sensação de que eles iriam ficar longe da gente, tipo a gente na casa em cima e eles sozinhos em baixo... sei lá... bom, estou amadurecendo a ideia! E como você mesmo disse: "vou ter que mudar um pouco a forma de lidar com eles" e concordo totalmente!

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    3. Olá Get Away

      Fique a vontade para perguntar o que quiser, e te ajudarei no que puder. As coisas ainda são recentes para mim, mas já passei pelas mesmas coisas que vocês estão passando agora. Sei que é um momento de muita ansiedade, medo e curiosidade, por isso, ajudarei vocês no que estiver ao meu alcance. Quanto à profissão, escreverei pelo Mauricio pois ele é preguiçoso! Vou ver se consigo postar algo nesta semana.

      Um abraço

      Priscila

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  4. Quanto o transporte e a viagem....

    ... pelo que me informei antes de vir, você pode trazer os cachorros no mesmo vôo que o seu, mas eles vêm como carga por causa do porte. Aconselho você a pensar primeiramente na viagem deles porque não é qualquer Cia Aérea que transporta animais e não são todas as rotas que eles podem viajar. Por isso, você pode comprar as passagens (sua e deles) de uma vez só e garantir assento no mesmo vôo. Neste caso, você terá que fazer toda a documentação sozinha e não sei dizer se é simples. Sugiro a Continental pois eles têm um serviço chamado Pet Safe específico para animais e é muito bom.

    Nós optamos por uma empresa por causa de vários fatores:

    1) Não quisemos correr risco da fazer algo errado na documentação e impedirem a entrada deles no Canadá,

    2) Viemos no final do ano e, neste período, as Cias Aéreas não transportam animais em vôos de passageiros, apenas em vôos de carga. Então, nem teríamos a opção de ir no mesmo avião que eles, o que impediria que cuidássemos da viagem deles e da nossa simultaneamente.

    3) Queríamos vir antes deles para preparar as coisas e poder recebê-los já com tudo em ordem. Por isso, eles vieram 4 dias depois de nós. A empresa os retirou em casa e cuidou de tudo (meu cunhado ficou com eles por uns dias). No decorrer da viagem deles, nós acompanhamos pelo site da Cia Aérea (Continental) o passo a passo e a evolução do processo que era atualizada a cada 30 minutos. Ficamos muito satisfeito, principalmente porque eles cuidam do transporte o tempo todo com climatização, inclusive nos translados dentro do aeroporto. Quando viemos, era temporada de neve.

    4) No dia em que viemos, estávamos muito estressados e emocionados, e não teríamos condições psicológicos de cuidar deles e de nós. Acho que eles teriam sofrido muita pressão se viessem no mesmo dia.

    Honestamente, não imagino como teria feito se tivessem vindo com a gente. Não foi barato e gastamos aprox. uns 6 mil reais só com a viagem deles, incluindo tudo (empresa, caixa de transporte, vacinas, exames, etc). Se tivesse que fazer novamente, faria da mesma forma. Achei que o gasto valeu a pena, principalmente porque chegaram muito bem. Lembrando que o Bart já tinha mais de 14 anos!

    Não tive tempo de ler seu blog ainda, então não sei se você vai vir sozinha ou com alguém. Conversei depois com um casal que trouxe dois Goldens no mesmo vôo, mas o marido veio um mês antes e cuidou das coisas por aqui, sobretudo a locação do imóvel, e a esposa veio depois com os cachorros e cuidou de tudo no Brasil. Deste jeito, acho que funciona bem.

    Só te digo uma coisa, em nenhum momento pensamos em deixá-los para trás. Hoje vivemos muito bem com eles aqui (agora só com a Jesse) e acho que eles tem uma qualidade de vida até melhor por estes lados.

    Vamos continuar nos falando..

    Um abraço

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    1. Primeiramente pensei em ir pela Air Canada pois é a única companhia aérea que tem voo direto para Toronto, pois não queria que eles ficassem muito tempo durante o trajeto. Mas a Air Canada tem mais restrições do que as outras companhias e também pensei que se resolvêssemos, por exemplo ir para Vancouver, nunca terá voo direto. Então comecei a pesquisar outras companhias aéreas, mas por enquanto nunca fui muito a fundo, pois como estamos ainda no início do processo estava mais focada em correr atrás da documentação e papelada do visto. Mas vou dar uma checada em relação a Continental, como você falou.
      Como pretendemos ir para o Canada durante a primavera talvez conseguiremos ir no mesmo voo que eles, mas talvez leva-los alguns dias depois de chegarmos também não é uma má ideia, assim podemos deixar tudo pronto para eles.
      Quanto ao valor que você mencionou, imaginei que seria por volta disso mesmo.
      Só para te dar um pouco mais de contexto sobre a gente, iremos meu marido e eu, e os cachorros(claro!) e ainda não temos filhos.
      Outro fato também interessante que me chamou a atenção pelo seu blog é porque também sou arquiteta e meu marido engenheiro civil.
      Fala para o Maurício (ou você mesma) escrever um post sobre o primeiro emprego canadense dele, estou muito curiosa para saber como está sendo. Li sobre como ele conseguiu esse emprego e ele está de parabéns pela força de vontade e foco nesse objetivo e, posso dizer que me inspirou muito!

      Muito obrigada pela a atenção em responder as minhas perguntas!

      Ah, e a propósito terminei de ler todo o seu blog ontem... rs... você escreve muito bem e sabe se expressar com muita clareza.

      Tudo de bom para vocês e um grande abraço!

      E, claro, vamos continuar nos falando.

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